Vocês se lembram do Juliano Augusto da Costa Rodrigues Peinado? O Tribuna de Jundiaí contou a história de superação dele no começo do ano quando ele se formou em Rádio, TV  e Internet. 

Juliano tem paralisia cerebral grave e é cadeirante, mas isso nunca foi motivo para desistir de seus sonhos, inclusive o de ser músico, ele toca cajón com os pés. Recentemente, ele foi convidado para tocar com a banda Woody Trio na Avenida Paulista. 

Paixão pela música

Juliano contou ao Tribuna de Jundiaí que o interesse pela música surgiu ainda no ensino fundamental, junto com as suas primeiras “paqueras”, quando escreveu sua primeira poesia “A Pressa do Tempo”. 

“Ela fala sobre como o tempo passa rápido e a angústia que eu tinha de ficar sozinho porque só fui namorar de verdade com 20 anos”, recorda. “Foi nessa época que comecei a ir nos shows de rock”, acrescenta. 

Com um gosto musical apurado, ele diz que seus primeiros ídolos foram Raul Seixas, Charlie Brown Jr. e Marcelo Nova. “Meu pai não gosta muito do Marcelo, mas tinha ganhado uma coletânea dele chamada Tijolo na Vidraça, um dia ele colocou no carro e pirei”. 

Depois disso, em 2014, ele descobriu o IRA! e “pirou” com as músicas. “Fiz uma dublagem da música ‘Bebendo Vinho’ do Wander Wildner e me identifiquei”, diz. 

A paixão foi tanta que virou TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Ele fez um documentário sobre o IRA!. “Fui no show, viramos amigos e lá se vão 21 shows”, diz orgulhoso. 

Carreira de músico

Com toda essa paixão pela música, ele decidiu tocar teclado e violão com os pés, mas não obteve sucesso. Então, um dia foi ver sua mãe em uma espetáculo de dança flamenca e conheceu o cajón. 

Ele começou a pesquisar mais sobre os instrumentos, procurou aulas onlines e treinou em uma caixa de madeira, mas não achava o instrumento ideal. Juliano precisou encomendar um cajón adaptado. 

“No início tinha muitas dores na coxa direita, mas depois com alongamentos, parou. Percebi que realmente eu conseguia tocar”. 

Depois surgiu seu nome artístico: Juba Pezinhos. Ele diz que o “Pezinho” é uma homenagem ao Peninha percussionista do Barão.

Além de tocar com a banda Woody Trio, Juliano já fez a abertura do show do IRA!, se apresentou na BR 8 MEIA de Itatiba (SP) e em palestra de sua namorada. No entanto, ele já recebeu convite até do Paulão do Velhas Virgens, mas não pode comparecer por motivo de saúde. 

Ele diz que a experiência está sendo “maravilhosa”. “Quando as pessoas vêem, pela primeira vez, um cadeirante no palco acham que não sabe tocar direito, mas quando percebem que sabe, se surpreendem e é importante mostrar que os deficientes podem estar em qualquer lugar”. 

O jovem também destaca a importância do apoio da sua família e diz que já tem planos para 2020. “pretendo lançar pelo menos um compacto com minhas letras e fazer um livro de poesias para mostrar como as letras eram de virar músicas”.

Hoje (7), o Juba Pezinhos se apresentará no lançamento da biografia de Samara Del Monte, das 15h às 19h, no Gansarau, em Santo Amaro (SP). O e-mail de contato é [email protected].