Em 2023, o Brasil alcançou um recorde alarmante de mortes causadas pela dengue, com 1.094 vidas perdidas, de acordo com o Ministério da Saúde. Esse dado foi obtido a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Esse número superou o recorde anterior de 2022, que registrou 1.053 óbitos, e o terceiro ano com mais mortes foi 2015, com 986 vítimas. Essa tendência crescente é preocupante, considerando que em 2000, no início da série histórica fornecida pelo Ministério da Saúde, o país registrou apenas quatro mortes por dengue, distribuídas em três estados: Minas Gerais (2), Espírito Santo (1) e Goiás (1). Até 2021, o Brasil nunca havia ultrapassado a marca de 1.000 mortes anuais.
De 2022 para 2023, houve um aumento de 3,89% nas mortes por dengue, e ao comparar 2015 com 2023, o índice subiu para 11%. Em relação aos casos de dengue, houve um aumento de 16,8% em um ano, passando de 1.420.259 infecções em 2022 para 1.658.816 em 2023. A série histórica mostra que 2015 foi o ano com o maior número de casos confirmados de dengue no Brasil, totalizando 1.688.688, seguido por 2023, com 1.658.816 casos, enquanto 2004 registrou o menor número, com 70.175 casos.
Vários fatores contribuem para o aumento dos casos de dengue ao longo dos anos. Atualmente, os quatro sorotipos da doença estão em circulação no Brasil, o que significa que uma pessoa pode ser infectada pela dengue até quatro vezes, adquirindo imunidade contra um sorotipo, mas permanecendo suscetível aos demais. O quarto sorotipo foi reintroduzido no país em 2010, levando à circulação de quatro sorotipos diferentes. Além disso, a mudança no perfil geográfico da doença, com a expansão para áreas antes não afetadas, expõe novas populações à dengue. Isso ocorre à medida que o mosquito Aedes aegypti se espalha para áreas menos urbanas, impulsionado pela circulação de pessoas e mercadorias.
Outra preocupação é a expansão da área de transmissão da dengue para o Sul do Brasil, relacionada a mudanças climáticas e ambientais. Isso prolonga o período de atividade do mosquito, aumentando a chance de transmissão da doença.
Em 2023, São Paulo foi o estado com o maior número de mortes por dengue, totalizando 286 óbitos. No entanto, isso representa uma queda de 43,2% em comparação com 2015, quando São Paulo registrou o maior número de mortes (504). Exceto pelo Acre, Amapá e Roraima, todos os estados brasileiros relataram mortes causadas pela dengue no ano passado.
Quanto às infecções, Minas Gerais liderou em 2023, com 408.395 casos. Os anos de 2016 e 2019 foram marcantes, com 522.745 e 476.916 casos, respectivamente.
Para 2024, as projeções apontam para um nível epidêmico da dengue na região Centro-Oeste, porque muitas pessoas lá não tiveram a doença, por uma circulação menor do vírus, especialmente entre crianças e idosos. No Sudeste, Minas Gerais e Espírito Santo estão em alerta, com potencial epidêmico. O Paraná também apresenta um potencial muito alto, enquanto o Nordeste deve experimentar um aumento de casos, mas abaixo do limiar epidêmico. O país pode chegar a até 5 milhões de casos no pior cenário, conforme projeções do Ministério da Saúde em parceria com o InfoDengue da Fiocruz.
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