O parlamento brasileiro demonstrou um elevado nível de responsabilidade com o futuro da Nação ao aprovar de maneira racional e civilizada uma Reforma Tributária qual deverá descomplicar o sistema vigente, que ostenta diferentes bases de cálculos e alíquotas para um mesmo imposto o que geram diferentes cargas tributárias para variadas empresas. Além do impacto financeiro, a complexidade eleva o custo para as companhias empresariais atenderem às exigências do fisco, drenando esforços e recursos que poderiam ser alocados na produção e no investimento, além de sugar a competitividade em um cenário de competição globalizada.

Com um discurso forte e motivador o Presidente da Câmara dos Deputados o nordestino Artur Lira enfatizou que os parlamentares tinham o compromisso de cumprir um papel histórico devido à amplitude das transformações positivas provocadas na sociedade. Disse Lyra: “A Câmara dos Deputados precisa e vai cumprir o seu papel histórico! Sairemos daqui com a cabeça erguida! Estou seguro — e transmito isso a vocês — que vamos ter o reconhecimento da nação”. Os deputados abraçaram a causa e aprovaram o texto-base da proposta de Reforma Tributária em segundo turno por 375 votos a 113. Esse placar demonstra a inegável responsabilidade dos parlamentares com o futuro da Nação. Lembrando que essa Emenda vem se arrastando no Congresso Nacional há três décadas e nunca passou dos remendos para corrigir apenas rachaduras na estrutura.

O conteúdo aprovado ontem houve um cuidado especial em estabelecer uma redução da alíquota do imposto único a serem cobrados de produtos de setores favorecidos como agronegócio, saúde, educação e transporte. Obviamente como em toda grande construção sempre tem arestas para aparar, aparentemente os municípios e os estados mais pobres, devem sofrer impactos negativos, os quais o Ministro Fernando Haddad já apontou soluções.  

O ponto divergente foram os parlamentares extremistas algo relativo em uma Republica Democrática. Acredito que a estratégia deles, apesar de irresponsável quanto à pauta, estão atuando para manter intactas as suas bases, principalmente a ideológica, pois continuam tentando assustar o povo com o fantasma do comunismo. Na ausência de justificativas plausíveis, continuam utilizando os desgastados exemplares salientes nas redes sociais para tentar desestabilizar a narrativa positiva do governo.

A economia com indicadores positivos mantem a confiança dos agentes em constante elevação. Conforme apontado em um relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescerá 2,39% mais do que o previsto até 2032 com a aprovação da Reforma Tributária, esse crescimento do PIB vem acompanhado do aumento da produtividade dos fatores de produção, algo essencial para a manutenção da competitividade do conjunto de produção e consequentemente a formação de demanda efetiva da sociedade. Entretanto uma tributação justa é um passo largo para o fortalecimento da sociedade brasileira, pois é inconcebível pensar num Estado sem sistema tributário.

“Não existe dinheiro público. Existe apenas dinheiro do pagador de impostos”. Margaret Thatcher – primeira ministra inglesa.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí. Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.