O bispo diocesano de Jundiaí, dom Vicente Costa, emitiu comunicado nesta sexta (12) a respeito das restrições de celebrações religiosas em todo o Estado, válidas a partir da próxima segunda (15). O líder da Igreja Católica determinou regras para que as missas possam continuar sendo feitas, sem a presença de fiéis e transmitidas pela internet, até o dia 30 deste mês.
Sete tópicos fazem parte do comunicado oficial, que devem ser seguidos pelos padres responsáveis por cada paróquia e repassados aos católicos.
Segundo o bispo, no máximo 10 pessoas poderão participar destas celebrações, auxiliando nas transmissões digitais e também na Liturgia. Neste período, também foram suspensas todas as atividades presenciais da Ação Evangelizadora (Pastorais Especificas, Movimentos Eclesiais, Associações de Fiéis e
Novas Comunidades).
Comunhão
Dom Vicente incentivou os padres a oferecer a possibilidade dos paroquianos de comungarem nas missas do final de semana. Ele frisou que as igrejas devem permanecer abertas e que os párocos devem se esforçar, também, para atender individualmente e com horário marcado os fiéis que desejarem se confessar – na “medida do possível” e seguindo todas as exigências sanitárias.
Em relação à Semana Santa, considerado o período mais importante do ano para os católicos, a Diocese informou que outras orientações serão passadas em uma data mais próxima às celebrações.
“Como bispo diocesano, unido aos sentimentos do meu clero, devo-lhes afirmar que a experiência
religiosa sempre é e será uma atividade essencial. Não existe fé verdadeira sem o vínculo da comunidade.
Neste momento dramático em que vivemos, despojados de qualquer viés político ou ideológico, o que se
faz necessário é agirmos pelo amor”, declarou dom Vicente.
Comunicado
Confira, na íntegra, o comunicado oficial da Diocese de Jundiaí:
O Governo do Estado de São Paulo, no dia de hoje, determinou, entre outras coisas, que todas as
atividades religiosas devem ser suspensas no período compreendido de 15 a 30 de março, como forma de
conter o agravamento da crise pandêmica e diminuir as possibilidades de aglomeração entre as pessoas
nos mais variados seguimentos.
A Diocese de Jundiaí acata a decisão das autoridades civis e sanitárias e se faz solidária com o
sofrimento de tantas famílias que perderam os seus parentes e de tantos outros que ainda estão internados
infectados pelo Coronavírus ou por outras enfermidades, levando ao eminente colapso do sistema de
saúde de nosso país. Solidariza-se, ainda, com tantos profissionais da área da saúde que trabalham
incansavelmente pelo cuidado da vida humana, dom inestimável do amor gratuito de Deus. Por fim,
coloca-se em atitude de oração e solidariedade com aqueles que perderam os seus empregos e tantos
outros que se veem obrigados a fechar suas empresas ou comércios. Tenhamos plena certeza: “A
esperança não decepciona” (Rm 5, 5).
Como Bispo Diocesano, unido aos sentimentos do meu clero, devo-lhes afirmar que a experiência
religiosa sempre é e será uma atividade essencial. Não existe fé verdadeira sem o vínculo da comunidade.
Neste momento dramático em que vivemos, despojados de qualquer viés político ou ideológico, o que se
faz necessário é agirmos pelo amor. Cristo está no irmão que precisa ser cuidado e protegido com o
mesmo amor, devoção e piedade que dirigimos a Cristo, vivo e presente no Sacramento da Eucaristia. De
coração, nenhum de nós gostaria de viver novamente o drama de nossas igrejas sem a presença dos fiéis.
Então, com a caridade e a dedicação de todos, comprometidos um com o outro, fiquemos firmes na fé e
na esperança por esses dias, e assim celebraremos juntos as alegrias da Páscoa do Senhor que se
aproxima.
Assim, para o bem comum da sociedade e de nossos fiéis, acolhemos o que se impõe para esse
momento difícil que atravessamos e DETERMINO:
1. Que a partir do dia 15 de março (segunda-feira) até o dia 30 de março (terça-feira da Semana
Santa), todas as Missas sejam celebradas sem a presença de fiéis contando apenas com, no
máximo, 10 (dez) pessoas para auxiliarem nas transmissões digitais e na celebração da
Liturgia. Também no mesmo período sejam suspensas todas as atividades presenciais da
Ação Evangelizadora (Pastorais Especificas, Movimentos Eclesiais, Associações de Fiéis e
Novas Comunidades);
2. Que os Padres se esforcem para oferecerem aos fiéis a oportunidade de se unirem ao
Sacrifício Eucarístico diário da Missa através das mídias sociais da própria Paróquia. Os
fiéis participarão espiritualmente na Celebração Eucarística para dela receberem os frutos que
dela provém;
3. Os Párocos podem e devem oferecer a possibilidade dos fiéis de comungarem
sacramentalmente nas Santas Missas aos finais de semana. Organizem a distribuição da
Sagrada Comunhão Eucarística conforme ficou estabelecido no Protocolo Sanitário Nº 01 :
“Missas não presenciais (apenas online) e com a distribuição da Sagrada Comunhão
Eucarística”, publicado em 08 de junho de 2020;
4. Que as igrejas permaneçam abertas durante o dia apenas para a oração pessoal dos fiéis que
assim desejarem, sem promover, no entanto, qualquer ato litúrgico ou celebrativo com a
presença deles. Seja valorizada a oração silenciosa e individual diante do Santíssimo
Sacramento;
5. Que os Padres, na medida do possível e preservando a saúde daqueles que são considerados do
grupo de risco, atendam individualmente e sempre com horários previamente agendados, os
fiéis que desejarem confessar-se ou buscarem consolo e apoio nos seus sofrimentos através da
direção espiritual;
6. Sobre o expediente das Secretarias Paroquiais, da Cúria Diocesana e do Tribunal Eclesiástico
diocesano bem como as questões relativas aos funcionários das Paróquias, será emitido, em
breve, um Comunicado Interno pelo Setor Administrativo da Cúria Diocesana;
7. Sobre as celebrações da Semana Santa daremos outras orientações no período mais próximo às
Celebrações, dependendo das alterações nas medidas restritivas.
Com nosso testemunho cristão, respeitemos todas as medidas de prevenção e fazendo o necessário
sacrifício coletivo de não nos reunirmos em aglomerações, contribuamos na diminuição da circulação das
pessoas e, consequentemente, na proliferação do contágio, para que possamos, se Deus assim permitir,
celebrar presencialmente, com júbilo e esperança renovada, as alegrias da Festa da Páscoa, da vitória da
vida sobre qualquer sinal da morte em nosso meio.