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Opinião

Os prefeitos no Brasil comprometem a educação das crianças e deixam um vácuo na formação do cidadão

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Foto: Canva Pro

Coreia do Sul, Cingapura, China Comunista e Finlândia se destacam em diversas áreas do saber, já estão na vanguarda do conhecimento cientifico. Essas nações adotam modelos educacionais inclusivos para romper as barreiras do atraso e da opressão e assim alcançar o seleto grupo de países socialmente desenvolvidos e economicamente estabilizados.

O motor de propulsão da Coreia do Sul é movimentado por uma confirmação de que é elementar, para que o sistema de ensino superior consiga resultados satisfatórios, será extremamente necessária uma base escolar forte e abrangente.  Exatamente o que o Brasil ainda não conseguiu adotar, formando um vácuo de qualidade entre o ensino de base público e o privado e como consequência queda na produtividade dos meios de produção. É sabido que o acesso as boas universidades ficam limitados a uma minoria o que não é suficiente para  provocar uma revolução coletiva.

Outro exemplo de sucesso é Cingapura, conhecida como “A Pérola da Ásia”, atualmente é um dos maiores centros financeiros do mundo. Esse país impressionou a humanidade com seus altos níveis de educação, saúde e competitividade econômica, ao mesmo tempo em que atacava a desgraça da corrupção, considerada uma doença endêmica na antiga colônia inglesa.

Como alicerce da sociedade em transformação adotou um modelo pedagógico rígido, com foco na formação da juventude, o qual é impossível aplicar em democracias, porem é possível exigir aos atores envolvidos no projeto o mesmo nível de compromisso com a formação do cidadão.

Posso afirmar que essa patologia é a grande responsável pela deficiência na educação de base no Brasil, mesmo porque Estados e Municípios que tem grandes orçamentos para essa pasta, mas não conseguem bons indicadores nas avalições e nem tampouco colocar seus egressos nas universidades de ponta no país.

O compromisso com a sociedade é frágil e fica evidente na ausência de estímulos aos profissionais da educação. Uma política educacional para aprimorar o conhecimento dos professores e consequentemente uma recompensa salarial para estimular a retenção dos profissionais com titulação elevada no ensino de base, e a manutenção do ensino no estado da arte.

A China é a segunda economia do mundo, e o fenômeno do crescimento chinês, ocorreu basicamente nesse século. Além da pujança econômica, vem aperfeiçoando seu parque produtivo com bens de capital de matriz própria, o que facilita na competição com outros gigantes do mercado global. A rigidez do sistema de organização social da produção comunista foi um dos alicerces para os lideres do país conduzir um modelo educacional de excelência e as consequências estão refletidas em diversos indicadores positivos na sociedade chinesa.

Rigorosidade, disciplina e competitividade são características da educação do país, o que ajuda a garantir um papel de referência no cenário internacional. O ensino chinês é obrigatório e gratuito a todos até os quinze anos de idade. Um fator interessante são os rigores das avaliações que começam no início da vida escolar das crianças, com forte apelo no ensino de matemática, ciências e leituras.

Bem diferente do Brasil, onde Prefeitos e governadores irresponsáveis utiliza a educação como peças de publicidades e escondem as deficiências, as quais explodem no fim da adolescência e com consequências na formação do cidadão e do profissional deixando a sociedade liquida.   

O modelo educacional da Finlândia é considerado por especialistas e sustentado pelos indicadores do PISA, como o mais eficiente do mundo; As características são similares ao sistema de educação básica no Brasil. São disposições Constitucionais, com a educação básica obrigatória e gratuita para todos e instituições educacionais fornecidas por autoridades públicas.

A força do sistema finlandês é que garante a igualdade de oportunidades de aprendizagem independentemente da classe social do aluno. Em vez de estabelecer uma comparação entre alunos, o foco reside em dar apoio aos estudantes e orientar os alunos com necessidades especiais. Poucas crianças precisam repetir as séries.

Em tese o modelo brasileiro é similar, o que poderia ser uma força, lamentavelmente é uma fraqueza, pois tudo isso está projetado, mas não aplicam com a qualidade necessária. Inclusive a repetição de series, na Finlândia é pela qualidade e aqui é pelo descaso para abrir novas vagas e aprisionar as crianças em suas estruturas arquitetônicas reacionárias. A educação da escola abrangente é fornecida pelo município ao qual sua casa pertence, e a rede de escolas do primeiro ciclo é ampla.

Todos os materiais educacionais básicos são gratuitos para as crianças, e os serviços incluem uma refeição quente todos os dias, assistência à saúde na escola e transporte gratuito para as pessoas que moram distante da escola. O leitor ficará em dúvida se estou fazendo referência à Finlândia ou ao Brasil, entretanto ambos os sistemas educacionais são similares nessas variáveis. Exatamente fica a grande indagação: Onde o Brasil falha?

Durante o anuncio da criação de uma centena de Institutos Federais de Ensino, o presidente Lula destacou o papel transformador da educação na mobilidade social e econômica da população, concordo, mas essa mudança não ocorrerá com grande impacto se esse vácuo na educação de base permanecer. E continuou o seu discurso, apelativo ao abordar o investimento na área educacional, como elementar para transformar o Brasil em uma sociedade avançada, entretanto em momento algum, comentou sobre a necessidade de criar um regramento que possa comprometer os gestores públicos, até com punição dura, se não entregar um capital humano de qualidade.

Exemplos não faltam de para estabelecer parâmetros sobre a qualidade da educação de base. O comportamento dos gestores dos orçamentos educacionais brasileiros assusta os finlandeses, chineses, coreanos e faz os arranha-céus de Cingapura perder os brilhos. Duvido que nesses países os prefeitos, vereadores e suas altas cúpulas de servidores públicos deixam seus filhos fora do sistema público de educação. Por lá confiam no que produzem e no produto que vão entregar. E por aqui alguém arrisca os motivos da ausência das famílias dos envolvidos nas escolas públicas?

“Prefiro os que me criticam, porque me corrigem; aos que me elogiam, porque me corrompem”. Santo Agostinho – 354 d.C viveu em Tagaste, hoje Argélia.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí. Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

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