EUA promovem crises estratégicas para manter sua hegemonia global
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Opinião

EUA promovem crises estratégicas para manter sua hegemonia global

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Bandeira dos Estados Unidos
Foto: CanvaPro

Os formuladores de politicas econômicas das nações organizadas socialmente fazem planejamentos com objetivos de adquirir o pleno emprego dos fatores de produção, crescimento econômico constante, garantir elevada paridade do poder aquisitivo da população, conquistar e preservar alto índice de desenvolvimento humano e perpetuar a cultura da dinâmica da destruição criadora para garantir os níveis de progresso da sociedade e o seu território como base do conhecimento. Mas infelizmente poucas regiões conseguem esse proposito e a principal barreira está condicionada as crises induzidas pelo imperialismo estadunidense.

Antes de completar o centenário da independência os Estados Unidos enfrentou sua primeira grande crise. Nesse cenário desgraçado apenas os multimilionários prosperaram, podendo comprar a preços promocionais os investimentos e as propriedades de seus concorrentes provocando uma reorganização nas estruturas sociais do país inclusive com o fortalecimento do Estado como pilar central. A nação grande por natureza foi se organizando e acelerando seu desenvolvimento social absorvendo conhecimentos de varias nações e aprimorando seus parques industriais rumo à hegemonia financeira e diplomática, uma grande sacada da elite social.

A primeira grande guerra mundial lamentavelmente beneficiou os capitalistas americanos que com a tutela do governo fizeram bons tratados para atender as demandas do conflito. Essas amarras garantiu uma dependência de algumas nações até então poderosas frente a postulante no clube. Essas transformações na ordem mundial permitiram que a elite financeira norte americana compreendesse que a crise é uma oportunidade para aumentar os seus tentáculos de poder. A crise de 1929 não afetou apenas dentro das fronteiras da nação do norte do continente americano, assolaram também as regiões do planeta, com exceção dos países do bloco soviético, os quais vieram a sofrer as consequências com o advento do conflito bélico iniciado na Europa financiado  em primeira mão pela grande indústria americana.

A era de ouro do capitalismo iniciado com o Plano Marshall levou os Estados Unidos a liderar a nova ordem mundial nos países fora da cortina de ferro. A institucionalização das relações internacionais, a partir da criação da Organização das Nações Unidas e suas agências deram ao EUA as condições necessárias para impor suas decisões ao resto do mundo. Basta analisar o acordo de Bretton Woods que nas entrelinhas garantiu ao dólar norte americano, ser a moeda de referência global e unidade de garantia para qualquer transação entre os agentes sociais na terra. Os riscos passaram a ser absorbidos pelo resto do mundo e com o domínio das estruturas capitalistas globalizadas, podem planejar as crises, pois já sabem os efeitos e como vão obter vantagens.

Desde a promoção de conflitos bélicos localizados com interesses diversos, como: a garantia de suprimentos estratégicos; negociar produtos obsoletos,  fazer vitrine para expor novas armas e manter sobre suas botas algumas nações que supostamente pode vir a incomodar a sua hegemonia bélica, diplomática, tecnológica e politica. A tese de que a crise é um fertilizante para os campos estratégicos dessa poderosa nação se sustenta em inúmeros fatos.  – A crise do dólar que provocou a desregulamentação do sistema monetário internacional com a mudança do regime cambial de fixo para flutuante,  provocando uma reorganização nos mercados financeiros. modificando o ciclo dos ativos.

– O choque do petróleo e a instabilidade no norte da África e antiga Pérsia o que mantem as nações submissas ao Império, por garantir às elites locais a estabilidade sem ameaças.

– A derrocada do Império Soviético foi à carta branca para a diplomacia norte americana avançar as relações abusivas com o resto do mundo e suas inovadoras companhias escoarem os estoques de bens desatualizados e manter a supremacia da inovação tecnológica em diversos campos do conhecimento.

Nos dias atuais a humanidade vem enfrentando alguns transtornos como, a manifestação biológica da Covid, a guerra na Ucrânia e uma reestruturação bancária no mundo com epicentro nos Estados Unidos. Acredito que nada é por acaso e pode ser a reação do gigante ocidental que está sendo ameaçado pelo dragão asiático. Essa desordem globalizada pode atrasar o avanço chinês e ter o tempo suficiente para corrigir algumas deformações no tabuleiro geopolítico. A China abraçada ao ditador russo, pelo menos garante o acesso à energia barata, matérias primas estratégicas e poder bélico para continuar trilhando os caminhos da prosperidade e garantir a sua população o pleno emprego e uma qualidade de vida satisfatória. Uma suposta guerra fria é mais um apelo para criar os fantasmas e impor barreiras sociais aos produtos e serviços de origem oriental.

“Quando escrito em chinês à palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro representa oportunidade”. John Kennedy ex presidente do EUA.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí. Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

Opinião

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Elon Musk
Foto: Reprodução/Youtube

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