
A pandemia do novo coronavírus fez com que um novo debate se instalasse no Brasil: a eficácia das vacinas. É preciso sempre lembrar que o Brasil é reconhecido mundialmente pelas campanhas de vacinação, que tiveram início em 1973 com o PNI (Programa Nacional de Imunizações) – gerido pelo Ministério da Saúde, com apoio dos Estados e municípios.
Em 1977, inclusive, o governo militar liderado por Ernesto Geisel incentivou a vacinação em massa no país. A ponto de transformá-la em obrigatória em todo o território nacional – sim, naquele tempo já existiam os negacionistas. Quem não se vacinasse, sofreria uma série de sanções.
Uma animação foi produzida e veiculada nacionalmente, em que um médico explica a importância da imunização para o Sugismundo, personagem muito popular naquela época (veja vídeo abaixo).
Raiz
Gosto de brincar que a nossa geração tinha uma “vacinação raiz”, em que o Zé Gotinha não tinha vez. Com a gente era na base do tiro, mesmo!
Na década de 1970, no auge da meningite, todos os alunos da rede escolar do Estado de São Paulo foram vacinados nas escolas. Em Jundiaí e região, isso não foi diferente.

Me lembro que na escola formávamos longas filas, todos chorosos e apavorados, obviamente. Um após o outro, quase que sem parar de andar, éramos imunizados com uma pistola – o famoso “revolvinho” – que nos remetia à vacinação praticada no gado.
Quem aplicava era o pessoal do Exército, apertando um pedal para que um pequeno jato de medicação em alta pressão penetrasse na pele. Contrariando o que muitos pensavam, inclusive, de que havia agulha naquele equipamento.
Tenho certeza absoluta que se você não lembra deste episódio, pode perguntar aos pais e avós que eles vão até contar as histórias que marcaram esse dia.

O dispositivo para a aplicação das doses tinha várias denominações: Jet Injector Gun, Ped-O-Jet, Med-E-Jet ou apenas Munji. O médico americano Robert Andrew Hingson (falecido em 1996) alegou ter inventado o equipamento, que chamou de “arma da paz” para a vacinação em massa e de forma rápida.
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Segundo alguns estudos, o uso deste jato de alta pressão – inclusive no Brasil, em 1984/85 – causava Hepatite B, pois não se fazia a desinfecção da parte que ficava em contato com a pele ao vacinar o próximo paciente. Por fim, a OMS (Organização Mundial de Saúde) proibiu o uso dele em 1992.
E aí, gostou da história desta semana? Meu agradecimento especial por nos acompanhar nessa viagem no tempo e aproveito para te pedir que ajude a preservar nossa história: envie fotos antigas e participe do grupo no Facebook.
Até semana que vem!