O futuro dos idosos: desafios e soluções
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Opinião

O futuro dos idosos: desafios e soluções

Artigo escrito por Miguel Haddad

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Idosos dançando em par
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O envelhecimento populacional é uma realidade inegável, e suas repercussões já são percebidas de maneira contundente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2050, cerca de 2 bilhões de pessoas terão mais de 60 anos, representando um quinto da população global. No contexto brasileiro, dados do Ministério da Saúde alertam para a crescente proporção de idosos, prevendo que, até 2030, eles ultrapassarão as crianças entre zero e 14 anos.

A cidade de São Paulo, em particular, está à frente desse fenômeno, apresentando um crescimento exponencial da população idosa. Segundo estudo da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, a metrópole já abriga mais de 2 milhões de idosos, evidenciando um aumento de 51,1% entre 2010 e 2022. Essa tendência é observada não apenas na capital paulista, mas em todo o país, com um incremento de 56% na população idosa no mesmo período.

Com uma população idosa que representa cerca de 15% do total de brasileiros, ou seja, aproximadamente 32 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE, ganham relevância propostas para que esse grupo esteja cada vez mais incluído e amparado em nossa sociedade. Na esfera federal, por exemplo, uma rápida pesquisa nos sites da Câmara e do Senado mostra que já são dezenas de projetos de lei voltados para a melhoria da qualidade de vida dos idosos tramitando no Congresso Nacional.

Dentre as propostas em discussão, destacam-se as que buscam proporcionar mais proteção e critérios rigorosos para empréstimos consignados aos idosos, visando evitar a exploração e os maus-tratos, muitas vezes perpetrados por familiares, que buscam se apossar dos valores das aposentadorias. Outras estão voltadas para a inserção no mercado de trabalho, buscando estimular a atividade e a geração de renda para os idosos. Além disso, há iniciativas para assegurar atendimento preferencial no comércio e na rede de saúde pública e privada, bem como melhorias nos serviços oferecidos pelos planos de saúde.

No que diz respeito à habitação para idosos no Brasil, tema que já abordei em outro artigo, é urgente que o governo promova políticas públicas que incentivem a construção de moradias adaptadas às necessidades específicas desse público, como unidades em condomínios com estrutura de apoio e acessibilidade, a exemplo do condomínio Vila dos Idosos, no Fazenda Grande, em Jundiaí.

Investimentos em projetos habitacionais voltados exclusivamente para idosos, com subsídios e incentivos fiscais para construtoras, bem como prestação de serviços de saúde e comércio dentro desses condomínios, podem contribuir significativamente para suprir essa demanda crescente.

Além da moradia, a inclusão digital dos idosos é fundamental para garantir sua participação plena na sociedade contemporânea. Programas de capacitação e acesso gratuito à tecnologia devem ser implementados em larga escala, proporcionando habilidades necessárias para lidar com as ferramentas digitais e se manterem conectados com familiares, amigos e serviços online.

Outro aspecto crucial é a reinserção dos idosos no mercado de trabalho. Hoje, o público com mais de 60 anos representa 24% dos trabalhadores ativos no Brasil, segundo dados do IBGE. Incentivos para empresas contratarem idosos em seus quadros de funcionários, como redução de encargos trabalhistas e subsídios para capacitação profissional, podem contribuir para a valorização e a permanência desse grupo na força de trabalho, aproveitando sua vasta experiência e conhecimento.

Diante deste cenário em que o envelhecimento populacional é uma realidade crescente, governos e sociedade precisam se unir para enfrentar os desafios e promover soluções que garantam o bem-estar e a inclusão dos idosos. É hora de agir de forma coordenada e abrangente, reconhecendo o valor e o potencial de uma população idosa engajada que contribui ativamente para o desenvolvimento do nosso País.

Artigo escrito por Miguel Haddad

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

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A direita antipatriota continua vendendo o Brasil para a China comunista

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Dois homens iniciando um aperto de mãos com uma bandeira da China e uma bandeira do Brasil em cima de uma mesa
Foto: Canva Pro

Uma suposta ameaça comunista no Brasil é frequentemente levantada pela direita para, com frequência, justificar ações autoritárias e ameaças à democracia. Essas ideias vagas ainda têm força, mesmo sem histórico de um “projeto comunista” que tenha chegado a ameaçar o Estado brasileiro. Diante da dificuldade de construir planos consistentes para avançar o Brasil, usam a pecha do anticomunismo como um ponto de unificação das direitas na sua diversidade.  O discurso…

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Privatização de setores estratégicos, ameaça à democracia, o desenvolvimento e a liberdade

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

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Foto: Canva Pro

O professor e historiador Donald Cohen, lançou a obra "Privatization of Everything" com uma forte reflexão sobre o papel do setor privado na sociedade global.  Para ele a privatização de empresas estratégicas nada mais é que entregar à iniciativa privada a autoridade, o controle e o acesso a bens públicos, muitas vezes extremamente necessários à população. O especialista também mostrou…

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Dia da Indústria: CIESP Jundiaí alerta para desafios e destaca importância da educação

O Dia da Indústria reflete a importância do setor industrial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

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Marcelo Cereser, diretor do CIESP Jundiaí, durante evento oficial, vestindo um terno escuro e camisa clara, expressando seriedade.
Foto: Divulgação/CIESP Jundiaí

No próximo sábado, 25 de maio, o CIESP Jundiaí comemora o Dia da Indústria, uma data que convida todos os empresários a refletir sobre a importância do setor industrial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. “A indústria é um dos pilares fundamentais da economia nacional, gerando empregos, inovação e crescimento. No entanto, enfrentamos, diariamente, desafios significativos que precisam…

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O petróleo não é o excremento do diabo e sim uma Dádiva de Deus

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

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Foto: Canva

Países do Oriente Médio, Nigéria, Venezuela, Irã, Angola, Congo, Argélia e Rússia são grandes produtores e exportadores de petróleo. Pertencem ou apoiam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), um organismo com viés monopolista e autoritário. Mas além da terra rica, essas nações têm outras características similares como pobreza, concentração de rendas, aversão a institucionalidade democrática e são dominados…

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Opinião por Miguel Haddad: Inundações no RS e o papel das cidades na luta contra o desequilíbrio do Clima

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Visão aérea de Porto Alegre - RS alagada
Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

O Rio Grande do Sul sofre nos últimos dias pela série de inundações devastadoras, resultantes das incessantes chuvas que assolaram a região. Com mais de uma centena de vítimas fatais e milhares de desalojados, estas enchentes se tornaram o pior evento climático da história do estado, desencadeando uma discussão urgente sobre os fatores que contribuíram para essa catástrofe e como…

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