
O último Entrevistão de 2019 é com uma pessoa que levou o projeto de voluntariado ‘Fios Encantados’ – que confecciona toucas e perucas para crianças e adolescentes com câncer -, de Jundiaí, para o Brasil todo.
A presidente do grupo, Mara Gisele, que raspou a cabeça em solidariedade a pacientes oncológicos, participou do programa ‘The Wall’ do Caldeirão do Huck, da Rede Globo, mostrando que não existe força maior do que a da solidariedade.
Mara conta que apesar de todas as dificuldades, conquistas e correria, os Fios Encantados deve crescer cada dia mais com o lema: “Fazer o bem sem querer nada em troca”, que ela faz questão de destacar em conversa com o Tribuna de Jundiaí.

“As pessoas estão se espelhando em mim e fazendo outros grupos de voluntariados”, comemora a presidente do projeto.
Saiba mais sobre o projeto, rotina e ações dos Fios Encantados a seguir:
Tribuna de Jundiaí: Como foi o reconhecimento do projeto Fios Encantados em 2019?
Mara Gisele: O projeto ficou conhecido em todo Brasil após a participação no programa do Caldeirão do Huck. Antes, tínhamos 2 mil seguidores no Instagram, na mesma tarde que o quadro foi ao ar, fomos para 15 mil. Inclusive, já recebi contato de pessoas de outros países, mas ainda temos muito para fazer aqui no Brasil.
TJ: Quantas instituições foram beneficiadas neste último ano? E de quais estados?
MG: Já percorremos mais de 26 mil quilômetros em 20 meses, com entrega de 6.713 toucas para crianças e adolescentes com câncer, além de lares de idosos e casas de famílias carentes nos estados de Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Pará, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul e Sergipe.
TJ: O número de voluntários também aumentou em relação ao ano anterior? E de doações?
MG: Sim. Mas muitos passam por lá para fazer uma fotinho comigo com o logo dos Fios Encantados e ficam por uma semana, mas depois não voltam mais. Para ser voluntária, a pessoa tem que querer e fazer com carinho e amor. Já doações não tiveram muitas, ganhamos mais de 1.800 novelos de lãs, mas só conseguimos usar 788 porque a maioria era lã usada que não serve para fazer perucas e toucas. Utilizamos o restante para outros fins que não exige certos cuidados, como sapatos e cachecóis para idosos.
TJ: Quais ações foram desenvolvidas, além da entrega de toucas?
MG: Sou palhaça voluntária dos hospitais Universitário e São Vicente, em Jundiaí, trabalho com dependentes químicos, idosos, moradores de rua, fazendo doações de alimentos, roupas, amor e carinho. Além disso, sou voluntária no Grendacc (Grupo em Defesa da Criança com Câncer). Esse sempre foi meu desejo e sei que estou inspirando outras pessoas no Brasil todo a se tornar um voluntário e fazer diferença na vida do outro.
TJ: Como foi conciliar família com o projeto, viagens e campanhas para arrecadar fundos?
MG: Não é muito difícil. Minha família é do bem, meu filho sai para entregar roupas para moradores de ruas, e a minha filha doa roupas nos varais solidários. Graças a Deus a sementinha da solidariedade foi plantada desde que eles se entendem por gente, sempre me acompanham no trabalho que desenvolvo, eles são compreensíveis e me apoiam. Já o meu marido me ajuda o ano inteiro e em dezembro ele é o meu Papai Noel nas ações.
TJ: O que você sentiu em ajudar tantas pessoas neste ano?
MG: Consegui ajudar as pessoas neste ano querendo fazer mais, acho que ainda faço pouco. Têm muitas pessoas esperando um sorriso, um abraço, um aperto de mão, as pessoas estão muito individualizadas. Eu faço aquilo que gostaria que fizesse comigo, muitas vezes nem sei como consigo fazer tantas coisas em um dia, mas o senhor dá isso quando estamos fazendo de coração e de alma.
TJ: O que você espera de 2020? Quais são as expectativas para os Fios Encantados no próximo ano?
MG: Eu espero que nosso trabalho possa alcançar várias famílias pelo Brasil todo, com uma produção maior, além de conquistar novos parceiros que nos ajudem. Além disso, já estou com a agenda cheia de palestras em escolas, presídios, hospitais, empresas, que é um meio para arrecadar as lãs e conscientizar a população sobre a importância do voluntariado.
 
					 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		 
			
		