
Bill Ballato ainda se arrepia ao lembrar do uivo de seu cachorro, desaparecido há mais de 700 dias. O som partiu de milhares de quilômetros de distância, através de um telefonema. Seu amado Bosco havia finalmente sido encontrado. “Atendi o telefone, sem esperar nada, e a primeira coisa que ouvi foi o uivo de Bosco”, disse ele.
Durante três longos anos, Bosco enfrentou sozinho invernos gelados e momentos assustadores para quem estava acostumado com uma casa cheia de amor. O beagle tinha 9 anos quando se soltou da coleira e desapareceu da casa de Bill, em Rhode Island, Estados Unidos, em janeiro de 2014.
Quase imediatamente depois do cachorro sumir, a região enfrentou três grandes tempestades de neve. “Essa foi a primeira vez que realmente entrou em minha mente que não teria este cão de volta”, recorda Ballato. “Ao mesmo tempo, eu conheço este cachorro. Ele é um rapazinho corajoso”.

Mas Ballato, que o havia procurado freneticamente a pé, de carro e através da mídia social, acabou se mudando para Lafayette, Colorado.
Ajuda dos céus
Em 2016, a “detetive pet” Sheilah Graham recebeu uma mensagem no Facebook de uma amiga de uma ONG de Massachusetts. Tinha sido o terceiro inverno da Bosco nas ruas e seu tutor estava perdendo as esperanças.
Sheilah é uma funcionária do Departamento de Segurança Nacional dos EUA durante o dia. Mas, em seu tempo livre, cumpre o dever de detetive de animais de estimação. De acordo com ela, por esse trabalho não tem pagamento em dinheiro, faz apenas pela gratidão.
“Meu pagamento é ver o animal perdido de volta para casa com sua família”, diz ela. Ela já ajudou a devolver mais de 70 pets às suas casas. “Coloco alfinetes em um mapa para monitorar o movimento”, diz ela. Ela também usa câmeras de monitoramento para encontrar os bichinhos perdidos.

Assim, ela não conseguiu resistir ao desafio de encontrar Bosco. Graham passou três horas ao telefone com o tutor, discutindo “cada detalhe, conhecendo as atitudes de Bosco, qualquer coisa que pudesse ser útil”.
Um cão que correspondia à sua descrição tinha sido visto em volta de um bar, muitas vezes saindo do o estacionamento com comida na boca. Segundo o tutor, Bosco vinha de uma primeira família muito abusiva. Portanto, poderia ser difícil resgatá-lo.
Dessa forma, a detetive criou um plano: criou um rastro dos petiscos favoritos de Bosco até um canil. Com isso, Bosco não conseguiu resistir, e seguiu o banquete até a “armadilha”. Para Sheilah, esse foi o resgate de um animal perdido a mais tempo, resgatado mais rapidamente.

Algo naquele bar o manteve por perto. Provavelmente, a comida. Com a maioria das buscas de cães, o cachorro tende a perder peso. Bosco, por outro lado, foi o primeiro cão que ela encontrou que realmente ganhou peso durante sua provação.
A melhor ligação da vida
Enquanto Bosco uivava de sua gaiola, Sheilah ligou para Bill. A voz do cachorro se destacava. “Ei Bill, você reconhece esta voz?” Sem dúvidas ele reconheceu.
“Eu sempre senti que ele tinha sobrevivido. Exceto por alguns dias depois daquelas tempestades de neve”, conta o tutor. De fato, Bosco estava com uma saúde notável, exceto por um tumor benigno que só apareceu quando ele já estava na rua.
Bill estava desesperado para encontrar seu cachorrinho de volta. No entanto, conta que estava com a décima cirurgia nas costas agendada. De acordo com ele, se fosse ao encontro de Bosco, ficaria paralisado no Kansas. O cachorro estava há mais de 3 mil quilômetros de distância.
Ainda assim, Sheilah se ofereceu para levar o cachorrinho até seu tutor em uma aventureira viagem de carro. Mas, antes disso, cuidar da saúde. Antes de voltar para casa, Bosco ficou algumas semanas em um abrigo, cuidando do peso extra e fazendo dieta. “Passamos por duas tempestades de neve com condições de brancura e chuvas fortes viajando para o oeste”, ela se lembra da viagem.
Reencontro
Quando chegaram à casa de Bill, 36 horas mais tarde, outro tipo de tempestade os aguardava. A casa estava repleta de equipes de TV e repórteres, todos ansiosos para registrar a reunião épica.
Bill contou que estava um pouco ansioso sobre como Bosco poderia reagir a tudo isso. “Eu não sabia o que ele ia fazer”, diz. “Nos primeiros minutos, com todos ao redor e as câmeras, ele ficou tipo, ‘OK, quem diabos são essas pessoas?'” Então Ballato disse uma simples palavra a seu velho amigo: “Cara”.
“A partir daquele momento, ele se virou. Obviamente, era familiar e o agradou”. Assim, após 764 dias sozinho, Bosco estava finalmente em casa.
[tdj-leia-tambem]
Com informações de The Dodo.
 
					 
			
		 
			
		


 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		