Lula pode promover uma geração de desalentados, com a distribuição de dinheiro para estudantes pobres
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Opinião

Lula pode promover uma geração de desalentados, com a distribuição de dinheiro para estudantes pobres

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Presidente Lula falando no microfone em evento
Foto: Agência Brasil

Analisando os orçamentos públicos destinados para educação nos Munícipios, Estados e no Governo Central, estou indignado como conseguem gastar tanto dinheiro e entregar um capital humano de péssima qualidade para a sociedade. Os recursos financeiros atribuídos para esses fins são imensos a tal ponto que muitos munícipios até ultrapassam a cifra do bilhão de reais. Não existem justificativas para tal ingerência nessa área que é à base do desenvolvimento de qualquer sociedade.

Cada governante que assume o poder estruturam programas ufanistas para confundir a população e torrar uma montanha de grana do orçamento da educação. Lembro muito bem do Programa FIES do Governo Federal que distribuiu $ bilhões de reais para os grandes grupos empresariais de educação, os quais ofertavam diplomas com a máscara da formação superior e a promessa de ascensão social que iludiu muita gente. A irresponsabilidade foi tão gritante que somente corrigiram a rota quando zerou o caixa do governo.

Então passou a exigir contrapartidas de qualidade dos alunos e das instituições de ensino, as quais tiveram quedas significantes nas receitas financeiras. Também não deve esquecer os projetos educacionais do Governo do Estado de São Paulo na gestão do secretário “sonhador” Gabriel Chalita, com seus espantalhos pedagógicos, com apenas um objetivo, gastar uma montanha de grana do contribuinte paulista. A farra continua por toda a Federação, salvo algumas exceções, como o Estado do Ceará, onde os alunos se destacam em avalições até internacionais.

Na ultima sexta feira de janeiro de 2024, o Presidente Lula assinou um decreto que regulamenta o Programa Pé-de-Meia, uma iniciativa voltada para a concessão de uma bolsa de permanência no ensino médio a 2,5 milhões de alunos de baixa renda, com renda familiar de até R$ 218 por pessoa. Segundo os formuladores do Programa, o objetivo principal é reduzir as taxas de evasão escolar, proporcionando um auxílio financeiro aos estudantes.

O Mandatário Lula destacou a importância de envolver a sociedade brasileira, especialmente pais e mães, no processo educacional, bem similar ao modelo pedagógico do Chalita. Acho válida a ideia, mas se a economia não crescer para absorver essa massa de jovens na fase adulta, a confiança das famílias se torna uma nuvem passageira e essa turma vai aumentar o exército de dependentes das bolsas emergências dos governos, as quais estão se tornando permanentes.

Criar expectativas positivas é importante para uma sociedade, entretanto não pode formar engenheiros, advogados, contadores, administradores, pedagogos e outros profissionais para viver no abismo da informalidade. Isso é Revolução Cultural às avessas, ou seja, jogar uma geração de pobres no desalento e as consequências hipoteticamente não será as melhores, para a ordem social estabelecida. Infelizmente a ação corretiva será a tolerância para crimes de baixo impacto e a segregação das classes ricas em confinamentos e o pavor da violência movendo as relações sociais nas esquinas.

Um capital humano forte é essencial para permitir que o Brasil possa escapar a este destino cruel, e a construção depende de insumos sob a forma de professores capacitados, bibliotecas atualizadas e tempo dos estudantes, esses devem ser vistos como trabalhadores pelo simples fato de estar sendo preparados para produção futura.

É justamente na geração desses fatores que as nações mais avançadas levam vantagens, pois dispõem de mais infraestrutura para a formação. Desde brinquedos oferecidos para as crianças até a programação nos veículos de comunicação de massa, todos tem cunho educativo com foco na evolução do capital humano. Sustentado por um programa educacional universal e permanente, traçado por burocratas do Estado sem interferências direta dos governantes.

Para romper a dependência intelectual e tecnológica para com os países desenvolvidos, não é mais necessário investir em educação, mas sim gastar com responsabilidade o farto capital financeiro disponível. A gestão da educação pública é irresponsável principalmente no que tange Municípios e Estados, pois até os trabalhadores da educação não tem confiança nos projetos pedagógicos, mesmo porque sabem que são arranjos para iludir.

Lamentavelmente não é exigido um processo de evolução aos professores nas escolas municipais e estaduais, justamente para evitar um plano de carreira, como ocorre no Ensino Superior nas instituições estatais, onde estudam os nobres. E na mesma situação estão os alunos desmotivados devido à ausência de espelhos nos grupos sociais em que vivem, pois a escola infelizmente não garante sucesso financeiro para a grande massa. Exatamente a parcela da sociedade que o Governo Federal está confiante na tal Revolução Cultural, com estímulos financeiros em uma sociedade capitalista, na qual o consumo de bens e serviços faz parte de uma das variáveis da felicidade breve.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí. 

Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

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Foto: Divulgação/CIESP Jundiaí

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