Derrube seus preconceitos: 10 mitos e verdades sobre o parto humanizado
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Saúde

Derrube seus preconceitos: 10 mitos e verdades sobre o parto humanizado

“A humanização diz respeito não a uma via de parto específica (vaginal ou cesariana) mas um atendimento respeitoso, mantendo a autonomia do casal e respeito às evidências científicas junto a uma equipe multidisciplinar”, ressalta especialista

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Dra. Camila de Melo Campos, é ginecologista, obstetra e mestre pela Unicamp. Foto: Arquivo Pessoal

Como já escrevemos aqui no Tribuna de Jundiaí: o parto humanizado não é um “tipo” de parto. Mas, sim um processo para tornar o parto um momento de humanização, respeito e parte de algo natural, independente se é feito por meio normal ou por cesariana.

Esta e muitas outras dúvidas cercam o assunto, principalmente quando muitas opiniões se cruzam sobre as mamães e papais já ansiosos com a espera do filho ou filha.

Para tirar as principais dúvidas, convidamos a ginecologista, obstetra e mestre pela Unicamp (Universidade de Campinas), Dra. Camila de Melo Campos, que é uma das referências em partos humanizados na região de Jundiaí.

Veja o que perguntamos e as respostas da especialista:

1 – A recuperação da mãe no Parto Humanizado é melhor?

VERDADE A recuperação é melhor porque, pensando que a maior parte dos partos humanizados é de partos normais, a recuperação é mais rápida e com menos riscos que uma cesariana ou até um parto normal com intervenções

2 – Existem tentativas para a proibição de doulas na hora do parto. Elas podem atrapalhar em algum momento?

MITO De forma alguma. A doula é uma acompanhante de parto treinada, contratada pela família, de escolha exclusiva da gestante, que dará atendimento no pré-parto, parto e pós-parto e que, durante o parto, auxiliará a gestante nas questões emocionais e físicas, orientando sobre posturas, métodos de controle de dor não farmacológicos e respirações. Seu papel durante o trabalho de parto não é técnico, então ela pode estar presente sem atrapalhar o acompanhamento da equipe de parto e mesmo num plantão institucional. Ela só vem para somar aos cuidados.

3 – É possível uma cesárea humanizada?

VERDADE Pensando numa cesárea indicada com evidências científicas, ela pode ser respeitosa e por que não seguindo as diretrizes da humanização: autonomia, respeito às evidências científicas e com equipe multidisciplinar.
Podemos no momento da cesárea abaixar as luzes da sala, entregar o bebê para a mãe por baixo dos campos cirúrgicos (nascendo em boas condições), permitir o clampeamento do cordão tardio e pelo pai, manter o “pele a pele” até o término da cirurgia e orientar a amamentação na primeira hora de vida como é o indicado no parto normal.

4 – O parto humanizado não é indicado para todas as gestantes?

MITO A humanização diz respeito não a uma via de parto específica (vaginal ou cesariana) mas um atendimento respeitoso, mantendo a autonomia do casal e respeito às evidências científicas junto a uma equipe multidisciplinar. O parto humanizado é indicado a qualquer gestante, mesmo se precisar de uma cesariana durante o trabalho de parto.

5 – O parto natural é um retrocesso, em se considerando os avanços da medicina hoje em dia?

MITO Pelo contrário! Os avanços da medicina também servem nesse caso para avaliar a necessidade ou não de intervenção. Além disso, o trabalho de parto acompanhado da forma correta é extremamente seguro e benéfico.
O parto natural é saudável para mãe e bebê: a mãe terá uma recuperação mais rápida, com menor intervenção possível, tendo menor riscos de sangramento e com menos complicações operatórias e anestésicas. O bebê nascerá maduro, no dia que escolheu, respirando melhor e com mais facilidade para amamentação, já que a descida do leite acontece mais rápido.

6 – Regras e limites nos hospitais existem unicamente para preservar vidas?

MITO Infelizmente vemos que alguns hospitais ainda não estão preparados para diferentes demandas das pacientes, principalmente as mais informadas. Temos que lembrar que o parto é um evento familiar, natural e fisiológico e que o ambiente hospitalar se faz necessário para oferecer a melhor assistência possível. Porém, também é possível oferecer conforto, possibilidade de acompanhantes, da doula, uso de métodos não farmacológicos para alívio da dor (chuveiro sempre disponível, permitir montar banheira ou ter no hospital em bom estado), bola, analgesia de parto sem limite, liberdade de posição, tudo para melhorar a experiência de parto sem diminuir a segurança.
Infelizmente sabemos que precisamos de tempo para mudar a gestão dos hospitais nesse sentido.

7 – Os riscos para mães e bebês são maiores no parto humanizado?

MITO Pelo contrário, vemos nos estudos e nas evidências científicas segurança em acompanhar uma mulher no parto com o mínimo de intervenção possível, além de ser mais seguro para o bebê, já que se evita as intervenções de rotina como uso desnecessário de ocitocina, não estímulo à liberdade de posição, proibição do acompanhante ou da doula, partos em posição de litotomia (deitada com as pernas amarradas) e empurrar a barriga, entre outras condutas ultrapassadas.
No bebê, evita-se intervenções desnecessárias no momento do nascimento e se respeita a chamada “hora de ouro”.

8 – As mães devem exigir que seu plano de parto seja respeitado?

VERDADE O plano de parto é um documento já consagrado em vários países e recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para a melhor comunicação entre a gestante e a equipe de parto. A gestante tem que realizar o plano de parto (existem modelos disponíveis na internet) e mostrar para os plantonistas o ou para o seu médico.

9 – Tomou anestesia, o parto já não é mais humanizado?

MITO O parto humanizado não é sinônimo de parto natural, sem anestesia, na água ou em casa. O parto humanizado tem a ver com a melhor assistência. Sim, um parto com analgesia continua sendo um parto humanizado se a equipe continuar a acompanhando com amor e respeito.

10 – o parto humanizado é mais barato para as mães?

MITO Uma equipe de parto não é barata, mas os valores não mudam muito em relação aos valores cobrados pelas cesarianas agendadas. É importante pensar que esse custo é um grande investimento para garantir a melhor forma de nascimento pro bebê e a melhor experiência possível para a mãe. Além disso, existem opções de parto humanizado pelo SUS, com plano de parto, doula e todas as informações.

Dra. Camila de Melo Campos, é ginecologista, obstetra e mestre pela Unicamp.

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