Desde o dia 15 de abril, quando foi constatada metástase nos ossos e fígado, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, está internado. Apesar do novo tratamento, Covas não pôde receber alta, pois foi identificado a presença de líquido nas pleuras, tecidos que revestem os pulmões e o tórax.
As informações foram confirmadas em coletiva de imprensa da equipe médica do Hospital Sírio Libanês, na tarde desta quarta-feira (21). De acordo com os médicos, o prefeito poderia receber alta e continuar com um novo tratamento oncológico, mas na sexta-feira (16) foi constatada a presença de líquido no abdômen e nos dois pulmões, desencadeada pela presença dos nódulos no fígado.
Covas enfrenta um câncer na região da cárdia, localizada na transição entre o estômago e o esôfago, com metástase em outras áreas do corpo. O líquido fica mais exatamente entre as pleuras, tecidos que revestem os pulmões e o tórax. Um tratamento com drenos foi iniciado no dia seguinte.
“O prefeito veio fazer uma avaliação rotineira e os exames de imagem, endoscópicos e gerais mostraram avanço da doença, tanto na região do fígado, quanto no aparecimento de lesões ósseas. Isso fez com que os oncologistas adotassem uma nova proposta terapêutica composta de dois quimioterápicos e dois imunobiológicos”, disse o médico David Uip.
Os médicos explicaram que todos possuem líquido pleural, uma composição de água e proteínas, e que o acúmulo dele em pacientes que passam pelo tratamento oncológico é rotineiro. O pequeno volume de líquido causa incômodo na função respiratória, mas segundo a equipe, a situação do prefeito está bem controlada, com condição clínica “bem confortável”, sendo a única dificuldade a previsão de quando o líquido será totalmente drenado para que ele receba alta hospitalar.
Situação atual
O médico David Uip disse que alguns pacientes podem ser liberados com drenos, mas a equipe optou por interná-lo para que se adeque ao novo tratamento. Covas também começou a receber alimentação por meio de uma sonda durante as madrugadas, enquanto dorme, para auxiliar no ganho de peso. Durante o dia, ele se alimenta normalmente.
De acordo com a equipe médica, o prefeito emagreceu um pouco, mas a complementação nutricional visa especialmente prepará-lo para o novo tratamento. Ainda de acordo com a equipe médica, Bruno Covas responde bem ao tratamento e permanecerá despachando do hospital, ainda que restrito, sem exposição pública.
Redes sociais
Nas redes sociais, Bruno Covas agradeceu o apoio que vem recebendo. “A luta continua e o trabalho não pode parar. O apoio e o carinho que recebo todos os dias me dão cada vez mais força. Seguirei como sempre: de cabeça erguida e cumprindo, junto com minha equipe, nossos compromissos com São Paulo”, disse Covas nas redes sociais.
Primeiro diagnóstico
O prefeito da capital foi internado pela primeira vez em outubro de 2019, quando chegou ao hospital com infecção, que evoluiu para trombose venosa profunda (coágulos) na perna direita. Os coágulos subiram para o pulmão, causando o que é chamado de embolia. Durante os exames, médicos detectaram o câncer na cárdia, região entre o esôfago e o estômago, com metástase no fígado e nos linfonodos. Após oito sessões de quimioterapia, o tumor regrediu, mas, segundo a equipe médica, não foram suficientes para vencer o câncer. Após novos exames, o prefeito iniciou o tratamento com imunoterapia.
Em janeiro de 2021, após ser reeleito nas eleições municipais e continuar no cargo, Covas anunciou uma nova fase de procedimentos no combate à doença. Ele tirou uma licença de 10 dias, quando passou a ser submetido a sessões de radioterapia. Na época, estavam previstas 24 sessões de radioterapia complementares para o tratamento. Em abril deste ano, exames apontaram novos pontos de câncer nos ossos e no fígado.