Profissionais da saúde reivindicam por equipamentos de proteção individual. (Foto: Xinhua/Xiong Qi)
O novo coronavírus também adoece médicos, enfermeiros e colaboradores das unidades de saúde. Em contato quase que em tempo integral com pacientes doentes sintomáticos, eles são os mais expostos ao contágio. Em alguns lugares do país, em hospitais públicos e privados, faltam equipamentos de proteção individual (EPIs) ou os que possuem, não garantem completa segurança; com isso, os casos aumentam mais.
O hospital Sírio Libanês, por exemplo, tem 104 afastados colaboradores afastados pela Covid-19. Um levantamento do Sindicato dos Servidores de São Paulo, com dados do Diário Oficial da Cidade, aponta que durante o mês de março, até o último sábado (28), houve 1.080 afastamentos na rede pública por suspeita de contaminação.
O hospital Israelita Albert Einstein já tem 348 casos confirmados. Em nota divulgada na segunda-feira (30), o Einstein informou que “348 dos 15 mil colaboradores (2%) foram diagnosticados com a doença, e 13 estão internados”. De acordo com o hospital, “desses, 169 (1%) são da assistência (profissionais com formação em saúde, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem) e 47 deles já retornaram ao trabalho”.
Exposição a riscos
“Falta macacão, gorros, máscaras, álcool em gel”. O comentário é da presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo, Solange Caetano.
A situação dos hospitais preocupa a categoria.
“Vamos pedir ao governo do Estado que compre mais desses equipamentos de proteção”, afirmou ela. “O governo precisa intervir para a produção de máscaras e vestuário de proteção”, afirmou.
A enfermeira Ana Lúcia Firmino que compõe a equipe da unidade de atendimento especializado em Santana, São Paulo, o material de proteção não deve ser suficiente para a próxima semana.
Enfermeiros que trabalham no Hospital do Mandaqui relatam que pelo menos dois colegas estão hospitalizados, uma delas ha UTI, com Covid-19.
Mortes
A saúde brasileira já se despediu de pessoas que se colocaram em risco, para proteger centenas de outras.
Umas delas é o técnico de enfermagem José Antonio da Boa Morte. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) anunciou sua morte com pesas.
“José Antonio era técnico de enfermagem nos serviços de ambulância e foi afastado do serviço assim que manifestou os sintomas”.
A primeira morte, no entanto, foi registrada no dia 29. Viviane Rocha Luiz tinha 61 anos e era assessora técnica do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).
As mortes, para Lourdes Estevão, ex-conselheira municipal de saúde e integrante do Sindicato dos Servidores do Município de São Paulo, são um alerta.
“Os trabalhadores estão apavorados. A cada dia aumenta o número de infectados, de manhã é um quadro, à tarde, outro”, afirmou. “Com uma média salarial em torno de R$ 2,5 mil, pessoal de enfermarias e hospitais enfrenta ainda a escassez nos equipamentos, como aventais e máscaras”, completou.
A falta de testes também impossibilita que os casos suspeitos voltem ao trabalho. Como a ordem é isolamento, por vezes, mesmo sem a comprovação da doença, enfermeiros e médicos ficam por 14 dias em casa.
“Tem de proteger essa gente porque eles poderão vir a ficar doentes e terão de ocupar leitos da Covid-19, que poderiam estar prontos para o restante da população”, argumentou.
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