OPINIÃO – O Dia do Saci
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OPINIÃO – O Dia do Saci

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP).

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Foto: Divulgação/CIESP

O Dia do Saci, oficializado por lei federal em 2013, é comemorado no Brasil em 31 de outubro. Seu propósito é valorizar o folclore nacional, num contraponto ao Halloween, originário dos britânicos, que transcorre na mesma data, tem forte tradição na América do Norte, mas ganhou grande popularidade em nosso país nos últimos anos, inclusive em festas e eventos em escolas. Essa questão levou-me a refletir sobre os rumos da nossa inserção internacional neste século.

Não devemos rejeitar a cultura, a tecnologia, as demandas, tendências e exigências mundiais, cada vez mais conectadas. Entretanto, é muito importante participarmos da civilização contemporânea preservando e valorizando nossos diferenciais, peculiaridades e vantagens competitivas. São exatamente os fatores que nos distinguem que consolidarão nosso protagonismo. Refiro-me à bioenergia, à solar e à eólica, de fontes renováveis e mais limpas, à exploração racional dos recursos minerais e naturais, à capacidade de cultivar alimentos e commodities agrícolas em grande volume, à produção industrial sustentável, às reservas hídricas e à biodiversidade ímpar.

São imperativas, em todos os setores, estratégias de redução das emissões de carbono, de modo simultâneo e sinérgico com o progresso tecnológico, e podemos fazer isso como poucos países, devido às dimensões de nosso território e à nossa privilegiada natureza. É nessa direção que estamos redefinindo o papel da indústria e sua competitividade, com base em novos conhecimentos, digitalização, melhor educação e superação dos desequilíbrios ambientais. Precisamos estar alinhados às tendências internacionais e atentos às oportunidades abertas para inserção mais ampla e diversificada da indústria brasileira nas cadeias globais de valor.

Somente cumpriremos essas metas se aproveitarmos bem nossos potenciais, incluindo as ricas bases de matérias-primas de que dispomos, às quais devemos agregar cada vez mais valor no chão de fábrica, em vez de exportá-las na forma primária, rompendo um fluxo centenário que apenas nos desfavoreceu e criou dependências em alguns segmentos. É por isso que temos defendido com insistência uma política industrial eficiente, capaz de recuperar a condição da atividade como motor do crescimento econômico, a partir de uma perspectiva sustentável, que promova uma economia mais resiliente às crises geopolíticas, climáticas e pandêmicas, menos intensiva em carbono e socialmente mais inclusiva.

São conceitos que temos preconizado com ênfase. Por isso, esperamos que tenha pleno êxito o programa de neoindustrialização lançado este ano, que encampa muitas das sugestões do estudo Diretrizes Prioritárias Governo Federal 2023-2026, do Ciesp e da Fiesp. Entendemos que o Brasil deva participar de modo dinâmico da globalização, colocar seu potencial para a economia verde como trunfo para reduzir barreiras alfandegárias, debater com soberania as questões da sustentabilidade e fazer valer suas vocações.

Ou seja, podemos comemorar o Halloween, como hoje ocorre em praticamente todo o mundo, mas sem relegar o Saci, a Caipora, o Curupira e outras figuras míticas exclusivas do rico folclore nacional. Muitas dessas lendas são patrimônios de nossos povos originários, o que as torna únicas, assim como numerosos diferenciais competitivos e econômicos peculiares de nosso país.

Artigo por Rafael Cervone, engenheiro, empresário e presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP). Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

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O petróleo não é o excremento do diabo e sim uma Dádiva de Deus

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

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Foto: Canva

Países do Oriente Médio, Nigéria, Venezuela, Irã, Angola, Congo, Argélia e Rússia são grandes produtores e exportadores de petróleo. Pertencem ou apoiam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), um organismo com viés monopolista e autoritário. Mas além da terra rica, essas nações têm outras características similares como pobreza, concentração de rendas, aversão a institucionalidade democrática e são dominados…

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Opinião por Miguel Haddad: Inundações no RS e o papel das cidades na luta contra o desequilíbrio do Clima

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Visão aérea de Porto Alegre - RS alagada
Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

O Rio Grande do Sul sofre nos últimos dias pela série de inundações devastadoras, resultantes das incessantes chuvas que assolaram a região. Com mais de uma centena de vítimas fatais e milhares de desalojados, estas enchentes se tornaram o pior evento climático da história do estado, desencadeando uma discussão urgente sobre os fatores que contribuíram para essa catástrofe e como…

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A corrupção é uma tempestade permanente e contribui diretamente com o caos provocado pelos desastres naturais

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

Os Desastres Naturais são fenômenos que geram impactos nas sociedades humanas trazendo consequências graves para as pessoas. Obviamente muitos desses representam o ciclo natural da terra e ainda a ciência não desenvolveu instrumentos precisos de previsibilidade, para ajudar a amenizar os impactos sobre a vida e a economia. Atualmente, alguns eventos climáticos têm aumentado de maneira significativa, e os cientistas levantam hipóteses…

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Agência Moody’s confirma a recuperação da credibilidade da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Foto: Canva

As últimas décadas do século XX foram determinantes para a modelagem da ordem mundial vigente e a acumulação financeira condicionando à produtiva e dando origem a um tipo de capitalismo com menor dinamismo e maior instabilidade quando comparado ao sistema vigente no pós-guerra e, além disso, inverteu o sentido de determinação das crises que passaram a originar-se na órbita financeira…

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Planejar a cidade

Artigo por Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí

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Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí
Foto: Arquivo pessoal

Ao construirmos uma casa, necessitamos de planejamento e fundações sólidas. Assim também funciona com uma cidade: não há espaço para projetos desorientados, baseados em proposições meramente empíricas e desprovidas de sustentação orçamentária, sem unidade estratégica. O governador Mário Covas dizia que governar exige dizer sim, mas também dizer não. Acrescento que o que se diz, na prática, deve reverberar os…

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