Neste 08 de abril, Dia Mundial da Luta contra o Câncer, o Grendacc destaca a importância de manter hábitos saudáveis no dia a dia. A instituição, que há 28 anos trata de crianças e adolescentes com câncer, também ressalta que a luta contra a doença começa pela conscientização.

Por isso, durante todo o ano, o Grendacc realiza campanhas de conscientização sobre o câncer. A entidade aponta que a doença é tratável e curável, especialmente quando detectada precocemente, nos estágios iniciais. Outras ações reforçam a necessidade de manter hábitos saudáveis no dia a dia e fazer acompanhamento médico periodicamente.

Hábitos que podem diminuir o risco de desenvolver câncer

• Não fumar;
• Evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
• Manter uma alimentação saudável, com frutas, legumes, verduras, cereais e leguminosas;
• Evitar alimentos ultraprocessados;
• Praticar atividades físicas;
• Exames regulares: Mamografia anual para mulheres com mais de 40 anos. Papanicolau a cada três anos para mulheres entre 25 e 64 anos. Exame de toque retal para homens acima de 50 anos;
• Vacinar-se contra o HPV: Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.

O câncer no Brasil

O câncer é um dos principais problemas de saúde pública no mundo todo e, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer), a doença já está entre as quatro principais causas de morte antes dos 70 anos na maioria dos países. No Brasil, os tipos de câncer mais comum, além do câncer de pele não melanoma, são o câncer de próstata, câncer de mama, câncer de cólon e reto, câncer de estômago e câncer na cavidade oral.

É importante destacar que o câncer não tem uma causa única. Existem várias causas externas – que estão presentes no meio ambiente – e internas, como por exemplo os hormônios, condições imunológicas e mutações genéticas. E esses fatores podem interagir de muitas formas, dando início ao surgimento do câncer.

Entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas, como mudanças no meio ambiente, na água, terra e ar. Além disso, há outros ambientes, como o de trabalho (indústrias químicas, etc); o ambiente de consumo (alimentos e medicamentos) e o ambiente social e cultural (formas de agir e de se comportar). Esses fatores de risco ambientais são chamados cancerígenos e podem alterar a estrutura genética das células.

Exemplos práticos de fatores que contribuem para o aumento da incidência e da mortalidade são o tabagismo, o alcoolismo, a obesidade, a exposição solar sem proteção, a exposição a radiações contínuas e o uso excessivo de medicamentos.

Prevenção contra o câncer

De acordo com o Inca, a prevenção do câncer engloba ações realizadas para reduzir os riscos de ter a doença. Como a prevenção primária, que visa impedir que o câncer se desenvolva e portanto, incentiva a adoção de hábitos saudáveis e evitar a exposição a substâncias causadoras de câncer.

Já a prevenção secundária do câncer quer detectar e tratar doenças pré-malignas (como a lesão causada pelo vírus HPV ou pólipos nas paredes do intestino) ou cânceres assintomáticos iniciais. Por isso é de vital importância fazer um acompanhamento médico regular, realizando exames e sempre ficar atento aos sinais e sintomas, pois o câncer quando detectado precocemente aumenta as chances de cura e a sobrevida dos pacientes.

Câncer infantojuvenil

O câncer representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil. No entanto, se diagnosticado precocemente, aumenta em 80% as chances de cura. No Hospital da Criança do Grendacc esse é exatamente o índice de cura: 80%.

Segundo a oncologista pediátrica do Grendacc, Arianne Casarim, ao contrário dos adultos, que podem adotar ações para prevenir a doença, as crianças estão iniciando a vida, portanto, não têm hábitos que possam ter contribuído para o surgimento do câncer. “Neste caso, o diagnóstico precoce é possível por meio dos sinais e sintomas, portanto pais e responsáveis devem ficar alertas e diante de algum deles devem procurar imediatamente um médico.”

Principais sinais e sintomas

• Dores nos ossos e nos membros, com ou sem inchaço;
• Cansaço excessivo e sem explicação;
• Palidez inexplicada;
• Aumento de volume ou surgimento de massa, especialmente o abdômen;
• Vômitos, dor de cabeça e alterações motoras ou paralisia de nervos;
• Febre prolongada de causa não identificada;
• Manchas roxas e sangramento pelo corpo sem machucados.

Atualmente 19 crianças e adolescentes estão em tratamento efetivo no Hospital da Criança do Grendacc, fazendo quimioterapia; e outros 222 estão em acompanhamento. Além das consultas com médicos oncologistas e quimioterapia, os pacientes contam com o apoio da equipe multidisciplinar – formada por psicólogas, fisioterapeutas, nutricionistas e assistente social – e do grupo Canguru, especializado em cuidados paliativos.