O perfil do empresário bolsonarista Luciano Hang, dono da Havan, foi retirado no Twitter, no Tiktok e no Instagram. Além disso, seu canal do Youtube também aparece indisponível nesta quinta-feira (25).

A decisão, de acordo com a informação na página do Twitter, foi tomada por ordem judicial. A medida, determinada na última terça-feira (23) pelo ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é pertencente a uma investigação contra empresários que compartilharam mensagens golpistas em grupo no WhatsApp, entre eles, Hang.

Procurados pelo g1, o Twitter, o Youtube e o Tiktok confirmaram que as contas do dono da Havan ficaram bloqueados para atender a ordem judicial do STF. Segundo Youtube, o “processo corre sob segredo de Justiça”, e o canal de Hang possui o aviso “este canal não está disponível em seu país”.

Já, a Meta, dona do Instagram, disse que não comentará. No entanto, no perfil de Hang contém escrito:  “Recebemos uma solicitação legal para restringir este conteúdo. Após a análise, restringimos o acesso ao conteúdo na localização em que ele vai contra a lei local”

Os mandados de busca e apreensão também foram encaminhados à oito empresários. Moraes ainda ordenou o bloqueio de contas bancárias, a quebra de sigilo e a tomada de depoimentos deles. Em nota divulgada pela Havan, a empresa afirma que Hang foi vítima de censura.

Bloqueios anteriores

Em outras ocasiões, o bolsonarista já teve seu acesso restrito no Twitter. No início do ano, em janeiro, a rede social suspendeu a conta do empresário também por ordem judicial. O acesso foi restabelecido três dias depois.

Em julho de 2020, Moraes, já como ministro do STF, determinou o bloqueio de perfis de 16 apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, incluindo Hang. A medida fez parte do inquérito das fake news, que apura ataques e disseminação de informações falsas contra ministros do STF.

Nota da Havan sobre Luciano Hang

“O empresário Luciano Hang foi vítima de nova censura na tarde desta quinta-feira. Hang teve as contas do twitter, com mais de 835 mil seguidores e do Youtube com 351 mil inscritos censuradas. A censura se deu em virtude de uma narrativa criada após uma reportagem do Metrópoles, que teve acesso a conversas de um grupo de WhatsApp fechado.

Com o bloqueio do Twitter e Youtube, Hang foi censurado e perdeu acesso a todas as suas redes sociais, que juntas somavam mais de 12 milhões de seguidores. A conta bancária do empresário também foi bloqueada. “Isso é um ataque à democracia e à liberdade de pensamento e de opinião. Comecei a me manifestar politicamente porque eu não aguentava mais todos os desmandos desse país. Querem me calar. Mas eu sou a voz de milhões de brasileiros de norte a sul do Brasil. Me calando, calam a voz de todos que se sentem representados por mim. Tenho certeza que tudo foi arquitetado para derrubar as minhas redes sociais para prejudicar o presidente Bolsonaro”, afirma.

Às vésperas das eleições presidenciais, o empresário foi censurado em todas redes sociais, mesmo o processo sendo referente à supostas conversas em um grupo privado de WhatsApp. “Eu nunca arquitetei golpe algum. Sou um defensor da liberdade e da democracia. Em minhas redes sociais, sempre passei mensagens de otimismo, empreendedorismo, economia e minha visão política. É um absurdo um cidadão não poder nem mais falar o que pensa, nem em um grupo entre amigos ou família no WhatsApp. Onde já se viu um ativista político não poder se manifestar sobre política. Vivemos tempos sombrios no nosso país, onde um lado pode tudo, tem toda a grande imprensa a favor e o outro nada pode. Estamos sendo perseguidos e censurados como bandidos. Isso não é democracia, é ditadura”, finaliza.”