Pesquisadores de Jundiaí criam respirador mecânico com baixíssimo custo em apenas um mês e meio
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Pesquisadores de Jundiaí criam respirador mecânico com baixíssimo custo em apenas um mês e meio

“Eu não diria que ele é apenas de uma importância regional, mas mundial”, afirma diretora de ciência e tecnologia da Incubadora de Empresas de Jundiaí

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Grupo analisa respirador à esquerda; à direita, ventilador mecânico
Do nascimento ao protótipo, grupo levou um mês e meio. (Foto: Faculdade de Medicina de Jundiaí)

Segundo o jornal suíço Neue Zürcher Zeitung, mesmo que o mundo consiga produzir 250 mil ventiladores pulmonares em 2020, ainda faltariam, pelo menos, 350 mil unidades para suprir a demanda de 1 milhão de equipamentos necessários para atender aos pacientes com problemas respiratórios, incluindo aqueles diagnosticados com Síndrome Respiratória Aguda Grave, a SRAG, causada pelo coronavírus.

Foi com essa premissa de atender a demanda mundial com rapidez e eficiência, que um grupo de pessoas de Jundiaí se reuniu para a criação de um equipamento – mais barato, mais acessível e que chegasse a toda parte do globo.

E já existe um protótipo!

O aparelho é pensado e construído em uma parceria inédita entre a startup do inventor Milton Macedo e da CEO Catia Vinci com instituições como Sesi, Faculdade de Medicina de Jundiaí e Incubadora de Empresas de Jundiaí.

Agora, com o modelo do Moses Ventilator em mãos, o grupo inicia a parte de autorizações para testes clínicos em humanos.

Membros do grupo de pesquisa analisam respirador

Ventilador mecânico utiliza componentes que podem ser encontrados em qualquer cidade brasileira. (Foto: Faculdade de Medicina de Jundiaí)

“Hoje, o que mais causa a morte de pacientes com coronavírus é a falta dos ventiladores mecânicos”, explica o pneumologista da Faculdade de Medicina de Jundiaí, o médico Eduardo Leme.

“Esse projeto, apesar de não ter muitas coisas que o respirador comum possui, consegue fazer o trabalho principal, que é ventilar o paciente”, garante.

A partir de segunda-feira (26), a equipe se reúne para enviar o projeto aos comitês de ética da Faculdade de Medicina de Jundiaí, que ficará responsável pela análise, a um hospital jundiaiense que fará testes em humanos – possivelmente o Hospital São Vicente de Paulo – e, por fim, à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que fica responsável por liberar a autorização de uso do equipamento.

“Esse projeto é de um brilhantismo enorme. Ele poderá ser utilizado para pacientes com Covid-19 e outras doenças respiratórias; se adapta ao paciente, seja criança ou adulto”, detalha o pneumologista.

“Esse ventilador é muito barato e acessível; estimamos que o valor seja algo em torno de R$ 1 mil, diferente do convencional que, hoje, custa algo entre R$ 20 mil e R$ 80 mil”.

Sem componentes eletrônicos

Autor de mais de 40 patentes nacionais e internacionais, o inventor deste projeto inovador é morador de Jundiaí há pelo menos 15 anos.

Milton Flávio de Macedo, embora engenheiro eletrônico de formação, é phD em engenharia mecânica, e foi utilizando o conceito o qual se especializou que criou o Moses.

“Eu sabia que seria preciso trabalhar com a necessidade. E a necessidade é que precisamos de algo rápido e de baixíssimo custo, por isso, apesar de ter à disposição, eliminei microcontroladores e qualquer eletrônica”, considera.

“Eu posso ter esse material, mas pode ser que muitas pessoas não tenham e a ideia é de tornar este item acessível. Utilizando a engenharia mecânica, conseguimos incluir apenas componentes que podem ser encontrados em qualquer cidade do Brasil”, detalha.

O equipamento, segundo Milton, pode ser feito em chapa de acrílico ou qualquer tipo de chapa plástica. Os cortes podem ser a laser ou fresa.

Por não utilizar hardware, software ou eletrônica sofisticados, o ciclo de testes também ganhou agilidade.

“Com a eletrônica, eu precisaria saber como esse equipamento se comporta com interferências eletromagnéticas. Eu teria que analisar o que aconteceria se um raio caísse a um quilômetro de distância do hospital ou o que aconteceria se um membro da segurança utilizasse o walkie talkie próximo ao paciente”, esclarece.

“Eliminando isso, conseguimos entender a eficiência do equipamento com mais rapidez e já iniciar a fase de testes clínicos”.

Membros do grupo que construíram ventilador mecânico

Construção do protótipo teve colaboração de diversas entidades, como a Faculdade de Medicina de Jundiaí, Incubadora e Sesi. (Foto: Faculdade de Medicina de Jundiaí)

Após os testes clínicos, o desafio será encontrar um fabricante interessado em comercializar o produto.

“Nós somos todos voluntários, mas entendemos que as empresas vão testar a lucratividade do projeto”, completa.

Para Mariana Savedra Pfitzner, diretora de ciência e tecnologia da Incubadora de Empresas de Jundiaí, esse não será um problema.

“Este projeto tem um potencial de mercado gigantesco”, defende.

Patrimônio científico e tecnológico

Salvar vidas. Desde a chegada da pandemia do novo coronavírus no Brasil, essa é a preocupação de todos, sejam eles médicos, engenheiros, pesquisadores ou cidadãos.

Esse também foi o conceito que liderou a atuação do grupo. Com encontros exaustivos e força de cooperação, o projeto nasceu e cresceu em tempo incrível: um mês e meio.

“Em 20 anos de pesquisa e desenvolvimento, eu nunca vi nada assim”, assegura Pfitzner.

“Fomos motivados pelo espírito de parceria e cooperação. Este projeto é um verdadeiro patrimônio científico e tecnológico jundiaiense”, enfatiza.

“E, mais, eu não diria que ele é apenas de uma importância regional, mas mundial”, conclui.

Membros do grupo analisam funcionamento do ventilador mecânico

Ventilador mecânico passará por testes clínicos na próxima semana. (Foto: Faculdade de Medicina de Jundiaí)

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