10 anos da Boate Kiss: Bruna saiu de Várzea Paulista para estudar em Santa Maria
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10 anos da Boate Kiss: Bruna saiu de Várzea Paulista para estudar em Santa Maria

Aos 13 anos, Bruna acompanhou a cobertura da tragédia e disse à mãe que estudaria na Universidade Federal de Santa Maria. Anos depois, ela cumpriu a promessa.

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Bruna vivia em Várzea Paulista, e hoje cursa Agronomia na Universidade Federal de Santa Maria, no RS (Foto: Arquivo Pessoal)

Hoje, 27 de janeiro de 2023, completam 10 anos da trágica noite que tirou a vida de 242 pessoas em um incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, cidade do Rio Grande do Sul. Aquele foi, com certeza, um dos dias mais tristes para cada brasileiro, e em alguns casos, até mesmo definiu um futuro que ainda estava longe de acontecer.

Bruna Regina Carvalho Pinto (23) tinha apenas 13 anos quando o incêndio na Boate Kiss tomou conta dos noticiários. Nesta época, Bruna morava com a família muito longe de Santa Maria. Na verdade, eles viviam aqui na região, em Várzea Paulista.

Mas aquelas cenas desesperadoras ficaram marcadas na mente e no coração da menina. “Na época do incêndio, lembro quando acordei no domingo, de ver as notícias na TV. De minuto a minuto, o noticiário falava sobre o ocorrido, e aumentava o número de pessoas que haviam falecido ou estavam em estado grave”, conta Bruna.

‘Mãe, vou estudar lá’

“O que não esqueço, é que de noite, quando fui à igreja, lembro de ter orado pelas vítimas, para que Deus confortasse elas e os pais de cada um. Como criança ingênua, orei até pra que Deus regenerasse a pele das vítimas. Quando voltamos da igreja, lembro de estar passando na TV, no Fantástico, sobre o que havia acontecido. Apareceu as vítimas e também o que elas faziam”, relembra.

Bruna recorda que, naquela reportagem, descobriu que a maioria das vítimas eram universitários da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). “Quando aconteceu esta tragédia, ela falou: ‘mãe, vou estudar lá!'”, conta Val, mãe de Bruna. Ela, curiosa, ainda questionou a menina: “Como assim? Você sabe onde fica Santa Maria? Fica muito distante daqui!”.

“Mas ela falou: ‘E lá que vou fazer faculdade'”.

“Acho que minha emoção naquele dia, é a mesma que agora, aquela sensação que a gente fica anestesiada depois de um choque, de não acreditar que tantas vidas foram dizimadas de forma tão trágica.”

Estudante da UFSM

Anos depois da tragédia, e da ideia que Bruna teve em 2013, a jovem coincidentemente conseguiu passar no vestibular da UFSM.

Por gostar da área de recuperação ambiental e preservação, quando chegou a hora de escolher uma graduação, Bruna escolheu Engenharia Ambiental. Com seu objetivo em mente, verificou que a UFSM ofertava o curso, e se inscreveu. A jovem passou na primeira chamada da Universidade Federal.

“Depois de 1 e 6 meses, eu não me encontrava feliz no curso. Então, eu decidi trocar de curso. Busquei por algo que me lembrasse minhas raízes, que envolvesse algo que eu estaria feliz por fazer até o fim dos meus dias, e conheci o curso de Agronomia, aqui na UFSM. Foi aí que decidi, fiz o Enem novamente, e passei na 1° chamada do curso”, conta Bruna.

A vida em Santa Maria

Bruna conta que não tinha como meta da vida estudar aqui na faculdade como uma forma de homenagem, “até porque, acredito que se o intuito fosse esse, eu estaria querendo ‘viver’ a história de cada vítima”. Mas a estudante acredita que o objetivo de ir para Santa Maria foi tentar ajudar “em algo que fosse possível”.

“Meu objetivo sempre foi estar em uma universidade federal, para buscar um aprofundamento com ciência, pesquisa e extensão, e encontrei em Santa Maria essa opção. Acho que a fala, naquele momento, ainda criança, foi algo ingênuo, querendo vir para Santa Maria, para tentar ajudar em algo. Ajudar em algo pra cidade, no curso, por que ambos ficaram muito abalados após o acontecido. Então, sempre que há uma ação social, ou que me disponibilizo a ajudar um estudante novo na cidade, por exemplo, tento dar o meu melhor, pois sei que só de estar aqui, a lembrança tragédia afeta o relacionamento das pessoas”, conta.

“Quando vim pra cá, morei no centro da cidade, a uma distância de uns 5 minutos da boate. Lembro que quando passei a primeira vez na frente do local, fiquei paralisada, olhando estarrecida e pensativa, naquela sensação de quando a gente vê realmente algo que passava na televisão ser tão real, e estar na minha frente. Pensei o que cada um passou ali dentro, o desespero, o medo e a vida escorrendo e derretendo naquele lugar…”

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