Sebastiana Paschoal Coelho, de 97 anos, parece frágil. Mas a forma de encarar o coronavírus sem reclamar das dores chamou a atenção. Ela passou sete dias internada no Centro de Combate ao Coronavírus, no Parque Cecap, em Guarulhos, e, contrariando as expectativas, recebeu alta no último dia 17.

Dona Nenê, como é conhecida no asilo onde vive, em Guarulhos, afirma ter sido registrada dois anos após o nascimento. Por isso, ela teria idade superior a 97 anos e completaria 100 anos no próximo dia 7 de setembro.

Tontura e febre foram os primeiros sintomas da doença. Ela não chegou a ter falta de ar, como ocorre com a maior parte dos pacientes, mas os responsáveis acharam melhor leva-la ao médico. Com confirmação para Covid-19, ela foi hospitalizada para acompanhamento, sem necessidade de internação na UTI ou entubação.

“Passei bem [a internação]. Tinha que passar de qualquer maneira. A situação é minha, então, eu que tinha de escolher. Não me senti mal de jeito nenhum. Só estava louca para ir embora [risos]. A gente enjoa de ficar num lugar toda vida”, diz.

Segundo o Guarulhos Web, ela garante ter passado também pela gripe espanhola quando pequena; sendo assim, “não seria o coronavírus que me derrubaria”.

De volta ao asilo onde mora, ela voltou a fazer seu tricô.

“Estou bem mesmo, não estou sentindo nada além do normal”.

Ela iniciou a fisioterapia e se tornou exemplo para os idosos que ainda lutam para se recuperar da Covid-19.

Wladimir Queiroz, médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, diz que muitos fatores podem determinar a cura. Mesmo aqueles que apresentam mais risco, como idade e comorbidades, podem ter aspectos genéticos positivos.

“Ainda há um fator imponderável. Apesar de o vírus ser o mesmo, cada pessoa é uma pessoa, e a doença é o resultado da integração de pessoas diferentes com o mesmo vírus. Então, o resultado dessa integração pode ser mais ou menos favorável, dependendo da condição genética de cada um. É uma caixa de surpresas”, completa.

Com informações do Agora SP e Guarulhos Web.