Cientista projeta 'boom' de internações e mortes após aglomerações no réveillon
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Cientista projeta ‘boom’ de internações e mortes após aglomerações no réveillon

Nas festas de final de ano, foram flagradas diversas festas com pessoas sem máscaras e sem preocupação com a pandemia,

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Aglomeração no réveillon em praia do Brasil
Foto: Reprodução

Depois dos flagrantes de aglomerações nas festas de réveillon na semana passada, com pessoas sem máscaras e administrações dizendo “seguir os protocolos sanitários e de segurança”, especialistas projetam que próximas semanas podem registrar um aumento significativo de internações e mortes por Covid-19 no Brasil.

Em uma reportagem que foi ao ar no Fantástico deste domingo (3), um cientista explica o comportamento inconsequente desta parte da população.

“É como se não houvesse amanhã”, comentou Miguel Nicolelis, neurocientista e coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste.

Em locais famosos de turismo no Brasil, como São Miguel do Gostoso e Pipa, no Rio Grande do Norte, festas vendiam ingressos para pacotes de dias de hospedagem. De acordo com convidados dos eventos, foi necessário apresentar um teste negativo de Covid-19 para participar. O teste solicitado e obrigatório é o PCR, que teve de ser feito 72 horas antes da festa.

No entanto, a microbiologista e presidente do Instituto Questão de Ciência, Natalia Pasternak, levanta uma questão importante. “Como se pode fazer o teste há 72 horas e dá negativo, e você se contamina logo depois do teste e vai para a festa todo feliz e contaminado?”

Além disso, também podia ser apresentado um teste comprovando que o convidado já foi contaminado pelo vírus anteriormente. Assim, estes também eram liberados para aproveitar a festa. Mas Pasternak também informa que este teste de anticorpos tem um índice alto de falso positivo e falso negativo. “Por isso que estes testes, nenhum deles deve ser usado como passaporte de imunidade”, explica.

Segurança em aglomeração?

Tanto os organizadores da festa de Gostoso, quanto de Tibal so Sul, onde fica a praia de Pipa, comunicaram que “todos os protocolos foram seguidos”. Os anúncios deram ênfase em uso obrigatório de máscaras e na venda reduzida de ingressos para eventos em local totalmente aberto.

Mas a especialista conta que não é possível estar seguro no meio de uma aglomeração com tantas pessoas. “Não existe como colocar protocolos de controle. Se você tem aglomeração, você vai ter disseminação da doença.”

De acordo com a reportagem do Fantástico, nenhuma das duas cidades que receberam os turistas nas grandes festas têm um leito sequer para atendimento de pessoas infectadas. A administração de Tibal do Sul, vigente até 2020. disse em nota que o evento foi autorizado “mediante a importância e tradição para a localidade, para o turismo e para a geração de emprego e renda, e para a economia local”. Enquanto isso, a Prefeitura de São Miguel do Gostoso não quis responder o motivo de ter liberado a festa.

Mesmo com a proibição de eventos em muitas cidades, ainda assim foram realizados eventos clandestinos, em locais fechados em todo o país.

O neurocientista, Miguel Nicolelis, informou que “o Brasil corre o risco de ter uma avalanche de casos”. Além disso, Pasternak complementa: “Mesmo que você diga ‘eu quero correr esse risco’, esse risco não é seu para correr. Você está colocando outras pessoas em risco também.”

Contaminação aparece em breve

Uma pessoa que se contaminou durante as comemorações de réveillon pode começar a sentir os sintomas da doença em cinco dias. Isso se a pessoa não for assintomática.

Mas mesmo antes da aparição dos sintomas, a pessoa já pode transmitir o vírus para pessoas com quem teve contato neste período.

Para isso, a microbiologista alerta: “Se já fez a besteira, já foi para uma festa: volta para casa e se isola! Não vá visitar os pais idosos; parta do princípio de que você está contaminado e que pode contaminar alguém, e faça o auto isolamento por 14 dias”.

Luz no fim do túnel

Mesmo com muita incerteza sobre os acontecimentos dos próximos dias, semanas e meses, o Doutor Dráuzio Varella tem mensagens positivas.

“Apesar de tudo, temos razões para comemorar a chegada de 2021, e eu não ‘tô’ maluco não”, brinca. “A primeira é que estamos vivos […] cerca de 200 mil brasileiros não tiveram essa sorte. A segunda razão é a vacina mais rápida da história! Dezenas de países já começaram a vacinação”.

No entanto, Varella reforça que a situação por aqui ainda é um pouco mais complicada “No Brasil nós não sabemos quanto tempo vai levar. Pra piorar, nada faz crer que o governo federal deixará de ser inimigo feroz das medidas de prevenção adotadas no mundo inteiro. Meu otimismo vem dos ganhos sociais. O SUS provou que é capaz de se organizar quando existe pressão da comunidade e vontade política.”

“A epidemia mostrou que não estaremos seguros enquanto existirem brasileiros infectados”, continua. “Lavar as mãos, usar máscara, e fugir das aglomerações, serão cuidados necessários em 2021. Ao contrários da minoria de irresponsáveis que espalham o vírus nas festas, a maior parte da sociedade brasileira é de pessoas conscientes, que não querem correr o risco de pegar o vírus, e muito menos de transmiti-lo para a família e a comunidade.”

Efeitos do final de ano

De acordo com o professor Pedro Hallal, epidemiologista e reitor da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, os efeitos das aglomerações do réveillon deve surgir após uma semana das festas.

Segundo ele, neste período os casos devem “bombar”. “Duas semanas depois ‘bombam’ as hospitalizações e, infelizmente, três semanas depois, aumentam os números de óbitos. É a regra que vem valendo desde o começo da pandemia no mundo todo, e não vai ser diferente desta vez.”

Hallal também destaca a descoberta da nova variante do vírus, que apareceu em São Paulo e tem o registro de ser de 60% a 70% mais transmissível do que a cepa anterior. Isso deve aumentar ainda mais o número de casos de Covid-19 no Brasil.

“Em uma contaminação normal de dez pessoas, com essa nova variante contaminariam 16. O problema é que se a festa for de 100 pessoas, vai a 160. E se a festa for de 1 mil pessoas, vai a 1.600. Esse que é o problema! Já que o aumento é percentual, quanto maior a aglomeração, mais grave é essa nova variante do coronavírus”, conclui o cientista.

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