A organização do poderoso mercado mundial de Cannabis
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Opinião

A organização do poderoso mercado mundial de Cannabis

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Foto: Canva Pro

As revoluções são constantes na economia e a destruição criativa cada vez mais avassaladora, provocando um processo de obsolescência breve com o surgimento de novos produtos e serviços, os quais são determinantes nas relações humanas. Nesse ecossistema de inovações permanentes a ciência econômica acaba de solucionar uma das suas implicações, referente ao princípio da oferta e demanda. Está evidente que a “oferta” cria sua própria demanda e impõe novas relações nas cadeias de suprimentos.

Os grandes conglomerados industriais que surgiram no início do século XX, principalmente nas engrenagens dos setores: automotivo, navegação, petróleo, agricultura, aviação, química, fármacos e armas foram determinantes para que algumas nações continuem dando as cartas no tabuleiro geopolítico. Na esteira do desenvolvimento social e econômico outros segmentos foram surgindo e modificando as conexões entre os povos. O advento da robótica modificou os processos industriais e os vínculos de trabalho. Os avanços na biologia genética e na inteligência artificial ainda não tem como mensurar os impactos para a humanidade, apesar da certeza de que será uma revolução sem precedentes. 

A cada dia somos surpreendidos com novas tecnologias e descobertas as quais vão trazendo soluções para os desafios da jornada da vida humana na terra. Diante de tantas novidades desde as modificações nos setores de base como petroquímico com os avanços desde a extração até a logística reversa, a agroindústria com seus enormes ganhos de produtividades com o advento da ciência. O automóvel e o avião sempre evoluindo rumo à perfeição e as inovações com a microinformática que revolucionou as comunicações. Mas a insatisfação é a propulsão que move a humanidade, não satisfeita vai sempre à busca de criar novos produtos e serviços e formar novas cadeias de fornecimentos com dinamismo para capaz de agregar ao produto interno bruto e gerar mais renda para a população. 

O mercado de cannabis tem provocado muitos debatesnas sociedades mais avançadas, como Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Austrália e Israel e até aqui no Brasil já tem alguns grupos sociais pressionando para avançar na estruturação da produção de derivados. Ogoverno da Alemanha anunciou um plano legislativo para regulamentar o uso recreativo da planta no país. O projeto visa à liberação do cultivo, posse e consumo individual, acreditam que além de gerar muitos empregos e renda, vai eliminar os problemas da ilegalidade com o tráfico do produto.

Nos EUA um projeto de lei, chamado SAFE Banking Act, propõe liberar os serviços financeiros e facilitar os negócios em todo o território americano. O texto já foi aprovado sete vezes na Câmara dos Representantes, porém, está travado no Senado. A aprovação desta lei é vista como uma legitimação da indústria no país. Mesmo com diversos estados liberando o uso medicinal e recreativo, o setor ainda caminha às margens, porém otimistas e a luz está no mercado de capitais com as ações do setor de cannabis ganhando fôlego depois de pedido de reclassificação de risco nos EUA, isso é um grande passo para a legalização no país. Na prática, a mudança tira a maconha de uma classificação de risco elevado, junto a substâncias como heroína e ecstasy, para uma classificação de baixo risco, com potencial medicinal.

O New Frontier Data, uma empresa de análise de dados sobre a indústria da cannabis, estima que o setor possa valer US$ 72 bilhões em 2030, com a legalização Mesmo sem a legalização federal ou a aprovação do SAFE Banking Act, a indústria continua crescendo. Para 2023, é esperado um aumento de vendas mundiais de 15%, para US$ 37 bilhões. Com esses movimentos mundo afora será quase inevitável àsociedade brasileira ficar fora do debate de legalização da droga e a organização de um mercado promissor.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí. Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

Opinião

Agência Moody’s confirma a recuperação da credibilidade da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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As últimas décadas do século XX foram determinantes para a modelagem da ordem mundial vigente e a acumulação financeira condicionando à produtiva e dando origem a um tipo de capitalismo com menor dinamismo e maior instabilidade quando comparado ao sistema vigente no pós-guerra e, além disso, inverteu o sentido de determinação das crises que passaram a originar-se na órbita financeira…

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Planejar a cidade

Artigo por Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí

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Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí
Foto: Arquivo pessoal

Ao construirmos uma casa, necessitamos de planejamento e fundações sólidas. Assim também funciona com uma cidade: não há espaço para projetos desorientados, baseados em proposições meramente empíricas e desprovidas de sustentação orçamentária, sem unidade estratégica. O governador Mário Covas dizia que governar exige dizer sim, mas também dizer não. Acrescento que o que se diz, na prática, deve reverberar os…

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Os efeitos da escravidão promovida pelos colonizadores continuam impedindo o avanço da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Opinião

Lula festeja o crescimento da economia e o povo ainda não

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Presidente Lula
Foto: José Cruz/Agência Brasil

As projeções para a economia brasileira são positivas e o governo aproveita para promover as suas conquistas dando publicidade para a posição do Brasil no ranking das maiores economias global, e com isso vai camuflando o problema endêmico da distribuição de rendas. O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024…

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Elon Musk ataca a democracia no Brasil, tentando barrar a BYD e amenizar sua agonia

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Elon Musk
Foto: Reprodução/Youtube

O ambicioso, controverso, arrogante e polêmico bilionário sul africano Elon Musk, em uma entrevista à Bloomberg em 2011, caiu na gargalhada quando o repórter sugeriu a BYD como possível rival da gigante Tesla no setor de veículos elétricos. Musk respondeu com empáfia, perguntando se alguém já tinha visto um carro da marca chinesa, subestimando qualquer possibilidade de algum terráqueo superar…

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