Idoso: a nova força no mercado de trabalho
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Opinião

Idoso: a nova força no mercado de trabalho

Artigo escrito por Miguel Haddad

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Trata-se de um fenômeno global. Com a diminuição da taxa de natalidade e os avanços da medicina, o percentual de idosos na população mundial tem crescido constantemente. Na China, em 2050, a população com 65 anos ou mais será o dobro da atual.

No Brasil, segundo o IBGE, a porcentagem de idosos ativos em 2012 era de 5,9%. Agora, em 2022, quase dobrou, chegando a 10,5%. E continuará a crescer nessa proporção.

No mercado de trabalho nacional, devido a esse aumento e a uma série de outros fatores, como mudanças na previdência social e a necessidade de renda adicional para aposentados, a participação de idosos tem se tornado cada vez mais relevante.

Essa inserção, todavia, apresenta alguns desafios, como a discriminação baseada na idade. Muitos empregadores têm preconceitos sobre a capacidade dos idosos de aprender novas habilidades ou acompanhar o ritmo de trabalho. Além disso, podem enfrentar dificuldades devido à falta de qualificações atualizadas, o que pode ser um problema especialmente em setores que dependem de habilidades tecnológicas.

Uma pesquisa da empresa Ernst & Young e da agência Maturi, de 2022, realizada em quase 200 empresas no Brasil, mostrou o perfil do mercado de trabalho para pessoas com mais de 50 anos. A maioria das companhias pesquisadas tem de 6% a 10% de pessoas com mais de 50 anos em seu quadro funcional. Segundo o estudo, 78% das empresas consideram-se etaristas e têm barreiras para a contratação de trabalhadores nessa faixa etária. O envelhecimento da força de trabalho no país é um desafio que o Brasil terá que enfrentar. Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo Ernst & Young e Maturi revelou que, de 2012 a 2019, a parcela da população com mais de 50 anos saltou de 23% para 28%. Estimativas indicam que até 2040, seis em cada dez trabalhadores brasileiros terão mais de 45 anos de idade. Os números do IBGE mostram que, em 17 milhões de famílias brasileiras, o sustento econômico fica a cargo de pessoas com mais de 60 anos.

A seu favor, os idosos geralmente trazem consigo uma vasta experiência e conhecimento adquiridos ao longo de suas carreiras, o que pode ser um ativo valioso para empregadores. Além disso, a presença de idosos no mercado de trabalho promove a diversidade geracional, o que pode levar a uma troca de conhecimento e ideias entre as gerações. Além disso, a permanência de idosos no mercado de trabalho ajuda a impulsionar a economia, aumentando a renda disponível e reduzindo a pressão sobre os sistemas de previdência social.

Algumas medidas positivas, indo ao encontro dessa nova tendência, podem ser tomadas pelo poder público, sindicatos e demais entidades ligadas ao trabalho, como a implementação de programas de capacitação e treinamento específicos para idosos, que podem ajudar os idosos a adquirir novas habilidades e se manterem competitivos no mercado de trabalho.

Em resumo, a participação de idosos no mercado de trabalho do Brasil enfrenta desafios, mas também oferece oportunidades valiosas para a sociedade. Com a implementação de políticas adequadas, treinamento e conscientização, é possível maximizar os benefícios da experiência e do conhecimento dos idosos, ao mesmo tempo em que se abordam as dificuldades que enfrentam.

Como dizia Franco Montoro, ninguém mora no Estado ou na União. As pessoas moram nas cidades. As administrações municipais têm um papel importante nesse processo, tomando iniciativas que promovam a integração, cada vez mais relevante, do idoso no mercado de trabalho.

Com a proximidade das eleições municipais, cabe às entidades que representam a terceira idade apresentar propostas e cobrar o comprometimento dos candidatos com esse necessário passo à frente.

Artigo escrito por Miguel Haddad

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

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