Justiça faz confiscos de leitos, e rede privada teme desorganização com fila única para coronavírus
Conecte-se conosco

Coronavírus

Justiça faz confiscos de leitos, e rede privada teme desorganização com fila única para coronavírus

Unidades particulares avisam que pagamento insuficiente dos leitos pode, a médio prazo, inviabilizar todo atendimento

Publicado

em

Máquinas de UTI
Distribuição de leitos de UTI preocupam rede privada. (Foto: freepik)

Com a falta de leitos de UTI na rede pública, hospitais privados em alguns pontos do país têm sido obrigados pela Justiça a abrir vagas a pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) sem qualquer remuneração.

Diante disso, redes particulares em vários estados passaram a inventariar rapidamente os leitos de UTI ainda disponíveis para oferecê-los em negociação ao setor público.

O temor dos hospitais é que esse tipo de requisição acabe ocorrendo em breve de forma desorganizada, tanto por decisões da Justiça quanto pelo confisco direto por estados e municípios.

Membros da rede privada consideram que a adoção de uma “fila única” sem detalhamento técnico e financeiro neste momento traria problemas a médio prazo à manutenção do sistema.

Na “fila única”, leitos públicos e privados serviriam igualmente aos pacientes de Covid-19 por ordem de chegada.

“Com algumas exceções, não fomos procurados para disponibilizar as vagas existentes de forma organizada. Assim, é melhor tentarmos uma má negociação do que não receber nada”, diz Leonardo Barberes, diretor da Associação de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro (Aherj), que reúne cerca de 160 unidades privadas.

Segundo ele, pelo menos três hospitais do Rio foram obrigados a cumprir decisões da Justiça para ceder leitos a pacientes do SUS, fato que vem se repetindo em outros estados. Nesses casos, os hospitais não têm sido compensados.

A operação de um leito de UTI custa entre R$ 2.000 e R$ 3.500 ao dia, dependendo da complexidade, entre manutenção e pessoal.

No início de abril, o Ministério da Saúde publicou portaria dobrando, para R$ 1.600, o valor do custeio diário dos leitos de UTI, preço considerado insuficiente.

“Não adianta tentar pegar um leito privado abaixo de seu custo. Em 15 dias, o hospital não terá a receita necessária para pagar insumos ou pessoas e continuar a operação”, diz Leando Reis Tavares, vice-presidente médico da Rede D’Or, no Rio.

Segundo ele, não há nenhuma novidade na utilização, pelo SUS, de leitos privados – e há anos existem protocolos técnicos de uso e remuneração.

Dados da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) mostram que dos mais de 430 mil leitos de internação do país, 62% estão em instituições privadas, sendo que 52% dessa infraestrutura já é disponibilizada ao setor público mediante remuneração.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2017, 59% das internações de alta complexidade do SUS foram realizadas por instituições privadas.

Tavares afirma que os estados de São Paulo e Espírito Santo são dois exemplos de onde as negociações têm sido satisfatórias.

A prefeitura de São Paulo, por exemplo, fechou parceria com o hospital da Cruz Vermelha para obter 54 leitos, sendo 20 de UTI. Pelo valor de R$ 2.200 por leito, o Ministério da Saúde entra com R$ 1.600 e a prefeitura, com o restante.

No Espírito Santo, leitos de maior complexidade estão sendo alugados pela rede pública por R$ 3.100 e os de enfermaria, por R$ 1.200, segundo Tavares.

Há dez dias, o Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão do Ministério da Saúde, divulgou resolução pedindo à pasta que “assuma a coordenação nacional da alocação dos recursos assistenciais existentes, incluindo leitos hospitalares de propriedade de particulares, requisitando seu uso quando necessário, e regulando o acesso segundo as prioridades sanitárias de cada caso”.

A mesma orientação foi repassada às secretarias estaduais e municipais de saúde, o que poderá dar margem para a requisição direta de leitos.

Diante desse quadro, a Anahp defende uma regulação mais detalhada neste momento para o uso de unidades públicas e privadas.

“Se realizada de outra forma, a medida trará consequências adversas, prejudiciais ao sistema em um todo, já que os hospitais privados serão obrigados a lidar com múltiplas requisições de seus leitos de UTI sem qualquer controle ou planejamento”, diz a Anahp, que reúne 122 hospitais e entidades filantrópicas.

Há cerca de um mês, algo parecido ocorreu com os EPIs (equipamentos de proteção individual) e ventiladores mecânicos, que acabaram confiscados em vários pontos do país, atrapalhando o planejamento dos afetados.

