Agência Moody's confirma a recuperação da credibilidade da economia brasileira
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Opinião

Agência Moody’s confirma a recuperação da credibilidade da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Foto: Canva

As últimas décadas do século XX foram determinantes para a modelagem da ordem mundial vigente e a acumulação financeira condicionando à produtiva e dando origem a um tipo de capitalismo com menor dinamismo e maior instabilidade quando comparado ao sistema vigente no pós-guerra e, além disso, inverteu o sentido de determinação das crises que passaram a originar-se na órbita financeira deslocando-se a partir daí para o plano produtivo, o que faz aumentar a volatilidade dos mercados, dada a facilidade de mobilidade do capital financeiro. Mesmo com os movimentos capitaneados pela China, essa lógica ainda é decisiva para orientar os tomadores de decisões no mercado global.

As agências de classificação de riscos surgiram nesse novo ecossistema e são especializadas em monitoramento das atividades financeiras de diversas instituições públicas e privadas, avaliando o nível do risco de crédito. Apesar da grande quantidade de instituições que estão habilitadas a fazerem essas análises, apenas três se destacam e determinam as variações na demanda e oferta de ativos e dessa forma podem fomentar crises ou estimular o crescimento econômico de uma nação e consequentemente das empresas que atuam nesse território, pois é o radar dos grandes fundos de investimentos.

As americanas Moody’s, Fitch e Standard & Poor’s detém aproximadamente 95% do mercado global de análise de riscos, mas apesar do caráter independente demonstraram subordinação, pois recusaram de cortar o rating AAA (mais alta qualidade) quando o teto da divida do governo federal do EUA chegou a U$$ 2,4 trilhões de dólares em agosto de 2011, apesar do grande risco de moratória. A submissão aos interesses do país onde estão sediadas ficou escancarada, pois nem sequer relataram o breve risco de default com as possiblidades do parlamento estadunidense não aprovar no ano 2023 a bagatela de U$$ 31 trilhões de dólares para o Estado honrar seus compromissos, inclusive para financiar o fornecimento de armas para a Ucrânia resistir à invasão russa e Israel continuar a matança do povo palestino.

O Brasil apesar do histórico de calotes conquistou o tão sonhado grau de investimento pelas agências internacionais Fitch Ratings e Standard & Poor’s pela primeira vez em 2008 e em 2009, conseguiu a classificação pela Moody’s. Esse carimbo era exatamente o que faltava para facilitar a vida financeira do governo e das empresas locais, mas infelizmentea conquista nem deu tempo pra comemorar, pois diante da falta de sintonia do executivo com os demais Poderes da Republica, durante o segundo governo Dilma, foi o suficiente para perder o “grau de bom pagador” e a derrocada da economia estimulou até a substituição do Chefe do Executivo e nada mudou, pois o abismo institucional estava instaurado e pelo visto está sendo contido pela atuação firme das Instituições do Estado brasileiro, o que garante a recuperação da confiança na condução da economia do país. 

Economistas, empresários, operadores de mercados e os agentes do governo brasileiro foram surpreendidos em junho de 2023, com a avaliação positiva da Standard & Poor’s para a economia do Brasil. O crescimento do produto interno bruto, queda na inflação e a trajetórias fiscal e monetária controladas no futuro próximo e o compromisso do parlamento com a reconstrução do país, são sinais de estabilidade e o suficiente para a S&P revisar sua perspectiva para a nota do Brasil de estável para positiva, com o rating de crédito soberano reafirmado em BB-/B que demonstra baixo grau de especulação nos ativos domésticos.

Como já esperado as duas irmãs seguem a rota da S&P e a agência de classificação de risco Moody`s reafirmou, no dia 01 de maio de 2024, o rating do Brasil em “Ba2”, mas alterou a perspectiva para o país de “estável” para “positiva”. Os fundamentos macroeconômicos sólidos sustentou a classificação da Agência. Essa posição do Brasil causou uma euforia na Bolsa de valores brasileira, com alta nas ações blues chips e junto a isso veio à preocupação do Presidente do Banco Central com a tendência de pleno emprego dos fatores de produção, o que poderá causar choques inflacionários.

O Bacen com caráter conservador e com limitações nos instrumentos macroeconômicos, o Banco Central se reduz ao papel de uma agência de regulação do mercado financeiro. Entretanto o governo tem outras ferramentas para conter uma possível elevação de preços, obviamente observado pelos competentes economistas das agências de rating.

O debate de ideias é do jogo político e tem que continuar, progressistas, centristas e conservadores faz parte da democracia, entretanto o propósito tem que ser absolutamente o progresso da Nação e o bem estar de seus habitantes. Será que o Lula é um homem de sorte ou é um Líder que transmite confiança?

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí. Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Dia da Indústria: CIESP Jundiaí alerta para desafios e destaca importância da educação

O Dia da Indústria reflete a importância do setor industrial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

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Marcelo Cereser, diretor do CIESP Jundiaí, durante evento oficial, vestindo um terno escuro e camisa clara, expressando seriedade.
Foto: Divulgação/CIESP Jundiaí

No próximo sábado, 25 de maio, o CIESP Jundiaí comemora o Dia da Indústria, uma data que convida todos os empresários a refletir sobre a importância do setor industrial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. “A indústria é um dos pilares fundamentais da economia nacional, gerando empregos, inovação e crescimento. No entanto, enfrentamos, diariamente, desafios significativos que precisam…

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O petróleo não é o excremento do diabo e sim uma Dádiva de Deus

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

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Países do Oriente Médio, Nigéria, Venezuela, Irã, Angola, Congo, Argélia e Rússia são grandes produtores e exportadores de petróleo. Pertencem ou apoiam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), um organismo com viés monopolista e autoritário. Mas além da terra rica, essas nações têm outras características similares como pobreza, concentração de rendas, aversão a institucionalidade democrática e são dominados…

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Opinião por Miguel Haddad: Inundações no RS e o papel das cidades na luta contra o desequilíbrio do Clima

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Visão aérea de Porto Alegre - RS alagada
Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

O Rio Grande do Sul sofre nos últimos dias pela série de inundações devastadoras, resultantes das incessantes chuvas que assolaram a região. Com mais de uma centena de vítimas fatais e milhares de desalojados, estas enchentes se tornaram o pior evento climático da história do estado, desencadeando uma discussão urgente sobre os fatores que contribuíram para essa catástrofe e como…

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A corrupção é uma tempestade permanente e contribui diretamente com o caos provocado pelos desastres naturais

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

Os Desastres Naturais são fenômenos que geram impactos nas sociedades humanas trazendo consequências graves para as pessoas. Obviamente muitos desses representam o ciclo natural da terra e ainda a ciência não desenvolveu instrumentos precisos de previsibilidade, para ajudar a amenizar os impactos sobre a vida e a economia. Atualmente, alguns eventos climáticos têm aumentado de maneira significativa, e os cientistas levantam hipóteses…

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Planejar a cidade

Artigo por Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí

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Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí
Foto: Arquivo pessoal

Ao construirmos uma casa, necessitamos de planejamento e fundações sólidas. Assim também funciona com uma cidade: não há espaço para projetos desorientados, baseados em proposições meramente empíricas e desprovidas de sustentação orçamentária, sem unidade estratégica. O governador Mário Covas dizia que governar exige dizer sim, mas também dizer não. Acrescento que o que se diz, na prática, deve reverberar os…

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