Uma oportunidade colossal
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Opinião

Uma oportunidade colossal

Artigo por Miguel Haddad

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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Brasil tem vocação verde. O Brasil tem tudo para ser o grande líder do planeta nessa área. É uma oportunidade colossal”, Armínio Fraga, um dos criadores do Plano Real.

Uma das razões pela qual o Brasil é hoje um país retardatário, ou seja, não figurar no pelotão de frente da Economia Mundial, deve-se a decisões tomadas internamente, quando perdemos, no Século 19 – em razão da recusa míope da elite, escravagista e rural, à proposta modernizante do Barão de Mauá – a oportunidade de estar entre os pioneiros da Revolução Industrial, que então se iniciava.   

Pior do que isso seria, agora, mostrar que nada aprendemos com essa dura lição. 

O fato é que temos, no presente, uma preciosa segunda chance com a chamada Economia Verde – parte de um processo que alguns denominam de 4ª Revolução Industrial – em que o mundo se prepara para entrar, como ocorreu na época de Mauá, em uma nova Era. E essa pode ser, para o nosso País, uma excelente notícia. 

Graças ao desenvolvimento da Ciência e do consequente surgimento de novas tecnologias, no momento em que o mundo cada vez mais se dá conta do real significado do Aquecimento Global – que devastaria, caso não seja contido, o planeta – nosso País, por sua geografia e suas reservas naturais, encontra-se em posição privilegiada.

A Economia Verde tem como pontos principais o combate à emissão e à concentração dos gases que causam o chamado Efeito Estufa na atmosfera. Como a transição de uma economia baseada no consumo de combustíveis fósseis, que geram esses gases, para uma economia limpa não pode ser feita de um dia para o outro, enquanto essa adaptação está sendo implementada é necessário diminuir drasticamente essa concentração, mantendo a economia funcionando. A maneira de fazer isso é sequestrar – absorver e enterrar – esses gases. 

Uma das principais maneiras sequestrar os gases do efeito estufa é aproveitar a capacidade das árvores de absorver da atmosfera essas emissões e enterrá-los, com suas raízes. E nós temos o maior patrimônio florestal do planeta. Com a Nova Economia essa capacidade virou uma commodity, ou seja, um bem comerciável, uma mercadoria, negociada na forma de certificados, denominados Créditos de Carbono.

Ou seja, a Floresta Amazônica preservada, por exemplo, tem valor igual ao de um vasto campo de petróleo na economia anterior. A vastidão do nosso território permite, ainda, ampliar a área de florestas preservadas em grande escala. Aqui em nossa região, por exemplo, a floresta da Serra do Japi e a mata da Serra dos Cristais podem se tornar geradoras de riqueza para os nossos municípios.

Outra boa notícia da Nova Economia decorre da democratização das novas tecnologias. Com o isso o empreendedorismo, até então limitado em seu alcance, torna-se um instrumento de inclusão social e de diminuição da miséria a serviço de qualquer micro negócio da periferia e das favelas. E isso já está acontecendo.

Como diz o pensador inglês Edmund Burke, “Um povo que não conhece a sua história está fadado a repeti-la”. O erro que cometemos na época do Barão de Mauá está à vista de todos. Temos, desta vez, de fazer uma escolha voltada para as novas ideias, com o olho no futuro.

Artigo por Miguel Haddad.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

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Opinião por Miguel Haddad: Inundações no RS e o papel das cidades na luta contra o desequilíbrio do Clima

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Visão aérea de Porto Alegre - RS alagada
Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

O Rio Grande do Sul sofre nos últimos dias pela série de inundações devastadoras, resultantes das incessantes chuvas que assolaram a região. Com mais de uma centena de vítimas fatais e milhares de desalojados, estas enchentes se tornaram o pior evento climático da história do estado, desencadeando uma discussão urgente sobre os fatores que contribuíram para essa catástrofe e como…

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A corrupção é uma tempestade permanente e contribui diretamente com o caos provocado pelos desastres naturais

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

Os Desastres Naturais são fenômenos que geram impactos nas sociedades humanas trazendo consequências graves para as pessoas. Obviamente muitos desses representam o ciclo natural da terra e ainda a ciência não desenvolveu instrumentos precisos de previsibilidade, para ajudar a amenizar os impactos sobre a vida e a economia. Atualmente, alguns eventos climáticos têm aumentado de maneira significativa, e os cientistas levantam hipóteses…

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Agência Moody’s confirma a recuperação da credibilidade da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Foto: Canva

As últimas décadas do século XX foram determinantes para a modelagem da ordem mundial vigente e a acumulação financeira condicionando à produtiva e dando origem a um tipo de capitalismo com menor dinamismo e maior instabilidade quando comparado ao sistema vigente no pós-guerra e, além disso, inverteu o sentido de determinação das crises que passaram a originar-se na órbita financeira…

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Planejar a cidade

Artigo por Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí

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Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí
Foto: Arquivo pessoal

Ao construirmos uma casa, necessitamos de planejamento e fundações sólidas. Assim também funciona com uma cidade: não há espaço para projetos desorientados, baseados em proposições meramente empíricas e desprovidas de sustentação orçamentária, sem unidade estratégica. O governador Mário Covas dizia que governar exige dizer sim, mas também dizer não. Acrescento que o que se diz, na prática, deve reverberar os…

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Opinião

Os efeitos da escravidão promovida pelos colonizadores continuam impedindo o avanço da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Foto: Canva

O Brasil em pleno século XXI ainda enfrenta distorções na economia e desigualdade social por causa do longo período escravocrata e pela maneira como ocorreu o processo de abolição. As deformações na economia brasileira foram criadas a partir do momento em que a escravidão foi mantida, pois era a base do sistema legal desprezando o capitalismo como sistema de organização…

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