A destruição criativa é o grande desafio para os gestores públicos e privados
Conecte-se conosco

Opinião

A destruição criativa é o grande desafio para os gestores públicos e privados

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

Publicado

em

Atualizado há

Foto: Canva Pro

São muitas as teorias para explicar, definir, entender, analisar, ensinar, antecipar e justificar os movimentos dos mercados. Porém nesse breve relato vou ousar em buscar nas leis da física uma reflexão para tais problemas. Isaac Newton físico inglês disse: “Todo corpo tende a permanecer em seu estado de repouso ou de movimento retilíneo e uniforme a menos que uma força resultante não nula seja exercida sobre ele”.

Entretanto tendo o mercado como um só corpo, onde os deslocamentos têm sinergias determinadas por cadeias de suprimentos integradas e dependentes da unificação de um conjunto de atividades sociais. Não importa o tamanho das transações, essas dependem de impulsos para a aceleração da massa de negócios.

Esses estímulos em momentos impares devem vir dos estados, mas afirmo que uma economia equilibrada não pode depender somente desses incentivos. O economista austríaco Joseph Schumpeter deixa claro que o desenvolvimento é um fenômeno distinto, inteiramente novo ao usual fluxo circular, na tendência para o equilíbrio. Ele ainda enfatiza que é uma mudança espontânea e descontínua nos canais do fluxo, rompimento do equilíbrio, que altera e desloca para sempre o estado de estabilidade previamente estabelecido, se tornando um “novo normal” na vida industrial e comercial, não na esfera das necessidades dos consumidores de produtos finais.

O pensamento do economista da escola de Viena é verdadeiramente a linha mestra do sistema capitalista por demonstrar que os propulsores das turbinas que aceleram a roda da economia de mercados, são os agentes econômicos privados, como empresários inovadores os quais estão sempre dispostos a correr riscos sejam para buscar uma nova técnica para vencer uma competição ou para se adaptar ao novo ecossistema de negócios.

Basta observar as mudanças nos mercados, a partir do processo de desregulação dos mercados e os avanços nas relações comerciais, cambiais e a globalização da luxuria. Saliento que nesse ambiente o estado tem função o que para o economista austríaco com viés liberal é uma negação. É função do estado, organizar e estabelecer regras para evitar que as imperfeiçoes dos gestores desequilibrem as relações entre os stakeholders e os conflitos de interesses destruam os princípios que sustentam as relações coletivas.

Observando as transformações na sociedade global percebe-se que os ciclos dos negócios estão cada dia mais breve, o que gera atrito com as organizações estatais, devido ao tempo de respostas do conjunto de burocracias. Empresas por natureza tenta estabelecer barreiras de entrada em todas as suas fronteiras e o regramento governamental é uma ferramenta importante para a sociedade, pois ameniza os abusos dos conglomerados que dominam a oferta de bens e serviços, controlam as fontes de matérias primas e fazem movimentos diversos para baratear o capital humano.

As estruturas empresariais vivem em ambientes turbulentos e as ameaças são constantes, entretanto qualquer descuido na estratégia de defesa, pode ser surpreendido por novos entrantes ou por uma técnica destruidora da ordem estabelecida, os estrategistas do setor privado perdem o passo por não entender a dinâmica capitalista. E os formuladores de politicas públicas presos em seus casulos, não conseguem antecipar a construção de um conjunto de regras, para amenizar as divergências com os novos setores em formação.

Os exemplos são inúmeros, dos exploradores de grandes fontes de matéria primas que podem ser substituídas por novos materiais, indústrias que se deslocam em busca de vantagens e outras que desaparecem por obsolescência, grandes redes de bancos navegando em mares turbulentos e perdendo forças diante de novas formas de transações financeiras, assim como grandes conglomerados do varejo que desabam diante das decisões da infidelidade dos consumidores.

A grande revolução nas telecomunicações que constantemente se modificam, aproximando os agentes sociais e destruindo outras formas de tecnologias da informação, atingindo até modelos de serviços, esse movimento é permanente. O debate sobre o controle das redes sociais e a formalização de atividades como transportes por aplicativos, ajustes na tributação de compras online e até operações nas bolsas de valores são desafios para os legisladores e gestores públicos.

Para ajudar a entender esses argumentos não posso abrir mão do pensamento de alguns ícones da humanidade como o físico italiano Galileu Galilei “a condição natural dos corpos não é o repouso, mas o movimento”. E também a contribuição do empresário e inventor norte americano Thomas Edison, “a insatisfação é a propulsão da evolução”.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí. Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

Opinião

Planejar a cidade

Artigo por Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí

Publicado

em

Por

Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí
Foto: Arquivo pessoal

Ao construirmos uma casa, necessitamos de planejamento e fundações sólidas. Assim também funciona com uma cidade: não há espaço para projetos desorientados, baseados em proposições meramente empíricas e desprovidas de sustentação orçamentária, sem unidade estratégica. O governador Mário Covas dizia que governar exige dizer sim, mas também dizer não. Acrescento que o que se diz, na prática, deve reverberar os…

Continuar lendo

Opinião

Os efeitos da escravidão promovida pelos colonizadores continuam impedindo o avanço da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

Publicado

em

Por

Foto: Canva

O Brasil em pleno século XXI ainda enfrenta distorções na economia e desigualdade social por causa do longo período escravocrata e pela maneira como ocorreu o processo de abolição. As deformações na economia brasileira foram criadas a partir do momento em que a escravidão foi mantida, pois era a base do sistema legal desprezando o capitalismo como sistema de organização…

Continuar lendo

Opinião

Lula festeja o crescimento da economia e o povo ainda não

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

Publicado

em

Por

Presidente Lula
Foto: José Cruz/Agência Brasil

As projeções para a economia brasileira são positivas e o governo aproveita para promover as suas conquistas dando publicidade para a posição do Brasil no ranking das maiores economias global, e com isso vai camuflando o problema endêmico da distribuição de rendas. O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024…

Continuar lendo

Opinião

Elon Musk ataca a democracia no Brasil, tentando barrar a BYD e amenizar sua agonia

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

Publicado

em

Por

Elon Musk
Foto: Reprodução/Youtube

O ambicioso, controverso, arrogante e polêmico bilionário sul africano Elon Musk, em uma entrevista à Bloomberg em 2011, caiu na gargalhada quando o repórter sugeriu a BYD como possível rival da gigante Tesla no setor de veículos elétricos. Musk respondeu com empáfia, perguntando se alguém já tinha visto um carro da marca chinesa, subestimando qualquer possibilidade de algum terráqueo superar…

Continuar lendo

Opinião

Decisão do STF sobre retroatividade de impostos agrava a insegurança jurídica

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

Publicado

em

Por

Rafael Cervone é presidente do CIESP. Foto: CIESP/Divulgação

É absurda e danosa à economia a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a cobrança retroativa de impostos não recolhidos no passado em razão de sentenças judiciais definitivas ganhas pelas empresas. Estas terão de despender agora expressivo volume de dinheiro com uma inesperada despesa, para arcar com algo que a própria Justiça havia estabelecido como indevido. É uma…

Continuar lendo
Publicidade