No início deste ano, o vereador Faouaz Taha (PSDB) foi eleito presidente da Câmara para o biênio 2019-2020. O Tribuna de Jundiaí conversou com o vereador, que fez um balanço sobre esses seis meses frente à presidência da Casa. Confira o entrevistão:

Tribuna de Jundiaí: Qual foi a sua prioridade assim que você assumiu o mandato como presidente da Câmara?

Faouaz Taha: A maior prioridade nossa foi o respeito com os munícipes e os funcionários da Câmara. Então um das primeiros atos foi autorizar a reforma do prédio anexo, que é onde fica o Procon, atendendo uma demanda antiga já da Câmara. O prédio tem quase quinze anos então ele já tem problemas como infiltração de chuva, problemas no telhado, necessidade de vedação de janelas, necessidade de pintura porque é a mesma desde que foi feito, enfim, uma série de coisas. O Gustavo Martinelli já havia começado quando presidente da Câmara, estou dando sequência e agora autorizamos a licitação para que possamos reformar e preservar a saúde e a vida das pessoas que frequentam o local, além dos funcionários que ali trabalham.

Pensando no bem-estar das pessoas também nós fizemos uma medida, às vezes um pouco impopular, mas necessária, que foi a redução da frota da Câmara, que eram 16 carros e nós reduzimos para 12 veículos. Nós compramos 12 veículos novos, vendendo aqueles antigos e dando a diferença, porque os antigos tinham mais de 10 anos de uso e estavam com problemas de manutenção e geravam até mais gastos. Então vimos que a medida mais barata era fazer a troca por carros novos. Nós temos três motoristas contratados aqui e temos que mantê-los até eles aposentarem, não podemos mandar embora.

Quando assumi a presidência também tive um enfretamento em relação aos equipamentos de informática, muitos obsoletos, antigos, com um Windows que já não tinha mais atualização, então a Câmara poderia ficar desprotegida. Então trocamos os computadores, para que tivéssemos versões mais modernas e seguras, até para agilizar, porque todo mundo precisa de computador bom para trabalhar.

Outra medida importante aqui na Câmara pensando no ambiente e até na redução de gastos, foi a troca dos copos plásticos por garrafinhas metálicas. Nós fizemos uma campanha interna para que a gente pudesse reduzir o consumo de copos e garrafas pláticas. Nisso, nós reduzimos em mais de 10 mil copos em aproximadamente quatro meses de implementação das garrafas metálicas. Uma proposta bem legal, os funcionários aderiram, foi bem produtivo.

Tribuna de Jundiaí: Como educador físico, uma de suas pautas é a busca pela qualidade de vida dos cidadãos. Neste quesito, o que você promoveu durante esses seis meses?

Faouaz Taha: No ano passado nós fizemos o Primeiro Fórum de Educação Física junto ao Conselho Municipal de Esporte e Educação Física, junto à Prefeitura de Jundiaí, o que foi muito importante para discutir políticas públicas para a área. Esse ano nós aprovamos um projeto onde visamos incentivar a prática de exercício físico na cidade e na iniciativa privada, com o intuito de prevenir doenças crônicas não transmissíveis. Esse projeto é uma emenda à lei orgânica que altera o capítulo de Esportes para atualizar as nomenclaturas e as garantias de direito ao esporte previstas na lei da cidade. Nosso intuito é, além de incentivar as práticas do esporte, criar mecanismos usando a tecnologia. Até quando fizemos o projeto eu citei alguns aplicativos que existem, onde você faz a atividade que faz contagem de passos, horas, calorias, com um histórico. E até sugeri que a Prefeitura de Jundiaí bolasse um aplicativo para a cidade, onde a pessoa que atingisse tais metas ganhasse um ingresso para alguma atividade cultural, por exemplo. Aqui na Câmara, falando dessa área, há agora um projeto de Ginástica Laboral aqui dentro. Então temos, sem custo algum e de maneira voluntária, uma educadora física que faz uma ginástica laboral com os funcionários semanalmente.

Tribuna de Jundiaí: O que é o projeto Câmara Viva, uma de suas iniciativas durante esse semestre?

Faouaz Taha: Foi também uma iniciativa desse ano com o intuito de trazer as pessoas para dentro da Câmara além da Sessão. Infelizmente as pessoas pouco procuram a Sessão, pouco assistem ou participam presencialmente. Então estamos criando uma série de debates aqui na Câmara para trazer a população e discutir com eles. Nós fizemos o primeiro sobre envelhecimento, então foi muito legal, o debate foi muito rico, pensando nas políticas públicas sobre envelhecimento e seus desafios. O próximo agora queremos fazer em setembro sobre o papel da mulher na sociedade, já que infelizmente não temos uma mulher que tenha sido eleita aqui na Câmara. Então quero trazer esse debate, para falar sobre a importância delas na sociedade e seus desafios. Esse é o intuito, fazer debates de forma pertinente para que as pessoas possam participar.

