Com sua CG 125 cilindradas, um celular e muita simpatia, o motoboy João Fernandes, 53 anos, mais conhecido como Xororó, tem se destacado também como repórter fotográfico amador, pelo seu dinamismo e agilidade na divulgação de notícias e imagens do cotidiano de Jundiaí e cidades vizinhas.

Você já deve ter visto alguma postagem com a colaboração do “Motoboy Xororó” nas redes sociais. Atualmente, ele contribui com diversos veículos de comunicação da cidade, inclusive com o Tribuna de Jundiaí, que o acompanhou por um dia em seu trabalho como motoboy para mostrar o cotidiano deste “mito” das redes sociais e que vem, acreditem, conquistando muitos fãs. O pedido de selfies com ele é constante por onde passa.

Xororó é morador de Várzea Paulista e trabalha como motoboy há aproximadamente 20 anos. Pai de três filhos, ele também já é avô de três netos e o mais velho tem oito anos de idade. Já o apelido não precisa nem perguntar: nosso entrevistado é fã da dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó e copia o corte de cabelo dos músicos.

Repórter amador

A maior parte das suas corridas se concentra em Jundiaí, mas ele costuma fazer entrega de encomendas por diversas cidades da região e sempre se depara com algum acidente de trânsito, poste caído, buracos e reclamações da população em geral.

“As pessoas comentam que onde eu estou acontece alguma tragédia, mas não é assim. A maioria eu encontro no meio do caminho ou alguém avisa e eu vou até o local em minutos. Gosto deste trabalho de colaborar com a imprensa”, diz Xororó, que se considera um repórter amador.

O repórter e motoboy Xororó começou contribuindo com a imprensa há seis anos a convite do jornalista Ivan Marcos Machado, do Jornal da Região, com quem mantém uma amizade desde a infância. “Foi ele quem criou o motoboy repórter Xororó, tem que falar isso. Graças a ele hoje contribuo até com o G1”, revela.

Xororó pegou gosto pelo jornalismo, porém diz que seu “ganha pão” é o trabalho como motoboy. Como colaborador da imprensa ele afirma que faz por hobby e acredita que a informação precisa ser compartilhada e não tratada como uma mercadoria. “Sou uma pessoa humilde e trabalhadora. Fico muito feliz que o povo está gostando do meu trabalho”, declara.