"Perdi meus avós quando ainda era criança. Desde então, jurei que me tornaria médico"
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“Perdi meus avós quando ainda era criança. Desde então, jurei que me tornaria médico”

“Acredito que devemos ter fé. E agradecer deve ser a primeira e a última coisa a fazermos todos os dias”

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"Seu sorriso ficará guardado para sempre em meu coração", afirmou o médico (Fotos: Arquivo pessoal)

Uma marcante história sobre a relação entre médico e paciente emocionou moradores de Jundiaí e de todo o Brasil na semana passada: dona Therezinha Gemmi Chiquetto, de 83 anos, saiu curada de um hospital particular da cidade após vencer o novo coronavírus.

Ela teve alta sob aplausos dos profissionais de saúde que cuidaram dela. Assista: 

Se a narrativa de superação já não bastasse para encher os corações dos leitores de tanta alegria, um dos médicos do hospital postou em uma rede social uma carta emocionante dirigida à paciente, com o título: “Jovem de 83 anos supera Coronavírus e mostra que momento é de esperança”. Leia o texto completo aqui!

Diante de tamanha repercussão, a reportagem do Tribuna de Jundiaí localizou o médico que deu um exemplo de humanidade e empatia em tempos tão difíceis de pandemia.

Eduardo Mikio Sassaki, – que completa 28 anos neste quarta-feira (22) – é formado na cidade, na Faculdade de Medicina de Jundiaí.

Ele atua há 3 anos, no Hospital Pitangueiras – Sobam/Amil e cursa residência de clínica médica, já com planos para se especializar em cardiologia muito em breve.

O jovem é natural de Rancharia, interior de São Paulo e mora na cidade há 8 anos.

“Tenho um grande carinho, e guardo no coração ambas as cidades”.

Apesar da pouca idade, ele demonstra uma maturidade e profissionalismo que se destacam.

“Venho de uma família simples e de uma cidade bem pequena. Quando contei a meus pais sobre toda essa repercussão, eles ficaram com os olhos cheios de lágrimas”, lembrou, emocionado.

Confira, na íntegra, a entrevista com o doutor Eduardo Sassaki:

Tribuna de Jundiaí: Seu depoimento em relação à dona Therezinha emocionou muita gente. Muitos elogios neste sentido também apareceram após a reportagem. Qual a importância desta humanização no atendimento médico?

Eduardo Mikio Sassaki: Fiquei muito feliz em ver toda a repercussão positiva sobre o meu depoimento. “Curar algumas vezes, aliviar quase sempre, mas consolar sempre.” Creio que esse é o verdadeiro compromisso de um médico. Antes de tudo, somos humanos. E a arte da medicina está em saber colocar-se no lugar de nossos pacientes, para que possamos realmente ajudá-los como um todo. Afinal, a medicina é “quase nada” sem os médicos. Mas não seria “nada” sem os pacientes. Devemos ser médicos de pessoas, e não de doenças.

No Piauí, Eduardo passou 1 mês nas comunidades mais carentes do Estado

Tribuna: Isso é raro ou não tão comumente encontrado na sua profissão hoje em dia?

Eduardo: Creio que não só a medicina, mas o mundo todo está precisando “ser mais humano”. Precisamos de mais amor, mais abraços, mais união, mais cuidado, mais companheirismo, mais empatia, mais solidariedade, mais família. A cura do mundo não está nos remédios, mas sim dentro do coração de cada um. Nunca é tarde para tentar ser uma pessoa melhor. O mundo precisa e espera isso de nós.

Tribuna: Quais lições a sua relação com a paciente e a própria dona Therezinha deixaram de legado para os seus próximos anos de profissão?

Eduardo: A Dona Therezinha ficará marcada para sempre em minha vida. O seu exemplo de garra, força de vontade, e fé mostraram que para Deus nada é impossível. Após mais de 15 dias de lutas juntos, com o coração cheio de felicidade, pude ver que ela superou todas as expectativas e surpreendeu todas as pessoas. Histórias como essa só me fazem acreditar mais ainda nas pessoas. Seu sorriso ficará guardado para sempre em meu coração. A caminhada nem sempre é fácil, mas no final sempre valerá a pena. E como nós dizíamos todos os dias: “Com Ele, tudo pode. Sem Ele, ninguém pode.”