Tribuna de Jundiaí: Uma de suas principais pautas, que é o fim dos fogos de estampido, voltou a ser discutida mas não foi aprovada. Você e os vereadores autores do projeto pretendem ainda pensar em outras iniciativas do tipo, que visem a sustentabilidade e o bem-estar animal?

Faouaz Taha: Esse é um projeto que tomou uma proporção muito grande. Nós discutimos ele em 2017, infelizmente não passou, mas não desistimos e continuamos com campanhas nas redes sociais. Eu, por exemplo, lancei uma campanha vias redes sociais no final do ano passado intitulada ‘Festa Legal Não Tem Rojão’, incentivando as pessoas a não soltarem fogos, enfim, para que fizessem uma corrente para falar dos porquês, dos malefícios, prejuízos da soltura. Nós fizemos uma moção de apoio ao projeto de um deputado federal, que proibia os fogos de estampido e, nesse ano, voltamos o projeto de novo para a Sessão e tivemos mais apoio na casa, foram nove votos favoráveis e nove contrários. Já foi um avanço, as pessoas já vêm se conscientizando. Algumas que antes até criticavam nas redes sociais hoje já defendem, porque pararam para pensar que às vezes tem uma pessoa idosa na família, uma pessoa doente, um animal, enfim. Lembrando que os animais silvestres também sofrem. Então nos amplianos o debate, não são apenas os animais domésticos. Fora o risco de acidente, queira ou não é uma arma. A gente entende que é uma prática que não tem mais porquê, assim como balão no passado que as pessoas não soltam mais hoje. Então a gente pretende continuar debatendo. Se não passar por lei, porque estamos em uma democracia, que possamos discutir e conscientizar as pessoas. Nesse sentido, já estou contente com o avanço do projeto.

Tribuna de Jundiaí: Em um geral, quais foram as principais propostas apresentadas pelos vereadores da casa nesse semestre?

Faouaz Taha: Houve um projeto do vereador Cristiano Lopes, em que autoriza a judicialização do município no caso da sáude. Por exemplo, quando o Estado não cumpre com suas obrigações, a Prefeitura pode judicializar e tentar ressarcimento na Justiça. Porque a Prefeitura assumiu mais de 70% do custeio da saúde e é obrigação da União e do Estado repassar quantias para o município e a Prefeitura agora tem a capacidade de judicializar algumas questões. E também um projeto do vereador Albino que prevê convênios estaduais, federais e municipais para a manutenção do Serviço de Verificação de Óbitos, já que Jundiaí banca sozinha esse serviço que atende toda Região.

Tribuna de Jundiaí: Em um geral, você encara como produtivo o seu primeiro semestre como presidente da casa?

Faouaz Taha: Com certeza. É um desafio bem grande, a gente tem uma oportunidade à frente do Legislativo. Pessoalmente está sendo uma experiência muito bacana de amadurecimento e eu penso que está sendo muito produtivo. Talvez a gente ainda tenha muita coisa para percorrer, aprender e lutar aqui na frente da casa.

Tribuna de Jundiai: E quais são as expectativas para o restante do mandato como Presidente?

Faouaz Taha: É um desafio grande porque tem o mandato ainda, ele não para. Então preciso continuar fazendo oo trabalho externo de atendimento à população e também a discussão de projetos. Então esse é o desafio, lidar com a Presidência e o mandato, porque querendo ou não a Presidência toma bastante nosso tempo. Temos que pensar na questão jurídica, administrativa do prédio, pensar em todos os funcionários e vereadores. Além dessas questões para tomar conta também estamos nos aproximando do processo eleitoral e fica claro o uso da Tribuna Livre por algumas pessoas ou para promoção pessoal com o intuito de se eleger ou para desgatar outros candidatos, a Câmara e o Governo. Agora a expectativa é de que isso cada vez mais vai entrar na Câmara, mas eu tô tranquilo e consciente do que vamos fazendo. Busco sempre prestar contas do meu trabalho, seja por meio das redes sociais ou dos jornais que produzimos. Então a gente está tentando ao máximo dar o retorno para a população, mostrar que estamos próximos pensando no bem-estar de todos e da cidade.