O Novo Poder
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Opinião

O Novo Poder

Artigo por Miguel Haddad

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Atualizado há

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Até um tempo atrás ainda era possível discutir se o desequilíbrio do clima, como queriam alguns, era uma balela. Infelizmente a sucessão de catástrofes, cada vez mais devastadoras, deixou claro que estamos enfrentando uma ameaça real cujas consequências podem comprometer o futuro da Humanidade.

Em outras palavras: se não tomarmos as providências necessárias, as próximas gerações serão forçadas a viver em um mundo hostil, no qual a luta não será mais por uma vida melhor, mas pela sobrevivência.

Temos algumas vantagens nesse confronto: conhecemos a causa do desequilíbrio do clima – a emissão dos gases que causa o chamado Efeito Estufa – e, consequentemente, qual é a solução: diminuir drasticamente a sua emissão.

O problema é que essa providência contraria interesses poderosos e, de fato, pode desestruturar a economia mundial, baseada em grande parte no uso de combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão. O Governo Alemão, por exemplo – uma coalizão que inclui o Partido Verde – está sendo obrigado a investir pesadamente na mineração do carvão para garantir o combustível necessário para o funcionamento do seu parque industrial.

A boa notícia – que pode significar, não vamos medir as palavras, a nossa salvação – é a chamada Economia Verde. E é impressionante ver o seu avanço e em nosso País as coisas começam a andar nessa direção: no dia 7 de março, um grande evento em São Paulo lançou o Fórum Ambição 2030, promovido pelo Pacto Global da ONU em parceria com a empresa Aya Earth Partners, uma coalizão de entidades e empresas que busca unir os interesses do Capital com o combate às mudanças climáticas.

Como assim? Empresas – que têm como objetivo gerar lucros – empenhadas em um objetivo social? Bem, é aí que entra o Novo Poder, o poder do consumidor, pois é a crescente conscientização da importância da decisão de consumo que está levando as empresas a pactuarem suas atividades tendo como foco as boas práticas, ou seja, visando não apenas o lucro, mas, também, o bem-estar social e a redução da emissão dos gases poluentes. Essa é a nova economia, a Economia Verde.

Isso funciona? Primeiro é preciso entender que já estamos de posse, hoje, da tecnologia necessária para conseguir eliminar os efeitos nocivos dos gases que aquecem a atmosfera. O que precisamos para efetivar essas medidas é o comprometimento por parte das empresas, governos e entidades com essa agenda. Como diz um dos mais respeitados executivos globais, Paul Polman, que fez a palestra de lançamento do Fórum Ambição 2030: “A crise não é de ordem tecnológica. É de ordem moral”.

É aí que entra o Novo Poder. E para que ele possa ser exercido o principal agente é cada um de nós e a nossa decisão de consumo. O recente boicote às vinícolas gaúchas que utilizavam trabalho escravo é uma amostra clara da sua força. Hoje em dia, em escala global, é crescente o número de consumidores que estão dando preferência a empresas que se guiam por boas práticas.

E outras ações podem ser adotadas em nosso cotidiano para exercer o Novo Poder: a redução do consumo de itens descartáveis, o reaproveitamento de materiais, a compra de produtos de empresas que evitam o impacto ao meio ambiente e que utilizam poucas ou nenhuma embalagem, a aquisição de só aquilo que é essencial. Enfim, as opções estão à mesa.

Na realidade, no presente, empresas e entidades que representam os interesses dos consumidores já estão trabalhando em conjunto. Para se ter uma ideia da verdadeira dimensão desse movimento, o Fórum Ambição 2030, que reuniu, em seu lançamento, 500 lideranças empresariais, congrega 185 empresas, ONGs que defendem o consumo consciente e representantes do setor público.

Jundiaí, assim como as demais cidades da nossa Região Metropolitana, tem um papel central nesse esforço. Segundo levantamento estatístico, as cidades são responsáveis por 70% das emissões dos gases que aquecem o meio ambiente. 

Há uma luz no fim do túnel. O caminho efetivo para enfrentarmos as mudanças climáticas está dado. Vamos trabalhar para reunir, no mais curto espaço de tempo possível, empresas, poder público e ONGs para tornar nossa cidade – e nossa região – um polo dinâmico de engajamento na nova Economia Verde. 

Não por outra razão essa é também a cor da esperança.

Artigo por Miguel Haddad

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

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O futuro dos idosos: desafios e soluções

Artigo escrito por Miguel Haddad

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Idosos dançando em par
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O envelhecimento populacional é uma realidade inegável, e suas repercussões já são percebidas de maneira contundente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2050, cerca de 2 bilhões de pessoas terão mais de 60 anos, representando um quinto da população global. No contexto brasileiro, dados do Ministério da Saúde alertam para a crescente proporção de idosos, prevendo…

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Opinião

A direita antipatriota continua vendendo o Brasil para a China comunista

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Dois homens iniciando um aperto de mãos com uma bandeira da China e uma bandeira do Brasil em cima de uma mesa
Foto: Canva Pro

Uma suposta ameaça comunista no Brasil é frequentemente levantada pela direita para, com frequência, justificar ações autoritárias e ameaças à democracia. Essas ideias vagas ainda têm força, mesmo sem histórico de um “projeto comunista” que tenha chegado a ameaçar o Estado brasileiro. Diante da dificuldade de construir planos consistentes para avançar o Brasil, usam a pecha do anticomunismo como um ponto de unificação das direitas na sua diversidade.  O discurso…

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Opinião

Privatização de setores estratégicos, ameaça à democracia, o desenvolvimento e a liberdade

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

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Foto: Canva Pro

O professor e historiador Donald Cohen, lançou a obra "Privatization of Everything" com uma forte reflexão sobre o papel do setor privado na sociedade global.  Para ele a privatização de empresas estratégicas nada mais é que entregar à iniciativa privada a autoridade, o controle e o acesso a bens públicos, muitas vezes extremamente necessários à população. O especialista também mostrou…

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Opinião

Dia da Indústria: CIESP Jundiaí alerta para desafios e destaca importância da educação

O Dia da Indústria reflete a importância do setor industrial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

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Marcelo Cereser, diretor do CIESP Jundiaí, durante evento oficial, vestindo um terno escuro e camisa clara, expressando seriedade.
Foto: Divulgação/CIESP Jundiaí

No próximo sábado, 25 de maio, o CIESP Jundiaí comemora o Dia da Indústria, uma data que convida todos os empresários a refletir sobre a importância do setor industrial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. “A indústria é um dos pilares fundamentais da economia nacional, gerando empregos, inovação e crescimento. No entanto, enfrentamos, diariamente, desafios significativos que precisam…

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Opinião

O petróleo não é o excremento do diabo e sim uma Dádiva de Deus

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor.

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Foto: Canva

Países do Oriente Médio, Nigéria, Venezuela, Irã, Angola, Congo, Argélia e Rússia são grandes produtores e exportadores de petróleo. Pertencem ou apoiam a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), um organismo com viés monopolista e autoritário. Mas além da terra rica, essas nações têm outras características similares como pobreza, concentração de rendas, aversão a institucionalidade democrática e são dominados…

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