Tribuna: Podemos dizer que ela já marcou a sua carreira?

Eduardo: Com certeza. Perdi meus avós que tanto amava quando ainda era criança. Desde então, jurei que me tornaria médico e tentaria fazer de tudo para que as pessoas não tivessem que perder as pessoas que amam e passar por tudo o que passei. Por isso, costumo carinhosamente chamar meus pacientes mais idosos de “vô e vó”. E ver finais felizes como o da Dona Therezinha me fazem ver que estou no caminho certo. Farei de tudo para que meus avós sempre fiquem felizes e orgulhosos de mim lá de cima.

Eduardo, quando pequeno, com os avós (acima); e quando recebeu o diploma de médico e fez uma homenagem a eles (abaixo)

Tribuna: Seu texto também revela sua fé muito marcante. Qual a sua religião?

Eduardo: Sou católico. Mas independente da religião, acredito que devemos ter fé. Pois quando acreditamos em algo ou em alguém, tudo fica mais fácil. Ninguém consegue nada sozinho. E agradecer deve ser a primeira e a última coisa a fazermos todos os dias. Isso acalma a alma e traz paz no coração.

Eduardo no primeiro ano de faculdade, em visita a asilo de Jundiaí: fantasiado de palhaço para levar um pouco de alegria aos idosos

Tribuna: Ciência e fé podem conviver juntos e em harmonia?

Eduardo: Não só podem, como devem. A ciência estuda a composição da areia, e a fé move montanhas. Ambas são importantes, mas devem coexistir, e não competir. Devemos ter fé na ciência, e a ciência deve comprovar a importância da fé.

Tribuna: Como a pandemia mudou a rotina de vocês médicos e profissionais de saúde?

Eduardo: A pandemia mudou completamente a nossa rotina. Tivemos que nos preparar muito rápido, adaptar vários setores do hospital, treinar vários funcionários para novas funções, mudar as prioridades, tudo para conseguir superar essa doença. Estamos todos juntos, tentando fazer de tudo para estarmos prontos quando precisarem de nós.

Tribuna: Você acredita que o coronavírus vai mudar a forma com que você enxerga a medicina daqui para a frente?

Eduardo: Acredito que sim. Tudo na vida tem um porquê. Por mais árduo que esteja sendo, devemos guardar todos os aprendizados que estamos tendo para que no futuro não sejamos surpreendidos novamente. A medicina com certeza sairá mais forte depois dessa pandemia. Assim como as pessoas.

Tribuna: Quais maiores dificuldades vocês profissionais de saúde estão enfrentando nesta pandemia?

Eduardo: Lidar com um inimigo novo e invisível torna a missão muito mais difícil. Dia a dia estamos aprendendo a lidar com esta nova doença. O desafio é que as mudanças devem acontecer na mesma intensidade que as descobertas. Mas, o mais difícil é ter que ficar longe da minha família. Moro a mais de 500 km de casa e faz mais de 1 mês que não vejo meus pais. Daria tudo para poder estar perto deles. Mas, assim estaria longe de vocês. E com o coração apertado, ficarei aqui. É meu dever. É minha vocação.

Tribuna: Como é, para você, ver que existem pessoas que não levam nem a doença nem a quarentena a sério?

Eduardo: Difícil. A doença é séria. O momento exige o esforço e a união de todos. Lutamos separados, mas venceremos juntos. Precisamos caminhar todos na mesma direção. Só assim conseguiremos vencer esta luta. Acreditem em nós, pois nós sempre acreditaremos em vocês.

Tribuna: Quais conselhos médicos você daria à população que está lendo essa entrevista, assustada com a doença?

Eduardo: Calma. É hora de nos unirmos. Vamos juntos. No final, vai dar tudo certo. Voltaremos a sorrir. Que fique a união, e o aprendizado de que juntos somos mais fortes. Como diz minha amada mãe: “Persistam, mas não desistam.” Aproveitem suas famílias. Mantenham uma boa alimentação, leiam bons livros e pratiquem atividades físicas. A mente sã é o primeiro passo para prevenir o adoecimento. A vida passa rápido, e o que fica são os momentos especiais com quem amamos. Contem conosco. Estaremos aqui por vocês. Hoje e sempre. Não permitam que nossos esforços sejam em vão. Vai ficar tudo bem!

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