Covid: médico de Jundiaí revela que o vírus pode simular infarto numa pessoa contaminada
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Covid: médico de Jundiaí revela que o vírus pode simular infarto numa pessoa contaminada

Síndrome do Coração Partido já foi identificada por especialistas. Saiba, também, dicas para cuidar do coração

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Mulher sentada na cama com mão no peito
Wagner Tadeu Ligabó é cirurgião cardiovascular em Jundiaí: casos de estresse derivados da Covid afetam o coração (Foto: jcomp/Freepik)

A Covid-19 tomou o mundo todo há quase dois anos e, por mais que tenhamos milhares de cientistas e especialistas estudando o vírus diariamente, ainda há dúvidas sobre o Sars-Cov-2.

Inicialmente, o consenso era de que o novo coronavírus atacava a área pulmonar e respiratória. Mas, depois de muitos casos de pessoas infectadas, foram descobertas sequelas em outras partes funcionais, como as atividades cerebrais, no palato, de olfato e cardíacas.

De acordo com Wagner Ligabó, médico cirurgião cardiovascular jundiaiense, a síndrome causada pela doença pode gerar na pessoa contaminada sensações de infarto. Acompanhe a entrevista exclusiva ao Tribuna de Jundiaí:

Dr. Wagner Ligabó, médico cirurgião cardiovascular de Jundiaí (Foto: Arquivo Pessoal)

O médico conta que hoje existe um protocolo de avaliação criterioso sobre a doença e as sequelas no sistema cardíaco da pessoa infectada. O acompanhamento destaca análise de miocardite, através de ecocardiograma, que é obrigatório no tratamento de uma pessoa que foi contaminada pelo coronavírus – assim como o eletrocardiograma.

“Você vê as coisas mais estranhas. Pode ter desde uma arritmia leve até um choque cardiogênico, por uma miocardiotite aguda. Também é muito frequente o que o pessoal costuma chamar de Síndrome do Coração Partido, em que o paciente não tem nada entupido mas a síndrome simula um infarto, com todos os sinais: a dor e o músculo cardíaco abalado. Essa síndrome é decorrente de um estresse e a doença, por si só, já é um estresse”, completa.

Ele reflete que o número de pessoas com sequelas no futuro será grande e que talvez o Sistema Único de Saúde (SUS) não esteja preparado para atender e tratar tanta gente. Segundo o médico, os últimos registros mostram que os sintomas têm perdurado entre 60 dias e 90 dias. No entanto, também há casos de pessoas que foram infectadas há seis meses e continuam com as sequelas.

Processo infamatório absurdo

O especialista concorda com o fato de que a incerteza ainda paira sobre o mundo, em relação à doença. E que há muito para se descobrir sobre a Covid-19. “Ninguém sabia e ainda não sabe onde vai dar essa virose, que funciona como uma virose aguda num processo crônico, já que dura dois anos”, explica.

O cirurgião destaca que os especialistas perceberam que trata-se de uma doença extremamente agressiva e potencialmente inflamatória.

“O coronavírus é como se fosse um toco de cigarro que você joga numa mata seca. Os controles de inflamação no (indivíduo com) Covid são absurdos”, destaca o especialista.

Ele dá o exemplo do filho, que também é médico e foi internado em São Paulo para tratamento da Covid. Ligabó conta que o exame PCR dele – que deve apresentar o resultado de 1 a 5 e, no caso de inflamações, até no máximo 60 – chegou a 300.

Pela inflamação, é possível acontecer uma formação arterial e venosa. Esta segunda pode levar a uma trombose periférica, que migra o trombo para o pulmão e ocasiona uma embolia pulmonar.

Ligabó destaca que foi um efeito da doença bem comum e preocupou muito os médicos e especialistas. Também foram descobertos muitos casos de insuficiência renal, inflamação do fígado e do pâncreas, o que causa falta de produção de insulina e, consequentemente, casos de diabetes descontrolada, chegando a casos extremos.

Além disso, foram grandes os casos de problemas nos rins por causa da Covid-19, com muitos pacientes em UTI tendo que passar por tratamento de diálise.

Foto: Reprodução/Newslab

O processo inflamatório da doença, de acordo com Ligabó, é generalizado e “não poupa nada”.

Tratamento precoce

Perguntado sobre o uso deliberado de medicamentos não indicados para prevenção da Covid-19, como cloroquina e azitromicina, a resposta do especialista é direta:

“Sou totalmente contra! São muitos e muitos estudos que mostram que não têm a menor efetividade”, destaca.

Azitromicina é um antibiótico e não tem nenhum efeito na Covid. Nós usamos quando há um processo infeccioso viral como preventivo de infecção bacteriana, mas não age no vírus“, explica.

Já sobre os medicamentos do “kit de tratamento precoce“, defendido pelo presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido), a contraindicação é ainda maior.

Bolsonaro faz divulgação de medicamentos ineficazes para tratamento da Covid19
Foto: Divulgação / Twitter @jairbolsonaro

A ivermectina causa problemas hepáticos e foram usados ‘à torta’: as dosagens são absurdas! E a cloroquina aumenta o intervalo QT, propiciando arritmia e até taquicardia ventricular, que é gravíssima.”

Para Ligabó, o que trará a prevenção e farpa com que os índices de Covid-19 diminuam é a vacinação em massa. “Acredito que veremos sinais de melhora efetiva em janeiro e fevereiro do ano que vem. Ainda estamos com um índice de mortalidade alto, com mais de 570 mil mortes.”

“Só teremos uma avaliação adequada, acredito, daqui um ano ou dois anos de estudo. Também temos as variantes, que não sabemos como vão evoluir e que preocupam muito”.

Foto: DCStudio/Freepik

Cuidados com o coração

O médico deu dicas de como cuidar bem do coração, para evitar tanto sequelas graves de Covid-19 quanto problemas futuros, mesmo que não estejam relacionados ao vírus:

  • Manutenção de uma dieta saudável, equilibrada entre proteínas e carboidratos;
  • Comer pouco, várias vezes por dia, é o mais recomendado;
  • Fazer atividades físicas regulares, como caminhada.
  • Também é importante manter as visitas ao médico para um check-up frequentemente.

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OMS declara fim da pandemia da Covid-19

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