Nesta quarta-feira (14), a Prefeitura de Jundiaí confirmou dois casos de febre maculosa na cidade. A doença matou um homem e um menino de três anos segue internado. Saiba mais sobre a febre maculosa e como identificar.

O que é?

A febre maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela ou então pelo micuim da espécie Amblyomma cajennense que esteja infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Esse tipo de carrapato por ser encontrado em animais de grande porte, como bois e cavalos, mas também em cães, aves domésticas, mas principalmente em capivaras.

Para transmitir a doença, o carrapato infectado precisa ficar fixado na pele da pessoa por pelo menos quatro horas. Os menores e mais novos são mais perigosos, pelo fato de serem mais difíceis de serem localizados. Contudo, não existe transmissão entre pessoas.

Quais os sintomas?

No momento em que a bactéria da febre maculosa cai no organismo, ela causa vasculite. Os primeiros sintomas da doença começam a aparecer de dois a 14 dias depois da transmissão, mas na maior parte dos casos, aparece após sete dias.

O início dos sintomas é parecido com o de muitas outras doenças, como:

• Febre alta;
• Dor no corpo;
• Dor de cabeça;
• Inapetência;
• Desânimo.

Após esses sintomas, começam a surgir manchas vermelhas pelo corpo, as máculas, que depois crescem e ficam mais “salientes”. Dessas lesões podem surgir petéquia, que é uma pintinha parecida com uma picada de pulga. Além disso, podem ocorrer pequenos sangramentos abaixo da pele, no local.

Um diferença é que esse tipo de erupção cutânea se manifesta na palma das mãos e na planta dos pés. Essa especificação não acontece em outros tipos de doença exantemáticas como sarampo, dengue hemorrágica e rubéola.

Diagnóstico

Para o diagnóstico da doença, é feito um exame chamado reação de imunofluorescência indireta (RIFI). Esse tipo de exame é específico para o diagnóstico da febre maculosa brasileira. Até o décimo dia de infecção, os anticorpos podem não ser identificados com exames sorológicos. Assim, é importante que por volta do 14º a 21º dia da doença, seja feito um segundo exame, conforme indica o Ministério da Saúde.

Ainda assim, por causa da alta letalidade da doença, não é necessário aguardar tanto tempo pelos resultados, o início do tratamento deve começar rapidamente. Portanto, é essencial levar em consideração os dados epidemiológicos da doença e os achados clínicos dos exames. A febre maculosa tem a peculiaridade de causar alguns surtos vez ou outra.

Como é o tratamento?

Para a cura da febre maculosa, o tratamento com antibióticos (tetraciclina e clorafenicol) deve ser iniciado nos primeiros dois a três dias. Com sete dias sem tratamento, a doença pode causar efeitos irreversíveis, como comprometimento do sistema nervoso, dos rins, pulmões e lesões vasculares, e é mais difícil evitar o óbito. Dessa forma, é recomendado o tratamento com a medicação de dez a 14 dias, mas nas primeiras doses dos medicamentos o quadro já melhora e evolui para a cura.

Vacina

A vacina contra a febre maculosa brasileira não é recomendada como “de rotina”, já que sua imunização é parcial e a doença não é frequente. Além disso, o tratamento é considerado fácil, rápido e barato.

Recomendações

No geral, é recomendado evitar contato com locais que possam ter o carrapato. Caso esteja em uma área com a possibilidade de existência deles, siga as recomendações abaixo:

• A cada três horas, se certifique de analisar seu corpo cuidadosamente para garantir que não tem nenhum carrapato em você;
• Use roupas claras, que facilitem a identificação dos carrapatos;
• Use botas de cano alto e deixe a barra das calças dentro das meias;
• Se encontrar um carrapato grudado em você, seja cuidadoso ao retirá-lo do seu corpo;
• Esteja atento ao surgimento dos sintomas, que são parecidos com outras doenças. Procure um médico o mais rápido possível para diagnóstico.

No Brasil, os estados com mais casos de febre maculosa são São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Pernambuco, porém não é impossível acontecer em outros locais.