O terceiro século
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Opinião

O terceiro século

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

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Rafael Cervone
Foto: CIESP

Neste 7 de Setembro, o Brasil ingressa no seu terceiro século como país independente, depois de 200 anos de erros e acertos históricos, que se refletem nos contrastes de nosso perfil socioeconômico. Temos a nona maior economia do mundo, com PIB de US$ 1,8 trilhão, mas estagnamos no patamar de renda média, com acentuada assimetria na sua distribuição. O grande desafio, agora, é converter a soberania política em efetivo desenvolvimento, vida de melhor qualidade e bem-estar.

Para viabilizar esse avanço, o País precisa solucionar os problemas crônicos que vêm dificultando há décadas seu crescimento sustentado, sintetizados no chamado “Custo Brasil”, resultante do excesso de impostos, encargos trabalhistas elevados, burocracia exagerada, insegurança jurídica e pública, ensino gratuito de baixa qualidade e infraestrutura deficitária. São problemas que culminam em pouca produtividade média e perda de competitividade.

Os problemas começam no modelo arcaico de Estado, oneroso demais para a sociedade e os setores produtivos. É uma estrutura que arrecada muito, tem baixa eficiência e devolve pouco em termos de serviços à população e investimentos em áreas prioritárias. Daí a premência da reforma tributária, que levamos mais de 30 anos para começar a fazer, cuja primeira etapa, relativa à taxação do consumo, foi aprovada pela Câmara dos Deputados, e da administrativa, que segue parada.

Necessitamos de um Estado que gaste menos e entregue mais, possibilitando a racionalização dos impostos. Por isso, temos insistido tanto na realização das duas reformas, que devem ser muito bem-feitas para viabilizar um ciclo duradouro de expansão do PIB, investimentos produtivos, empreendedorismo e criação de empregos em larga escala. O novo sistema tributário precisa estabelecer isonomia de alíquotas entre todos os setores, sem privilégios e benesses, alimentando de modo responsável e equilibrado o orçamento anual de modernizadas máquinas administrativas da União, estados e municípios.

Também é urgente um plano de desenvolvimento de médio e de longo prazo, para inverter os retrocessos que temos sofrido. A década 2011-2020 foi praticamente perdida, inclusive com regressão de nossa renda per capita. As grandes bases da retomada do desenvolvimento são a educação, saúde, segurança pública e jurídica, pesquisa, ciência, tecnologia e inclusão socioeconômica pelo emprego de qualidade, geração e distribuição de renda.

Precisamos crescer pelo menos 4% ao ano, mas só conseguiram isso os países que promoveram forte fomento da indústria. Nas últimas quatro décadas estamos na contramão desse processo. Assim, é necessária – ao lado das reformas estruturais, melhoria da educação e inovação – uma vigorosa política industrial, como temos defendido perante o poder público. Todos os setores são importantes, mas o parque fabril é estratégico pelo volume e qualidade dos empregos, aporte tecnológico, agregação de valor à pauta de exportações e redução da dependência externa.

Neste terceiro século da Independência, assistiremos a mudanças cada vez mais rápidas e disruptivas. Pessoas altamente capacitadas e tecnologias avançadíssimas farão toda a diferença entre o protagonismo e a subserviência. Eis as definitivas escolhas que precisamos fazer no exercício de nossa liberdade.

Artigo por Rafael Cervone, engenheiro, empresário e presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP).

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

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O futuro dos idosos: desafios e soluções

Artigo escrito por Miguel Haddad

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Idosos dançando em par
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O envelhecimento populacional é uma realidade inegável, e suas repercussões já são percebidas de maneira contundente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2050, cerca de 2 bilhões de pessoas terão mais de 60 anos, representando um quinto da população global. No contexto brasileiro, dados do Ministério da Saúde alertam para a crescente proporção de idosos, prevendo…

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Opinião

A direita antipatriota continua vendendo o Brasil para a China comunista

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Dois homens iniciando um aperto de mãos com uma bandeira da China e uma bandeira do Brasil em cima de uma mesa
Foto: Canva Pro

Uma suposta ameaça comunista no Brasil é frequentemente levantada pela direita para, com frequência, justificar ações autoritárias e ameaças à democracia. Essas ideias vagas ainda têm força, mesmo sem histórico de um “projeto comunista” que tenha chegado a ameaçar o Estado brasileiro. Diante da dificuldade de construir planos consistentes para avançar o Brasil, usam a pecha do anticomunismo como um ponto de unificação das direitas na sua diversidade.  O discurso…

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Opinião

Privatização de setores estratégicos, ameaça à democracia, o desenvolvimento e a liberdade

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

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Foto: Canva Pro

O professor e historiador Donald Cohen, lançou a obra "Privatization of Everything" com uma forte reflexão sobre o papel do setor privado na sociedade global.  Para ele a privatização de empresas estratégicas nada mais é que entregar à iniciativa privada a autoridade, o controle e o acesso a bens públicos, muitas vezes extremamente necessários à população. O especialista também mostrou…

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Opinião

Dia da Indústria: CIESP Jundiaí alerta para desafios e destaca importância da educação

O Dia da Indústria reflete a importância do setor industrial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

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Marcelo Cereser, diretor do CIESP Jundiaí, durante evento oficial, vestindo um terno escuro e camisa clara, expressando seriedade.
Foto: Divulgação/CIESP Jundiaí

No próximo sábado, 25 de maio, o CIESP Jundiaí comemora o Dia da Indústria, uma data que convida todos os empresários a refletir sobre a importância do setor industrial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. “A indústria é um dos pilares fundamentais da economia nacional, gerando empregos, inovação e crescimento. No entanto, enfrentamos, diariamente, desafios significativos que precisam…

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Opinião

O petróleo não é o excremento do diabo e sim uma Dádiva de Deus

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

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Foto: Canva

Países do Oriente Médio, Nigéria, Venezuela, Irã, Angola, Congo, Argélia e Rússia são grandes produtores e exportadores de petróleo. Pertencem ou apoiam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), um organismo com viés monopolista e autoritário. Mas além da terra rica, essas nações têm outras características similares como pobreza, concentração de rendas, aversão a institucionalidade democrática e são dominados…

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