"Nesse momento sou contra", afirma prefeito de Jundiaí sobre ceder leitos para pacientes de SP
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“Nesse momento sou contra”, afirma prefeito de Jundiaí sobre ceder leitos para pacientes de SP

Luiz Fernando disse, porém, admitir pacientes de fora da região caso a ociosidade de vagas justifique tal medida

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"Dimensionamos a crise para suportar pacientes da nossa região", diz prefeito de Jundiaí (Foto: Envato Elements)

A possibilidade de transferência de pacientes da Grande São Paulo para outras cidades, prevista pelo governo paulista devido à pandemia do novo coronavírus, não é bem vista por prefeituras do interior e litoral.

Elas afirmam que não têm condições de receber pacientes ou não os aceitam enquanto a rede hospitalar da capital não estiver totalmente ocupada.

Jundiaí, Santos e Campinas são algumas dessas cidades.

Outros locais, como Sorocaba e Ribeirão Preto, admitem receber pacientes, mas ou condicionados à taxa de ocupação no momento ou que não sejam pessoas diagnosticadas com Covid-19.

As prefeituras acreditam que, inicialmente, a busca de leitos se dará nos municípios da própria região metropolitana da capital e, quando essa demanda superar a capacidade, o raio será expandido para outras regionais, num efeito espiral.

E que, primeiro, será dada prioridade a hospitais vinculados ao Estado.

Próxima da capital, Jundiaí afirma que é contra ceder leitos para pacientes enquanto houver vagas, ainda que na rede privada, na capital.

“Dimensionamos a crise para suportar pacientes da nossa região. Qualquer adicional entendo que deva ser administrado e assumido pelos equipamentos do Estado”, afirmou o prefeito Luiz Fernando Machado (PSDB).

Ele afirmou que as prefeituras entendem a realidade do SUS (Sistema Único de Saúde) como tripartite, mas que, neste momento, as regiões que fizeram seu dever de casa devem manter para seus pacientes essa reserva de vagas.

Disse, porém, admitir pacientes de fora da região caso a ociosidade de vagas justifique tal medida.

“Mas aí preciso ter não só o achatamento [da curva], mas a redução do contágio da cidade para disponibilizar uma vaga. Se quando [São Paulo] saturar seus leitos públicos, Santas Casas e também privados, aí deve-se observar se municípios teriam condições de absorver. Nesse momento sou contra, não sou favorável enquanto tiver possibilidade de leitos públicos e privados na capital.”

Em recente entrevista, o gestor de Promoção à Saúde de Jundiaí, Tiago Texera, já havia afirmado que a cidade corria o risco de receber pacientes de coronavírus da capital paulista.

“Pode sim ser ocupado (leito de UTI) por um paciente da capital, se lá entrar em colapso. Corremos o risco sim, porque o direito à vida se sobrepõe a qualquer outro direito”, disse.

“Nós fizemos nosso dever de casa: criamos 117 leitos para COVID-19 só na rede pública e a rede privada também criou seus leitos. São 62 com respiradores. Você vai achar pouquíssimos municípios fora da capital que geraram este número expressivo de leitos”, ponderou o gestor jundiaiense.

A regulação de leitos via Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde) é feita no âmbito de cada DRS (Diretoria Regional de Saúde), coordenada pelo Estado, conforme a urgência do atendimento do paciente.

Os prefeitos afirmam que tomaram conhecimento da decisão do Estado de transferir pacientes a partir do anúncio feito pelo secretário da Saúde, José Henrique Germann, e que não foram procurados pelo estado para discutir o tema.

Campinas pediu à Secretaria de Estado da Saúde que não envie mais pacientes com Covid-19 para se tratarem na cidade, caso sejam de fora da região metropolitana local.

A cidade teme ser impactada em sua disponibilidade de leitos se seguir recebendo doentes que não sejam da região –hoje, 50% são pacientes de outros municípios.

A ocupação de leitos de UTI, na terça (5), estava em 66,57%. Desse total, 170 são exclusivos para Covid-19, com 112 pacientes, 65,88% de ocupação.

Em Santos, a prefeitura afirmou não ter condições de receber pacientes devido à alta ocupação em seus leitos e que não houve, até aqui, pedido do estado para transferências para leitos SUS sob gestão municipal.

Conforme a Prefeitura, não há possibilidade de receber pacientes da capital ou outras localidades devido ao fato de a taxa de ocupação aumentar diariamente em seus leitos de UTI adulto para Covid-19. Das 198 vagas em hospitais públicos e privados, a ocupação passou de 71%, na terça, para 73%, no dia seguinte.

“A região também possui uma ocupação dos leitos de UTI adulto próxima do limite, em torno de 80%. O hospital do estado na cidade, o Guilherme Álvaro, no qual o município não tem ingerência, possui uma ocupação de 80%, o que representa em quantidade apenas quatro leitos disponíveis”, diz a prefeitura.

As prefeituras da Baixada Santista pediram mais 137 respiradores diante da necessidade de ampliação da rede existente, para a abertura de novos leitos de UTI e que o estado assuma hospitais prontos e que necessitam só de recursos para custeio, como o Hospital Vitória, em Santos, com 130 leitos.

Já a Prefeitura de Sorocaba alega que a possibilidade de aceitação dependerá da situação da taxa de ocupação dos leitos quando o pedido for feito. Na última terça, a taxa nos leitos de UTI municipal (Santa Casa) atingiu 30%. “Porém a propagação do vírus depende da consciência e sensibilidade da população em relação ao isolamento social. Ou seja, o número de contaminados e a necessidade de internações podem aumentar”, diz o governo.

Ninguém vai se negar

Em reunião por videoconferência com prefeitos de cidades como Campinas, Jundiaí, São José dos Campos e Santo André, além do secretário Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional), o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), afirmou que ninguém vai se negar a receber pacientes se houver vagas, mas que não sejam pacientes com Covid-19.

“É um momento de solidariedade, responsabilidade e consideração. Mas, se o estado tiver de fazer isso, que não traga Covid-19 para o interior. Pode trazer [pacientes], mas evita trazer Covid-19. É até bom para o próprio transporte sanitário, que poderia transportar o doente em situação ruim. Melhor trazer de outras doenças, se for o caso. É melhor para o estado, até para não transportar a doença.”

Em Ribeirão, o estado tem autonomia para vagas no HC (Hospital das Clínicas) e no Hospital Estadual, enquanto a prefeitura tem gestão plena nos hospitais Santa Lydia, Santa Casa, Beneficência Portuguesa e Francisco de Assis –que foi municipalizado com 31 leitos. A rede tinha nesta quarta-feira (6) 100 dos 123 leitos de UTI para a doença disponíveis.

Outras duas cidades procuradas pela reportagem, Piracicaba e Bauru, afirmam não ver problemas em receber pacientes de outras regiões e que a regulação será feita via Cross. Piracicaba, porém, citou que pode ocorrer o contrário, ou seja, seus pacientes irem para outros locais também.

“Não tenho nenhuma ressalva, o momento é de parceria. Acho pouco provável, pela distância, a região central e norte do estado receberem [pacientes da capital], a não ser que seja caso menos grave. Caso grave fica inviável para transferir”, disse Clodoaldo Gazzetta (PSDB), prefeito de Bauru. A cidade tem 85% de ocupação em leitos destinados a Covid-19 na rede pública e 30%, na privada.

Com informações de Marcelo Toledo – Folhapress

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