O Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), em Jundiaí, realizou mais uma captação de órgãos na tarde deste sábado (6). Essa é a segunda vez e a quinta deste ano, totalizando mais de 27 órgãos captados para salvar a vida de mais de 49 mil pessoas que aguardam por um transplante em nosso País.

A doação foi autorizada pela família de um paciente masculino, 35 anos, vítima de Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH). A outra doação desta semana ocorreu no dia 02, paciente de 59 anos, vítima de AVC.

Dentre os órgãos foram captados o coração, que seguiu para o Instituto do Coração (InCor) em São Paulo, o fígado que foi destinado ao Hospital Israelita Albert Einstein também em São Paulo, rins que seguiram para o Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas e córneas, que foram para o Banco de Olhos de Sorocaba.

Captação de órgãos

A captação de órgãos é um procedimento que envolve o empenho de muitas equipes. Após a morte encefálica do paciente, há o acolhimento da família, que é responsável por autorizar a doação, assim como o acompanhamento de psicólogo, de assistência social e da equipe médica para esclarecer todas as dúvidas da família.

Em seguida, exames são realizados a fim de avaliar se o paciente está apto para a doação e quais órgãos podem ser captados. Diversas equipes médicas entram em ação, responsáveis tanto pela captação e transporte, quanto o transplante de cada órgão.

É uma verdadeira corrida contra o tempo, pois cada órgão tem um tempo de isquemia, ou seja, tempo em que pode ser retirado de um paciente e transplantado em outro. Sabendo disso, há uma ordem a ser seguida, os corações e pulmões são os que têm menor tempo, com apenas 4 horas a serem retirados e muitas vezes são transportados por meios aéreos. Já as córneas são as últimas, pois têm condições de serem transplantadas em até sete dias.

O HSV conta com uma Comissão Intra Hospitalar de Transplante (CIHT), fundada em 2008, que acompanha pacientes com confirmação de morte encefálica e dão todo o suporte necessário para a família. Sob o comando da enfermeira Thais Fernanda Rocha Santos, a CIHT aciona a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) de São Paulo e garante todo o suporte às equipes médicas durante a captação e manutenção dos órgãos, até que siga à instituição que fará o transplante. No ano de 2021, a CIHT viabilizou a captação de 73 órgãos, num total de 14 doadores.

Para a doação de órgãos, é necessário que a família do paciente autorize, por isso, a recomendação é que o assunto não seja um tabu. Conversar sobre o tema faz com que no momento deliciado como o óbito a decisão familiar se torne mais fácil, com base na vontade do paciente.