Em julgamento nesta quarta-feira (8), Reginaldo Barbosa, acusado de matar a atear fogo no corpo de Juliana Souza de Oliveira (27), em Campo Limpo Paulista, recebeu a condenação de 35 anos e nove meses de prisão, por homicídio triplamente qualificado, extorsão e ocultação de cadáver.
A polícia encontrou o corpo da jovem, carbonizado, dentro de um latão, em dezembro de 2021, em Campo Limpo Paulista. O julgamento do caso aconteceu ontem, por volta das 10h30, no fórum da cidade, e durou mais de dez horas. Além disso, o julgamento contou com júri popular.
Na parte da manhã, a Justiça ouviu três pessoas da família de Juliana, suas duas irmãs e um cunhado. À tarde, após intervalo, retomaram o julgamento com mais quatro depoimentos: O policial militar que atendeu a primeira ligação sobre o sumiço de Juliana; dois investigadores; o delegado; e o réu.
‘Família está dilacerada’
De acordo com informações do Ministério Público, Reginaldo e a irmã de Juliana estavam casados desde outubro de 2014. Em entrevista ao g1, a outra irmã da vítima falou sobre o estado da família após o crime.
“A nossa família está dilacerada. A Juliana nos foi arrancada da forma mais desumana e cruel que existe. Ela sempre foi uma menina genuína, muito tranquila e reservada”, afirma.
Além disso, ela contou ao jornal que desde a morte da irmã, a mãe toma antidepressivos e medicamentos para conseguir dormir. Ela disse que, na época do crime, Juliana estava trabalhando em home office, e fazia tratamento para hipertireoidismo. Dessa forma, precisava realizara exames constantemente.
“[Reginaldo] Aproveitou da confiança que ela tinha, da vulnerabilidade e a extorquiu, a matou de forma inexplicável. E ele se fazia de vítima, falando que era incapaz de fazer mal para nossa família, que a minha mãe era considerada como uma segunda mãe para ele”, conta.
Relembre o caso
Após sair de casa para um exame de sangue em Várzea Paulista, Juliana desapareceu, no dia 1º de dezembro de 2021. Durante as investigações, a polícia encontrou um corpo carbonizado na área onde o celular de Juliana registrou sinal pela última vez. Além disso, estavam no mesmo local um bolsa e um cartão de ônibus, objetos que pertenciam à vítima.
De acordo com as autoridades, o corpo estava carbonizado, dentro de um tambor que tinha marcas de tiros. Mais tarde, o Instituto de Criminalística emitiu um laudo que confirmou que o corpo era de Juliana.
As investigações sobre a morte levaram a polícia até seu cunhado, Reginaldo. Ele trabalhava como segurança em um loteamento às margens da Rodovia Edgard Máximo Zambotto, onde estavam os objetos, o corpo e onde registraram o último sinal de celular de Juliana.
Na época do crime, a Polícia Civil ainda identificou várias transferências bancárias realizadas da conta de Juliana para Reginaldo. As transferências foram realizadas no dia 1º de dezembro de 2021, dia em que a jovem desapareceu. No mesmo dia, as investigações identificaram o pagamento de R$ 20 por um galão de diesel, em nome de Reginaldo.
Câmeras de segurança ainda registraram o trajeto de acusado no dia do crime, em direção ao terminal de ônibus de Campo Limpo Paulista, em seguida, com a jovem no carro, a caminho da Rodovia Edgard Máximo Zambotto. A Justiça determinou prisão preventiva de Reginaldo no dia 4 de fevereiro de 2022.