Que olhar oferecemos a nós, mães e mulheres, além de “parabéns, guerreira” em datas especiais?
Connect with us

Opinião

Que olhar oferecemos a nós, mães e mulheres, além de “parabéns, guerreira” em datas especiais?

Artigo escrito por Raquel Loboda Biondi, jornalista e assessora legislativa na Câmara de Jundiaí

Published

on

Atualizado há

Raquel Loboda Biondi
Foto: Divulgação

Como tudo enquanto se vive, acho que a maternidade seja difícil de ser definida, resumida ou explicada, porque ela se constrói dia a dia com as vivências que são inúmeras, privilegiadas ou mais restritas, misturada aos mistérios e belezas da vida. Ainda assim, mesmo que feita de histórias únicas e distintas, ela permeia uma conexão inevitável entre mães e mulheres que, hoje, digo com certeza: esse elo precisa existir.

Precisa existir para combater comportamentos e práticas nocivos, reproduzidos sem muito questionamento há tempos e, muitas vezes, por nós mesmas. Revestidos nos palpites, julgamentos e opiniões desnecessárias desde a gestação, os comentários me parecem diminuir um poder certamente incompreendido, normalizado e pouco reconhecido de fato, em políticas públicas de suporte e para além dos parabéns todo mês de maio. O poder de gerar uma vida é grandioso e formador do mundo em que vivemos.

Com ele, vem tanta coisa, somos capazes de tanto, mas também temos direito à dor, ao cansaço, ao repouso de um processo que não “é só” natural, mas muito trabalhoso.

É muito curioso, se não bastante simbólico sobre nossa sociedade, que quando gestante, a mulher seja tratada de forma quase “imaculada” (que bom, ao menos) – mesmo que ainda se comente sobre seu corpo, os quilos que ganha ou perde, o tamanho da barriga, que se queira decidir sobre ela e o que carrega – mas quando nasce a criança, ela passa rapidamente à margem sob opiniões que vão desde o leite produzido (ou não) até a forma como corta a unha do dedo mindinho do bebê.

Ou seja, independente do mínimo detalhe a ser comentado, a mulher – já tão exausta no alvo desse mundo sem paridade – vira a mãe que mal olham, mal acolhem, mal oferecem tempo e espaço. Ou ainda: mal valorizam pelo seu zelo de todos os dias, com afeto e devoção integrais.

A minha experiência, tenho certeza, é muito privilegiada, cercada de amor, de direitos garantidos. Mas ainda assim, temos momentos de solidão. Como, então, não pensar nas mães já sozinhas por razões que conhecemos bem. Portanto, o que defendo aqui é a reflexão de que podemos mesmo nos dar as mãos, nos ouvirmos mais, nos respeitarmos como mulheres, acima de tudo, incluindo as mães.

Claro que temos avanços, que o hoje é muito melhor que o ontem – o que viveram nossas mães e avós, mas a caminhada não termina. Porque para além de tudo que se vive na prática, fisicamente e emocionalmente, as mães ainda são a mira para toda e qualquer interpretação sobre seus filhos, o que poupa os pais tão igualmente necessários nessa criação.

Que a gente possa olhar com mais carinho, respeitar cada caso, não julgar o cansaço, ouvir com atenção e, principalmente, nunca se apropriar do amor de uma mãe pelo seu filho, da história que é só dela.

Que possamos oferecer empatia, mas jamais ferir a experiência que cada uma terá, com suas dores e delícias. O encanto que nossos filhos/as proporcionam é lindo, mas também é fruto do que vivemos e muitos tentam abafar porque “mãe é tudo igual”. Nossa individualidade vale muito, tanto até para que esses bebês sejam melhores pessoas no mundo e multipliquem o amor que dependendo das condições, podem ou não receber. Mil vivas a nós que sabemos o quanto amamos.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

Raquel Loboda Biondi, jornalista e assessora legislativa na Câmara de Jundiaí.

Opinião

O futuro dos idosos: desafios e soluções

Artigo escrito por Miguel Haddad

Published

on

Idosos dançando em par
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O envelhecimento populacional é uma realidade inegável, e suas repercussões já são percebidas de maneira contundente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2050, cerca de 2 bilhões de pessoas terão mais de 60 anos, representando um quinto da população global. No contexto brasileiro, dados do Ministério da Saúde alertam para a crescente proporção de idosos, prevendo…

Continue Reading

Opinião

A direita antipatriota continua vendendo o Brasil para a China comunista

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

Published

on

Dois homens iniciando um aperto de mãos com uma bandeira da China e uma bandeira do Brasil em cima de uma mesa
Foto: Canva Pro

Uma suposta ameaça comunista no Brasil é frequentemente levantada pela direita para, com frequência, justificar ações autoritárias e ameaças à democracia. Essas ideias vagas ainda têm força, mesmo sem histórico de um “projeto comunista” que tenha chegado a ameaçar o Estado brasileiro. Diante da dificuldade de construir planos consistentes para avançar o Brasil, usam a pecha do anticomunismo como um ponto de unificação das direitas na sua diversidade.  O discurso…

Continue Reading

Opinião

Privatização de setores estratégicos, ameaça à democracia, o desenvolvimento e a liberdade

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

Published

on

Foto: Canva Pro

O professor e historiador Donald Cohen, lançou a obra "Privatization of Everything" com uma forte reflexão sobre o papel do setor privado na sociedade global.  Para ele a privatização de empresas estratégicas nada mais é que entregar à iniciativa privada a autoridade, o controle e o acesso a bens públicos, muitas vezes extremamente necessários à população. O especialista também mostrou…

Continue Reading

Opinião

Dia da Indústria: CIESP Jundiaí alerta para desafios e destaca importância da educação

O Dia da Indústria reflete a importância do setor industrial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Published

on

Marcelo Cereser, diretor do CIESP Jundiaí, durante evento oficial, vestindo um terno escuro e camisa clara, expressando seriedade.
Foto: Divulgação/CIESP Jundiaí

No próximo sábado, 25 de maio, o CIESP Jundiaí comemora o Dia da Indústria, uma data que convida todos os empresários a refletir sobre a importância do setor industrial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. “A indústria é um dos pilares fundamentais da economia nacional, gerando empregos, inovação e crescimento. No entanto, enfrentamos, diariamente, desafios significativos que precisam…

Continue Reading

Opinião

O petróleo não é o excremento do diabo e sim uma Dádiva de Deus

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

Published

on

Foto: Canva

Países do Oriente Médio, Nigéria, Venezuela, Irã, Angola, Congo, Argélia e Rússia são grandes produtores e exportadores de petróleo. Pertencem ou apoiam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), um organismo com viés monopolista e autoritário. Mas além da terra rica, essas nações têm outras características similares como pobreza, concentração de rendas, aversão a institucionalidade democrática e são dominados…

Continue Reading