Construções do futuro: a urgência do retrofit
Conecte-se conosco

Opinião

Construções do futuro: a urgência do retrofit

Artigo escrito por Miguel Haddad

Publicado

em

Atualizado há

Foto: Canva Pro

Você sabe o que é retrofit? É a modernização requerida daquilo que vai ficando obsoleto. E daqui a pouco pode estar batendo na sua porta: para ingressarmos na nova Economia Verde, de zero emissões de carbono, é necessário modernizar as edificações atuais e mudar os processos de construção vigentes.

Até pouco tempo ainda havia espaço para aqueles que negavam as mudanças climáticas. Hoje, quando já estamos sentindo os seus efeitos nas ondas de calor que assolam o Brasil nos últimos dias, nas tempestades, nos ciclones e inundações que têm afetado todo o Planeta, não há mais como duvidar dessa tremenda ameaça à vida, assim como não podemos adiar a tomada de providências urgentes para fazer frente a esse desafio.

Em seu artigo “Setor imobiliário emite 42% do carbono do mundo e se mexe para financiar virada verde” (Folha 05/11/2023), o jornalista Thiago Bethônico deixa claro que para implementar as mudanças necessárias para tornar a economia atual a nova Economia Verde, de neutralidade de emissão de CO2, é essencial mudar a forma de construir residências, uma das maiores fontes de emissão de CO2 (42%), mais do que a indústria e quase o dobro das emissões do setor de transporte.

Para se ter uma ideia da magnitude do que está sendo tratado, até 2060 é esperado que o mundo adicione 241 bilhões de metros quadrados à atual área construída, uma Nova Iorque inteira por mês pelos próximos 37 anos. Para isso, segundo a empresa Architecture 2030, especializada nesse setor, é necessário atingir a meta de neutralidade na emissão de carbono até o início da próxima década.

Os três parágrafos a seguir compõem o início do artigo de Bethônico:

“Olhando de fora, um prédio não parece poluente. Não solta fumaça, não faz barulho, não se movimenta. Mas, considerando que boa parte dos edifícios é basicamente um enorme bloco de concreto consumindo energia 24 horas por dia, dá para entender a pegada ambiental.

A escala do impacto é que assusta. O setor imobiliário, considerando todo o ecossistema que o envolve, é responsável por 42% das emissões de carbono relacionadas à energia. É mais do que a indústria emite e quase o dobro dos gases de efeito estufa dos transportes.

Parte considerável do carbono (cerca de 70%) vem da própria operação dos prédios, principalmente da energia que abastece elevadores, aquecedores e sistemas de ar-condicionado. O restante das emissões vem da construção, com peso desproporcional para cimento e aço.”

A proximidade das eleições para prefeito é, de fato, o momento ideal para o eleitor – ou seja,a cidadania – cobrar dos candidatos um comprometimento com as medidas necessárias para atingirmos as metas estabelecidas no setor da construção civil e na modernização do funcionamento das moradias atuais.

Para isso é necessário que seja definido um novo código de edificações a ser implementado e um programa que dê acesso às atuais residências a medidas necessárias para a diminuição doméstica de emissões do carbono.

Isso exposto, principalmente em um país como o nosso, deficiente de tantas medidas urgentes, no qual a fome e a desnutrição, assim como o saneamento básico, são carências reais, essa perspectiva parece longe da nossa realidade. 

Não há como dourar a pílula. E para enfrentar esse tremendo desafio a primeira medida é encará-lo de frente.

Artigo escrito por Miguel Haddad. Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

Opinião

O petróleo não é o excremento do diabo e sim uma Dádiva de Deus

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

Publicado

em

Por

Foto: Canva

Países do Oriente Médio, Nigéria, Venezuela, Irã, Angola, Congo, Argélia e Rússia são grandes produtores e exportadores de petróleo. Pertencem ou apoiam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), um organismo com viés monopolista e autoritário. Mas além da terra rica, essas nações têm outras características similares como pobreza, concentração de rendas, aversão a institucionalidade democrática e são dominados…

Continuar lendo

Opinião

Opinião por Miguel Haddad: Inundações no RS e o papel das cidades na luta contra o desequilíbrio do Clima

Publicado

em

Por

Visão aérea de Porto Alegre - RS alagada
Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

O Rio Grande do Sul sofre nos últimos dias pela série de inundações devastadoras, resultantes das incessantes chuvas que assolaram a região. Com mais de uma centena de vítimas fatais e milhares de desalojados, estas enchentes se tornaram o pior evento climático da história do estado, desencadeando uma discussão urgente sobre os fatores que contribuíram para essa catástrofe e como…

Continuar lendo

Opinião

A corrupção é uma tempestade permanente e contribui diretamente com o caos provocado pelos desastres naturais

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

Publicado

em

Por

Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

Os Desastres Naturais são fenômenos que geram impactos nas sociedades humanas trazendo consequências graves para as pessoas. Obviamente muitos desses representam o ciclo natural da terra e ainda a ciência não desenvolveu instrumentos precisos de previsibilidade, para ajudar a amenizar os impactos sobre a vida e a economia. Atualmente, alguns eventos climáticos têm aumentado de maneira significativa, e os cientistas levantam hipóteses…

Continuar lendo

Opinião

Agência Moody’s confirma a recuperação da credibilidade da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

Publicado

em

Por

Foto: Canva

As últimas décadas do século XX foram determinantes para a modelagem da ordem mundial vigente e a acumulação financeira condicionando à produtiva e dando origem a um tipo de capitalismo com menor dinamismo e maior instabilidade quando comparado ao sistema vigente no pós-guerra e, além disso, inverteu o sentido de determinação das crises que passaram a originar-se na órbita financeira…

Continuar lendo

Opinião

Planejar a cidade

Artigo por Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí

Publicado

em

Por

Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí
Foto: Arquivo pessoal

Ao construirmos uma casa, necessitamos de planejamento e fundações sólidas. Assim também funciona com uma cidade: não há espaço para projetos desorientados, baseados em proposições meramente empíricas e desprovidas de sustentação orçamentária, sem unidade estratégica. O governador Mário Covas dizia que governar exige dizer sim, mas também dizer não. Acrescento que o que se diz, na prática, deve reverberar os…

Continuar lendo