O projeto econômico de Bolsonaro é um retrocesso para o Brasil
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Opinião

O projeto econômico de Bolsonaro é um retrocesso para o Brasil

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Jair Bolsonaro
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Uma parcela da sociedade brasileira acredita que os produtos estrangeiros tem qualidade superior aos produzidos no mercado interno. Essa crise de confiança tem origem na deficiência dos trabalhadores em dominar técnicas de manufatura, mas tal desconfiança é também estimulada pela ausência de padrões de produção, somado a fraudes na combinação de fatores, as quais levam a pirataria. A origem dos produtos é sempre uma incógnita duvidosa quanto às responsabilidades sociais, juntando a isso as dificuldades de rastreabilidade, além de um Estado omisso que deixam a população desconfiada quanto a qualidade do que está sendo ofertado.. A qualidade dos bens disponíveis é um dos determinantes da qualidade de vida e do desenvolvimento humano, comum em nações denominadas ricas.

A promulgação da Constituição Federal de 1988 houve uma preocupação com as relações de produção e realmente os avanços são incontestáveis. A criação de agências de regulação que além de estabelecer padrões, fiscalizam com o rigor necessário; Porem a sanha irresponsável do atual governo em desburocratizar, na verdade está destruindo todas as conquistas da sociedade brasileira e os sinais de desorganização surgem a cada fato, cito: Cervejas contaminadas matando pessoas, ração para cães com formulação oculta de veneno, autorização para comercializar resíduos de fabricação de alimentos lácteos, carcaças de frango e ossos bovinos para consumo humano. Produtos que na idade média eram descartados e atualmente são usados como matéria prima para adubo e ração animal.

É perceptível que os integrantes do governo não têm compromissos com a organização do país, e nem com o bem estar da sociedade, pois os Ministros da Economia e da Agricultura e Pecuária estão analisando as possibilidades de rever a legislação para liberar o uso de produtos vencidos, com a justificativa de evitar o desperdício de alimentos. Tal boiada passando logo atingirá outras áreas como, medicamentos e a sanitização nas cadeias produtivas de perecíveis e fármacos.

Durante a crise da covid-19 o governo influenciado por alguns empresários irresponsáveis tentou liberar a compra de vacinas pelas empresas privadas, algo inédito no mundo, no entanto o Supremo Tribunal Federal não permitiu. Obviamente o objetivo era imunizar os operários e o restante da população ficaria exposto ao vírus. As tentativas irresponsáveis de retirar a mão sagrada do Estado da organização da sociedade também são notadas no PL 1.293/2021 que nasceu no gabinete do Presidente da República e é apoiado pelas bancadas governistas da Câmara, onde foi aprovado, e felizmente barrado no Senado por parlamentares que perceberam a gravidade do problema.

Acredito que se recordaram da época na qual não havia imunização dos rebanhos e a proteína de origem animal era uma das fontes de contaminação da população.  Estamos diante de pessoas desumanas, as quais administram com foco em um modelo econômico informal e predatório, como eram praticados na era medieval, que somente uma casta era beneficiada e a maioria não tinham direitos, apenas deveres. O governo criou a sua realidade paralela para confundir os menos atentos de que somente haverá pessoas com fome, quando faltar mangas nas ruas, como disse a Ministra da Agricultura de Pecuária e parafraseada pelo seu colega da pasta da economia.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

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Planejar a cidade

Artigo por Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí

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Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí
Foto: Arquivo pessoal

Ao construirmos uma casa, necessitamos de planejamento e fundações sólidas. Assim também funciona com uma cidade: não há espaço para projetos desorientados, baseados em proposições meramente empíricas e desprovidas de sustentação orçamentária, sem unidade estratégica. O governador Mário Covas dizia que governar exige dizer sim, mas também dizer não. Acrescento que o que se diz, na prática, deve reverberar os…

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Os efeitos da escravidão promovida pelos colonizadores continuam impedindo o avanço da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Foto: Canva

O Brasil em pleno século XXI ainda enfrenta distorções na economia e desigualdade social por causa do longo período escravocrata e pela maneira como ocorreu o processo de abolição. As deformações na economia brasileira foram criadas a partir do momento em que a escravidão foi mantida, pois era a base do sistema legal desprezando o capitalismo como sistema de organização…

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Lula festeja o crescimento da economia e o povo ainda não

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Presidente Lula
Foto: José Cruz/Agência Brasil

As projeções para a economia brasileira são positivas e o governo aproveita para promover as suas conquistas dando publicidade para a posição do Brasil no ranking das maiores economias global, e com isso vai camuflando o problema endêmico da distribuição de rendas. O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024…

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Opinião

Elon Musk ataca a democracia no Brasil, tentando barrar a BYD e amenizar sua agonia

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Elon Musk
Foto: Reprodução/Youtube

O ambicioso, controverso, arrogante e polêmico bilionário sul africano Elon Musk, em uma entrevista à Bloomberg em 2011, caiu na gargalhada quando o repórter sugeriu a BYD como possível rival da gigante Tesla no setor de veículos elétricos. Musk respondeu com empáfia, perguntando se alguém já tinha visto um carro da marca chinesa, subestimando qualquer possibilidade de algum terráqueo superar…

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Opinião

Decisão do STF sobre retroatividade de impostos agrava a insegurança jurídica

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

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Rafael Cervone é presidente do CIESP. Foto: CIESP/Divulgação

É absurda e danosa à economia a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a cobrança retroativa de impostos não recolhidos no passado em razão de sentenças judiciais definitivas ganhas pelas empresas. Estas terão de despender agora expressivo volume de dinheiro com uma inesperada despesa, para arcar com algo que a própria Justiça havia estabelecido como indevido. É uma…

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