Por unanimidade, STF diz que Forças Armadas não são "poder moderador"
Conecte-se conosco

Brasil

Por unanimidade, STF diz que Forças Armadas não são “poder moderador”

Decisão foi resposta à ação protocolada em 2020 pelo PDT, que buscava impedir o uso do Artigo 142 para justificar uma possível intervenção militar

Publicado

em

Atualizado há

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Por unanimidade, os onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) esclareceram que a Constituição não confere às Forças Armadas o papel de “poder moderador” no país, como alegado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa tese era utilizada como justificativa para uma possível intervenção militar em caso de conflitos entre os Três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário.

A decisão foi tomada em resposta a uma ação protocolada em 2020 pelo PDT, que buscava impedir o uso do Artigo 142 da Constituição para justificar a intervenção das Forças Armadas no funcionamento das instituições democráticas.

Em junho de 2020, o ministro Luiz Fux, relator do caso, concedeu uma liminar confirmando que o Artigo 142 não autoriza a intervenção das Forças Armadas nos Três Poderes. De acordo com o texto do dispositivo, os militares estão subordinados ao presidente da República e têm o objetivo de defender a pátria e garantir os poderes constitucionais.

Fux ressaltou que o poder das Forças Armadas é limitado e não permite nenhuma interpretação que possibilite sua interferência no funcionamento dos Três Poderes. Ele afirmou que esse poder não pode ser usado pelo presidente da República contra os demais poderes.

Durante a votação, o ministro Flávio Dino propôs que a decisão do STF fosse enviada às escolas militares para formação e aperfeiçoamento dos militares. No entanto, apenas cinco ministros acompanharam essa proposta, não formando maioria.

Dino iniciou seu voto citando um trecho do discurso proferido pelo então presidente da Assembleia Nacional Constituinte, deputado Ulysses Guimarães, em 1988, onde afirmava que “Traidor da Constituição é traidor da pátria”. O ministro argumentou que a Constituição Federal não menciona qualquer poder militar e que o poder é exclusivamente civil, composto pelos três poderes estabelecidos pela soberania popular.

O ministro Dias Toffoli destacou a importância das Forças Armadas em áreas relevantes e sensíveis para o país, mas enfatizou que estas são instituições de estado e que devem estar livres de qualquer captura ou desejo de poder político transitório. Ele classificou como “aberração” a interpretação que atribui às Forças Armadas o papel de um eventual poder moderador.

Toffoli lembrou que, em determinados momentos da história do país, as Forças Armadas usurparam o poder moderador e assumiram funções que nunca foram constitucionalmente concedidas a elas, durante a ditadura entre 1964 e 1985.

O ministro Alexandre de Moraes ressaltou que, na história das democracias, nunca houve previsão de que as Forças Armadas fossem um poder de Estado ou um poder moderador acima dos demais poderes. Ele destacou a importância da preservação da supremacia civil sobre a militar para o Estado Democrático de Direito.

O ministro Cristiano Zanin seguiu a linha argumentativa de que não há espaço para interpretação do texto constitucional que conceda às Forças Armadas a titularidade do poder moderador. Ele enfatizou que as Forças Armadas são instituições permanentes de Estado e devem atuar em conformidade com a Constituição e os poderes constituídos.

Fonte: Agência Brasil

Brasil

Moraes suspende lei municipal que proibia linguagem neutra nas escolas

Na fundamentação da sua decisão, ministro destacou que os municípios não possuem competência para legislar sobre normas educacionais

Publicado

em

Por

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma decisão significativa nesta segunda-feira (20), suspendendo a lei municipal de Ibirité (MG) que proibia o ensino de linguagem neutra tanto em escolas públicas quanto privadas, além de restringir seu uso por agentes públicos da cidade. Na fundamentação da sua decisão, Moraes destacou que os municípios não possuem competência…

Continuar lendo

Brasil

Voluntários mantêm resgates em áreas alagadas de Porto Alegre

A Zona Norte de Porto Alegre permanece alagada, com resgates e acolhimentos sendo realizados por voluntários, que enfrentam desafios contínuos.

Publicado

em

Voluntários ajudam moradores e animais em Porto Alegre, onde áreas da Zona Norte ainda estão alagadas, dois meses após o início das inundações (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Mais de duas semanas após o início das inundações, a água ainda baixa lentamente na Zona Norte de Porto Alegre. Em um ponto de resgate e acolhimento montado por voluntários no cruzamento das avenidas Benjamin Constant e Caiurú, no bairro Navegantes, a equipe segue incansável na missão de auxiliar os moradores atingidos pela enchente. Só no último sábado (18), 37…

Continuar lendo

Brasil

Bolsonaro deixa hospital após tratamento para erisipela

Erisipela é um processo infeccioso da pele, que pode atingir a gordura do tecido celular, causado por uma bactéria que se propaga pelos vasos linfáticos.

Publicado

em

Foto: Reprodução/X

Na manhã desta sexta-feira (17), o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu alta do Hospital Vila Nova Star, na capital paulista. O advogado e assessor do ex-presidente, Fábio Wajngarten, confirmou a informação. De acordo com Wajngarten, Bolsonaro teve alta após 12 dias de internação em São Paulo e voltou para Brasília. Mais cedo, o ex-presidente postou uma foto ao lado dos médicos…

Continuar lendo

Brasil

Brasil registrou 230 mortes de pessoas LGBTI+ em 2023

Das 230 mortes no ano passado, 184 foram assassinatos, 18 suicídios e 28 por outras causas.

Publicado

em

Por

Foto: Reprodução/Canva @Hrecheniuk Oleksii

Um dossiê publicado nesta semana pelo Observatório de Mortes e Violências LGBTI+ no Brasil mostra que 230 pessoas LGBTI morreram de forma violenta em 2023, uma morte a cada 38 horas. A sigla LGBTI diz respeito a pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres e homens trans, pessoas transmasculinas, não binárias e demais dissidências sexuais e de gênero. Das 230 mortes no…

Continuar lendo

Brasil

AGU pede que X, TikTok e Kwai retirem do ar desinformação sobre RS

Governo desmente reembalagem de cestas e reforça apoio a desabrigados.

Publicado

em

Tela de monitor com a mensagem de Fake News
AGU combate desinformação e pede remoção de posts falsos em 24h (Foto: Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

A Advocacia-Geral da União (AGU) tomou medidas firmes contra a disseminação de informações falsas sobre a entrega de alimentos para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Nesta quarta-feira (15), a AGU solicitou às plataformas X (antigo Twitter), TikTok e Kwai a remoção de postagens com conteúdo enganoso no prazo de 24 horas. A iniciativa, de caráter extrajudicial,…

Continuar lendo