Os sucessivos reajustes da tarifa de energia elétrica têm gerado estratégias para driblar as contas altas no final do mês. A última atualização representou um aumento de 52% – passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100kWh consumidos – na bandeira tarifária vermelha patamar 2, devido ao aumento do custo de produção de energia no Brasil. Se a situação já não fosse ruim, ainda há um risco de desabastecimento de água em todo o país por conta da crise hídrica.

Para quem tem comércio, o prejuízo financeiro pode ser ainda maior com toda essa situação. Por isso, algumas estratégias foram adotadas. Em Jundiaí, o casal Teresa Aparecida de Sá Orrú e Tiago Orrú é proprietário de uma lavanderia e uma loja de estética automotiva. Em ambos empreendimentos, novos equipamentos foram adquiridos e um conceito sustentável para limpeza dos veículos é adotado visando a economia de água.

“Desde que abri a lavanderia, há pouco mais de um ano, adquiri um tambor de plástico de 200 litros para reaproveitar a água do enxágue que sai das máquinas de lavar. Essa água é usada na limpeza do imóvel, como lavar o chão e janelas”, contou.

Já para reduzir a conta de energia, ela investiu em equipamentos modernos. “Tenho uma mesa de passar com caldeira e aquecimento da tábua, o que faz com o tempo de uso do ferro elétrico seja menor por peça de roupa, agilizando o serviço de passar em relação à um ferro de passar comum”.

A instalação de placas solares também foi alternativa para fugir das contas altas, a ponto de receber créditos da concessionária de abastecimento de energia com a economia nos gastos. “Todos os equipamentos elétricos da minha casa utilizam energia solar. O sistema gera muito mais energia do que consumimos. Esse excedente é devolvido para a rede (CPFL) e entra como crédito, que utilizo na lavanderia gerando economia na conta”, explicou.

Menos água

O marido de Teresa é proprietário de uma loja de estética automotiva, no Centro de Jundiaí. Para cada veículo, com a técnica empregada, são utilizados apenas 300 ml de água. Ele garante que isso gera muito mais brilho em relação à limpeza comum. “Uma lavagem convencional, com mangueira, gasta em média 200 litros de água. Um desperdício na questão ambiental! E nem sempre o carro sai limpo. Quantidade de água não é sinônimo de carro sem sujeira”, frisou.

Quando o assunto é energia elétrica, Tiago Orrú destacou ter investido em lâmpadas de led para tentar evitar gastos extras. “Elas ajudam a reduzir o consumo, comparadas às lâmpadas incandescentes”, enfatizou. “Mas as altas na conta por parte do governo afetam bastante, mesmo a gente fazendo a nossa parte”.

Represa

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou durante um pronunciamento que o Brasil passa por uma crise hídrica e pediu para que a população faça uso “consciente e responsável” de água e energia. De acordo com informações, o país vive a pior crise hídrica dos últimos 91 anos.

Desde maio, a DAE Jundiaí iniciou uma campanha para incentivar o consumo consciente de água no município. Dicas simples como tomar banhos rápidos, usar a vassoura para limpar a calçada e a garagem e lavar as mãos sempre que necessário, mas fechando a torneira enquanto o sabonete é utilizado fazem muita diferença no consumo geral da cidade.

A represa de abastecimento, ainda segundo a DAE, está com 77% da capacidade – o equivalente a 7,1 bilhões de litros de água armazenados. Para isso, além do rio Jundiaí-Mirim, principal fonte de abastecimento da cidade, a empresa utiliza a outorga do rio Atibaia (que envia, por segundo, 1,2 mil litros de água para Jundiaí).

Campanha Energia Barata

Os sucessivos aumentos no valor da conta de energia motivaram uma campanha, chamada “Quero Energia Barata”. A iniciativa é da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) e busca promover ao longo do ano diversas ações para dar visibilidade ao projeto de Lei 414/2021. “O principal objetivo (do projeto) é fazer com que todos os consumidores sejam livres para fazer a portabilidade da sua conta de luz, ou seja, livres para escolher a empresa fornecedora de energia elétrica”, diz Braz Justi, CEO da Esfera Energia.

Para saber mais e participar da campanha, basta acessar o site. Há um abaixo-assinado online, também.