De acordo com números disponibilizados pelo Detran, o número de mortes de motoboys em acidentes de trânsito cresceu 54% do estado de São Paulo em 2020. Apenas na capital paulista, o índice registrou aumento de 45%.

Entre janeiro e agosto de 2019, 53 entregadores morreram em São Paulo. Em 2020, no mesmo período, esse número subiu para 82. O índice de vítimas de acidentes não fatais, a relação foi de 4.692 até agosto de 2019 e 6.975 no mesmo período deste ano.

Segundo Marcos Fermanian, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), o aumento pode estar relacionado com o aumento destes profissionais nas ruas. De acordo com Fermanian, a crise do coronavírus fez com que muitas pessoas vissem o trabalho como fonte de renda que acabaram perdendo o emprego.

Ainda em setembro, o governador João Doria disse que “o serviço de delivery no estado de São Paulo sofreu, ao longo destes meses, um crescimento extraordinário”.

A Abraciclo divulgou dados apontando que o número de motocicletas nas ruas também cresceu. A previsão é de um recuo de até 15% nas vendas no fim de ano. Mas, ainda assim, no mês de setembro deste ano o país teve um número maior de vendas em comparação ao mesmo período do ano passado. De agosto para setembro de 2020, as vendas tiveram um crescimento de 4,4%. Já de julho para agosto, o crescimento foi de 5,6%.

Além disso, São Paulo foi o estado com mais emplacamentos em setembro, somando 21.365 motocicletas. Em segundo lugar ficou Minas Gerais, com uma grande diferença de 7.885 motocicletas emplacadas.

Programa “Motofretista Seguro”

Ainda em setembro, o governo de São Paulo lançou o programa “Motofretista Seguro”, que propõe uma liberação de crédito aos entregadores de até R$ 8,1 mil para a compra de novas motocicletas e até R$ 3 mil para compra de equipamentos de segurança.

No primeiro mês, 1,5 pessoas já se cadastraram no programa e a expectativa do Detran é de que até 25 mil pessoas se inscrevam. Os requisitos para se inscrever é ter mais de 21 anos, exercer a função de forma remunerada e ter a CNH regularizada.