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Política

Deputado de Santa Catarina causa polêmica ao afirmar que mulheres gostam de ser assediadas

“Hoje as pautas feministas visam em seus atos mais extremistas TIRAR direitos”, disse na postagem

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À esquerda, mulher com tatuagem
Jessé Lopes (PSL) criticou a campanha "Não é Não". (Foto: Reprodução NSC TV/Redes sociais)

Em Santa Catarina, o deputado estadual Jessé Lopes (PSL) se envolveu em mais uma polêmica depois de publicar, no sábado (11), em suas redes sociais, um texto em que sugere que mulheres gostam de ser assediadas.

Na postagem do parlamentar, ele critica a campanha “Não é Não”, criada simultaneamente com a lei de importunação sexual no final de 2018. No Carnaval 2020, o coletivo pretende distribuir tatuagens com o recado às foliãs do país.

“Não sejamos hipócritas! Quem, seja homem ou mulher, não gosta de ser “assediado(a)”? Massageia o ego, mesmo que não se tenha interesse na pessoa que tomou a atitude”, disse ele.

Jessé Lopes também criticou o movimento feminista. “Após as mulheres já terem conquistado todos os direitos necessários, inclusive tendo até, muitas vezes, mais direitos que os homens, hoje as pautas feministas visam em seus atos mais extremistas TIRAR direitos. Como, por exemplo, essa em questão, o direito da mulher poder ser ‘assediada’ (ser paquerada, procurada, elogiada…) Parece até inveja de mulheres frustradas por não serem assediadas nem em frente a uma construção civil”, escreveu.

A Comissão da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina (OAB/SC), disse ao G1, que “acredita que campanhas como essas ajudam as mulheres a terem consciência do que pode ser abusivo”. No entanto, o deputado criticou o movimento.

Já o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher manifestou repúdio às falas do deputado Jessé e informou que vai buscar providências cabíveis por meios legais, uma vez que este tipo de posicionamento contribui para o aumento da violência contra a mulher e atrapalha a criação de políticas públicas para o gênero.

A coordenadora estadual da Delegacia de Polícia da Criança, Adolescente, Mulher, Idoso (Dpcami), Patrícia Zimmermann d’Ávila reforçou que se tiver aquele toque, emprego de força, o crime de importunação já pode migrar para estupro. “Isso é grave. O limite da cantada é quando a vítima diz não, a vítima bota o limite. Não é não: não pode agarrar, não pode beijar”.

Em 2019, Santa Catarina registrou 624 ocorrências de importunação e 59 casos de feminicídio.

Resposta

O coletivo Não é Não respondeu à publicação do parlamentar. A nota, publicada na íntegra pelo G1, reforça que um homem alheio às questões que são discutidas e combatidas e que utiliza o seu espaço de poder para propagar desinformação e argumentos confusos sobre a atuação da campanha é incoerente.

“Para além de confundir a opinião popular sobre a atuação de coletivos como o nosso, esse tipo de manifestação ofende e desrespeita mulheres que já sofreram episódios de violência e que trabalham voluntariamente para levar informação e apoio a outras mulheres que já foram coagidas, constrangidas, invadidas ou violentadas”, escreveu o coletivo.

 O grupo reforçou que assédio sexual é uma das formas mais comuns de importunação sexual e é caracterizado por provocações inoportunas, capazes de criar situações ofensivas, de intimidação ou humilhação a uma mulher. Pressupõe uma conduta sexual não desejada, não se considerando como tal o simples flerte ou paquera.

“Nossa luta não retira direitos das mulheres, mas sim, busca a garantia efetiva de direitos constitucionais básicos, como o de ter liberdade de ir e vir em segurança”, acrescentaram.

O deputado respondeu à repercussão. O G1, também publicou a nota na íntegra. No texto, ele diz que o movimento feminista conseguiu a proeza de transformar as coisas mais naturais e saudáveis das relações humanas em problemas. “Namoro, paquera, cantadas. Tudo isso virou “assédio””, comentou.

“O feminismo, ao contrário do que muitos pensam, só tirou direitos das mulheres: deixou-as menos cuidadosas com a aparência e imbecilizou o seu comportamento. Legalmente estão menos favorecidas, pois hoje, se uma mulher é deixada pelo marido, esse não tem mais a obrigação de honrar o compromisso assumido inicialmente com ela”, completou.

O deputado conclui dizendo a luta de classes segrega. “Querem privilégios? Trabalhem como toda mulher e todo homem comum. Reitero aqui meu compromisso com todas as mulheres e homens de bem”.

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