Para Barberes, da Aherj, a “simplificação e o voluntarismo” na questão do uso dos leitos privados por estados e municípios poderá causar muitos danos ao sistema.

“O mesmo vem ocorrendo com a compra de ventiladores. De que adianta ter o equipamento sem contar com um anestesista na hora de intubar o paciente? É o que estamos vendo por ai”, afirma.

FERNANDO CANZIAN – FOLHAPRESS

 

Coronavírus

OMS declara fim da pandemia da Covid-19

Os especialistas da Organização Mundial da Saúde chegaram à conclusão de que o vírus não representa mais uma ameaça sanitária internacional.

Publicado

em

Por

Em pouco mais de três anos de pandemia, cerca de 20 milhões de pessoas morreram em decorrência do coronavírus (Foto: Reprodução)

Nesta sexta-feira (5), a OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou o fim da pandemia da Covid-19. De acordo com seus especialistas, o vírus não representa mais uma ameaça sanitária internacional. Portanto, a emergência da pandemia está oficialmente declarada como encerrada. Ainda assim, segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, o anúncio não significa que o vírus desapareceu. Atualmente, ainda há…

Continuar lendo

Coronavírus

Governo libera vacina bivalente contra a Covid-19 para todos acima de 18 anos

Vacinação com a bivalente é ampliada após atingir apenas 16% do público-alvo nas primeiras etapas da campanha.

Publicado

em

Por

Homem sendo vacinado em Jundiaí
Decisão ocorre diante um cenário de vacinas paradas nos estoques por conta da baixa procura pela imunização de reforço (Foto: Prefeitura de Jundiaí)

Na noite desta segunda-feira (24), o Ministério da Saúde anunciou a liberação da vacina bivalente de reforço contra Covid-19 para qualquer pessoa acima de 18 anos de idade. Podem receber a bivalente quem já recebeu, pelo menos, duas doses de vacinas monovalentes, como Coronavac, Astrazeneca ou Pfizer. A aplicação da bivalente deve acontecer em um intervalo de pelo menos quatro…

Continuar lendo

Coronavírus

Governo de SP derruba obrigatoriedade do uso de máscara no transporte em todo o Estado

A medida vale para trens, ônibus intermunicipais e metrôs de todo o Estado de São Paulo.

Publicado

em

Jovem com máscara no ônibus. (Foto: Divulgação)
A decisão considerou a desobrigatoriedade após melhora nos indicadores da pandemia da Covid-19 (Foto: Divulgação)

Nesta semana, o Governo de São Paulo retirou a obrigatoriedade do uso de máscaras no transporte público em todo o Estado. Assim, a partir de agora, não é mais obrigatório utilizar o item de segurança em ônibus intermunicipais, trens e metrô. Ainda assim, para ônibus municipais, a decisão partirá de cada prefeitura. A medida acontece um dia depois da Anvisa…

Continuar lendo

Coronavírus

Covid: Jundiaí abre agendamento para vacina bivalente para idosos e imunossuprimidos

O imunizante é uma versão atualizada dos já existentes contra a Covid-19 e pode oferecer uma proteção ainda maior contra a cepa original e subvariantes.

Publicado

em

Por

O agendamento abre nesta terça-feira (28), para idosos +70 e imunossuprimidos +12 (Foto: Prefeitura de Jundiaí)

A Saúde de Jundiaí abrirá novo agendamento para doses de vacina Pfizer bivalente contra a Covid-19, nesta terça-feira (28), às 15h. Idosos com 70 anos ou mais e imunossuprimidos com 12 anos ou mais podem agendar pelo site ou APP Jundiaí. Para tomar a dose bivalente, a pessoa deve ter recebido, no mínimo, duas doses da vacina monovalente (Janssen, Pfizer, CoronaVac ou Astrazeneca).…

Continuar lendo

Coronavírus

Covid: Saúde amplia vacinação com Pfizer Baby para crianças de 3 a 4 anos

A versão pediátrica do imunizante começa a ser aplicada nessa faixa etária a partir de segunda-feira (13)

Publicado

em

Por

Confira o calendário de aplicação da vacina contra Covid-19 em Jundiaí (Foto: Prefeitura de Jundiaí)

A partir desta segunda-feira (13), Jundiaí passa a aplicar a vacina Pfizer Baby também em crianças de 3 a 4 anos. A princípio, essa versão do imunizante estava disponível apenas para o público de seis meses a 2 anos. Durante a semana, a aplicação ocorre de acordo com calendário de imunização da cidade, disponível no site da Prefeitura de Jundiaí. Em…

Continuar lendo
Publicidade