O uso de expressões como “mulata”, “cabelo ruim” ou “trabalho de preto” são constatações do quanto o racismo estrutural está presente na sociedade.

Confira 15 expressões racistas de origem histórica que precisamos para de falar AGORA. Veja:

1 – “Cabelo ruim ou cabelo duro”

São falas racistas mais usadas, principalmente na fase da infância, pelos colegas, no entanto elas se perpetuam até a vida adulta. Falar mal das características dos cabelos Afro também é racismo!

2 – Mulata

A palavra se refere à mula, um animal do cruzamento de burro com égua. Na época da escravidão, muitas escravas eram abusadas pelos patrões e acabavam engravidando. As crianças eram chamadas de mulatas por serem filhos de um homem branco com uma mulher negra. Hoje, as pessoas usam esse termo para se referir às pessoas pardas, o que é errado.

3 – Denegrir

As pessoas utilizam essa palavra para dizer que está sendo difamado ou injustiçado por outra pessoa. Mas de acordo com o dicionário Aurélio, a definição de “denegrir” é “tornar negro, escurecer”, ou seja, utilizar esta palavra pejorativa é extremamente racista. 

4 – Lista negra

Essa expressão é sempre utilizada de forma negativa. Uma pessoa estar em uma “lista negra” significa que ela está sendo perseguida ou que não poderá entrar em alguns ambientes. A palavra negra é colocada nessa afirmação de forma pejorativa e, mais uma vez, racista. 

5 – Mercado negro

Mercado negro segue a mesma ideia da expressão citada anteriormente. A palavra “negro” é utilizada de forma pejorativa para se referir a algo ilegal, proibido ou ruim.

6 – “Não sou tuas negas”

Mais uma expressão racista e se trata de mulheres negras escravizadas que sofriam assédios e estupros recorrentes. A frase deixa explícita que com as negras tudo pode e com as demais não se pode fazer o mesmo, e nesse “tudo” inclui violência doméstica, sexual e psicológica. 

7 – Ter um pé na cozinha

A frase era usada para se referir à uma pessoa que não era nem branca, nem preta, que era parda. No século 18, a casa de famílias brancas tinham escravas trabalhando como cozinheiras e, muitas vezes, elas eram assediadas e estupradas por seus senhores, sendo comum que elas tivessem filhos da pele mais clara. 

8 – “Barriga suja” 

Esse termo era usado quando a mulher tinha um filho negro. Se ela teve um filho negro, algo impuro, como uma “barriga suja”. É uma das falas mais desprezíveis. 

9 – Da cor do pecado

Essa expressão geralmente é usada como elogio, inclusive existe até uma música que romantiza a “cor do pecado”. Mas essa expressão está longe de ser um elogio, pois, antigamente ser negro era considerado pecado. Os poderosos da época junto com a Igreja Católica justificavam a escravidão como castigo divino. Então, dizer que alguém é “dar cor do pecado” é associado a algo negativo. 

10 – Fazer nas coxas

Não se sabe quando essa expressão entrou em nosso vocabulário, mas a possível origem surgiu na prática de escravos moldarem telhas nas coxas. Como eles tinham corpos de diferentes formatos, as telhas não se encaixavam e, por isso, estariam mal feitas.

11 – Criado-mudo

O nome do móvel que, geralmente, é colocado na cabeceira da cama vem de um dos papéis desempenhados por escravos: o de segurar as coisas para seus senhores. Como o empregado não podia fazer barulho para atrapalhar os moradores da casa, ele era considerado mudo. 

12 – Doméstica

Domésticas eram as mulheres negras que trabalhavam dentro da casa das famílias brancas e eram consideradas domesticadas. Isso porque os negros eram vistos e tratados como animais e, por isso, precisavam ser domesticados através de punições que envolviam tortura. 

13 – Inveja branca

Na contramão de tudo que foi falado anteriormente, a “inveja branca” significa uma inveja que não faz mal, ou seja, associando à cor branca a coisa boa. 

14 – Amanhã é dia de branco

Dia de branco é utilizado para se referir a dia de trabalho, responsabilidade e compromissos, como se só pessoas brancas trabalhassem duro. Isso porque antigamente o trabalho dos escravos não era considerado um serviço. 

15 – Trabalho de preto

Ao contrário da expressão anterior, no século 19 os escravos eram considerados “burros e preguiçosos”, ou seja, não desempenhavam boas funções. Hoje, algumas pessoas usam esse termo para tarefas mal feitas, sendo uma expressão de cunho racista. 

Para sermos em uma sociedade mais igualitária, sem racismo e preconceito, precisamos parar URGENTE de utilizar essas expressões que aparentemente não parecem ofensivas, mas são.