
A história desta semana nos remete à demolição de uma das igrejas católicas mais importantes para os cristãos daquela época, na cidade. Era uma capela que ficava no Centro, mais especificamente no espaço entre o Gabinete de Leitura Ruy Barbosa e o estacionamento – que um dia foi a 2ª Companhia de Comunicações do Exército Brasileiro.
Sim! Ela estava bem no meio da rua do Rosário, mas ainda não vamos falar sobre isso. Voltaremos à história de fundação da capela que, numa das pesquisas feitas por João Borin, aponta registro nas “Cartas de Datas de Chãos e Quintais” – um documento datado de 1657 – de um eventual “lote reservado para a Casa de Misericórdia”. Ou seja, uma capela que cuidava dos pobres e doentes.
Ali era conhecido como os antigos “Largo do Pelourinho e Largo do Rosário” – a atual Praça Ruy Barbosa. Com o tempo, tornou-se a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito (chamada, na época, de Igreja dos Pretos). A construção era de taipa de pilão, coberta com telhas de barro e com pisos de madeira.

Era uma época em que não havia cemitérios em Jundiaí e os enterros aconteciam no interior da Igreja – essa ação perdurou até o período oitocentista. Um tempo depois, implantou-se um cemitério, justamente ao lado da Igreja do Rosário.
Importância
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito teve preponderância para a cidade. Ela, por exemplo, é possivelmente a capela mais antiga da cidade, além de ter se tornado Matriz sempre que a Matriz (catedral) Nossa Senhora do Desterro passava por reformas.
Na década de 1920, porém, a gestão do então prefeito Dr. Olavo de Queiroz Guimarães decidiu prolongar a então denominada rua do Rosário. A cidade passava por significativas reformas no centro e uma delas seria justamente o prolongamento.

Como a igreja estava bem no meio da obra, não houve outra solução: ela foi demolida e deu lugar à rua Major Sucupira – prolongamento da rua do Rosário. Houve, também, uma ação por conta dos corpos enterrados no interior da igreja.
No dia 15 de junho de 1922 foi expedido um aviso para o translado dos corpos direto para o cemitério local. A demolição aconteceu uma semana depois, quando a Igreja Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito veio ao chão.
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Hoje pedestres e carros passam por aquele trecho sem saber, com certeza, que ali havia uma igreja e um cemitério. O texto desta semana teve a participação de Wilson Ricardo Mingorance, a quem agradeço profundamente.
E você? Tem alguma história interessante da cidade, um fato inusitado ou quer que falemos sobre algum assunto? Peço que ajude a preservar nossa história: envie fotos antigas e participe do grupo no Facebook.
Até semana que vem!