A economia brasileira na corda bamba
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Opinião

A economia brasileira na corda bamba

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Foto: Brenda Rocha Blossom

“É horrível assistir à agonia de uma esperança” frase da escritora francesa Simone de Beauvoir é uma boa referência para fazer uma reflexão sobre a realidade da economia brasileira. As previsões elaboradas por especialistas do mercado “especulativo” é uma fantasia com intuito de criar expectativas positivas para a sociedade e evitar incertezas causadas por pressão das massas de trabalhadores e produtores na economia “real”.

Essas brevidades induzem os agentes que realmente produzem a acreditar que dias melhores virão, e renovam suas esperanças. O ilusionismo da falsa expectativa cria uma euforia e não permite uma analise racional do conjunto de variáveis agregadas que compõem a formação do produto interno bruto e os efeitos sobre seus negócios.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,0% no primeiro trimestre de 2022 na comparação com o quarto trimestre de 2021, puxado pelo setor de serviços, mas ficou abaixo da expectativa, a projeção era de alta de 1,2%. O crescimento apesar de comemorado ficou longe do ideal para recuperar os níveis de ocupação e atrair novos investimentos.

Puxado pelo setor de serviços que estava em inércia, não é sustentável por ser totalmente dependente do consumo das famílias, as quais estão afetadas pela inflação galopante, escassez de crédito e desemprego em alta. Outro indicador que incomoda é o desequilíbrio na balança comercial, exportação pautada em bens primários, principalmente alimentos e a dependência de tecnologia importada para alavancar a produtividade o que não está ocorrendo.

Esse comportamento do comércio externo, também afeta os custos de fretes para os exportadores devido à ruptura no corredor de comércio, causando instabilidade e desajustes na conta corrente.

Uma alternativa racional e urgente é o estimulo estatal aos investimentos em infraestrutura e produtividade. Como exemplo a economia da China que mobilizou os bancos estatais ofertando uma linha de crédito de 800 bilhões de yuans (cerca de US$ 120 bilhões) para o financiamento de projetos de infraestrutura, como parte dos esforços do governo para estimular a segunda maior economia do planeta. O país não vai se recuperar com delírios dos comandantes que dedicam tempo em promover soluções absurdas como a revolução a partir de minerais como grafeno e nióbio, que apesar de importantes para algumas demandas, não temos o domínio do beneficiamento desses materiais e nem investimentos em pesquisa e tecnologia nessa linha.

Apontar também o setor agrícola como promissor não é verdadeiro pelo grau de dependência de tecnologias, insumos estrangeiros e elevadas barreiras externas por produtos industrializados dessa procedência. Já é percebido que a esperança está agonizando na unidade de tratamento intensivo e a economia tentando se equilibrar na corda bamba e o bastão está em mãos tremulas.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

Opinião

Planejar a cidade

Artigo por Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí

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Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí
Foto: Arquivo pessoal

Ao construirmos uma casa, necessitamos de planejamento e fundações sólidas. Assim também funciona com uma cidade: não há espaço para projetos desorientados, baseados em proposições meramente empíricas e desprovidas de sustentação orçamentária, sem unidade estratégica. O governador Mário Covas dizia que governar exige dizer sim, mas também dizer não. Acrescento que o que se diz, na prática, deve reverberar os…

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Os efeitos da escravidão promovida pelos colonizadores continuam impedindo o avanço da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Foto: Canva

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Opinião

Lula festeja o crescimento da economia e o povo ainda não

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Presidente Lula
Foto: José Cruz/Agência Brasil

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Opinião

Elon Musk ataca a democracia no Brasil, tentando barrar a BYD e amenizar sua agonia

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Elon Musk
Foto: Reprodução/Youtube

O ambicioso, controverso, arrogante e polêmico bilionário sul africano Elon Musk, em uma entrevista à Bloomberg em 2011, caiu na gargalhada quando o repórter sugeriu a BYD como possível rival da gigante Tesla no setor de veículos elétricos. Musk respondeu com empáfia, perguntando se alguém já tinha visto um carro da marca chinesa, subestimando qualquer possibilidade de algum terráqueo superar…

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Opinião

Decisão do STF sobre retroatividade de impostos agrava a insegurança jurídica

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

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Rafael Cervone é presidente do CIESP. Foto: CIESP/Divulgação

É absurda e danosa à economia a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a cobrança retroativa de impostos não recolhidos no passado em razão de sentenças judiciais definitivas ganhas pelas empresas. Estas terão de despender agora expressivo volume de dinheiro com uma inesperada despesa, para arcar com algo que a própria Justiça havia estabelecido como indevido. É uma…

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