"A resistência do homem em fazer exames preventivos está diminuindo", diz médico Cláudio Pagotto
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Entrevistão

“A resistência do homem em fazer exames preventivos está diminuindo”, diz médico Cláudio Pagotto

Em entrevista ao Tribuna de Jundiaí, ele fala sobre carreira e sobre o diagnóstico e tratamento do câncer de próstata

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Cláudio Pagotto foi mentor da primeira turma formada da Faculdade de Medicina de Jundiaí. (Foto: Arquivo pessoal)

Novembro é o mês escolhido para ações que conscientizam o homem sobre sua saúde, especialmente o câncer de próstata e a importância do diagnóstico precoce. Para falar sobre este tema, o Tribuna de Jundiaí conversou com um dos médicos mais conhecidos da cidade quando o assunto é urologia.

O médico Cláudio Pagotto, professor há 45 anos na Faculdade de Medicina de Jundiaí, comentou sobre a carreira e deu detalhes sobre o diagnóstico e tratamento do câncer de próstata.

Tribuna de Jundiaí: Dr. Pagotto, depois de se formar como médico, o que o motivou a seguir como especialista em urologia?

Cláudio Pagotto: Eu sempre tive uma tendência a ser cirurgião e quando eu me formei médico, depois de conhecer todas as especialidades, a urologia me pareceu ser uma especialidade muito prática. É possível, através da urologia, curar muitos doentes.

TJ: Mentor da primeira turma da Faculdade de Medicina de Jundiaí e professor na instituição há 45 anos, qual é o sentimento de ser referência não só entre a população de Jundiaí, que o procura para se consultar, mas também entre a comunidade médica?

CP: Na verdade, essa palavra referência é uma palavra que precisa ser usada com cuidado. Em algumas partes eu me sinto referência, do ponto de vista de ter ajudado muitos urologistas de Jundiaí na sua formação, estimulando a dar aula na faculdade, a fazer residência e pós-graduação.

Mas em relação ao conhecimento da urologia, isso é muito relativo. A gente procura sempre se atualizar, mas isso não quer dizer que isso nos leve a ser uma referência. Eu gostaria de ser uma referência do ponto de vista de tratar bem meus pacientes, ser honesto e claro com o doente. Esse seria o meu desejo de ser referência.

TJ: Em tantos anos de carreira, a aposentadoria passa pela cabeça? O que o motiva a continuar trabalhando como médico?

CP: Eu ainda me sinto confortável na minha profissão. Eu trabalho bastante, atendo muitos doentes, tenho uma atividade intensa e opero bastante também. Mas eu já falei pro meu filho Vítor que quando o pai der indícios que vai começar a fazer besteira na medicina, para ele me interditar, então eu me aposento.

TJ: Há algum caso específico na sua carreira que o fez ter certeza sobre a profissão que escolheu? Que o marcou tanto que sempre vem à mente?

CP: Na verdade, não existe um caso específico que marca a carreira da gente. O que marca a carreira é uma sequência de fatos e uma sequência sempre positiva, no sentido de sempre procurar estar salvando vidas ou dando melhor qualidade de vida para os meus pacientes.

TJ: Entre as diversas atuações do urologista, está o cuidado com a saúde do homem. Há ainda muito estigma e muita resistência do homem buscar por consultas de forma preventiva?

CP: Graças a Deus, essa resistência do homem de buscar e fazer exames preventivos está diminuindo bastante; isso, devido ao trabalho que a Sociedade Brasileira de Urologia, que a mídia e que os próprios urologistas fazem no sentido de informar sobre a importância do exame preventivo, principalmente, relacionado ao câncer de próstata. Este tipo de câncer é o  mais comum no homem depois dos 50 anos de idade. O índice de cura beira aos 95%, 98%, quando o diagnóstico é feito precocemente.

TJ: Em novembro, por exemplo, celebramos o Novembro Azul, campanha que conscientiza sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata. Na sua carreira como médico, o diagnóstico tardio da doença está ligado ainda a esse “preconceito” que carrega o exame de próstata?

CP: O diagnóstico tardio, quando a doença já saiu da próstata, dificulta muito o tratamento. Na verdade, nesses casos nós temos tratamentos paliativos cujo objetivo é aumentar a sobrevida do doente, mas não se fala mais em cura. Outro detalhe importante neste trabalho de prevenção é o papel da esposa, da mulher, na orientação do homem, do parceiro, no sentido de fazer os exames preventivos, uma vez que ela já está acostumada a fazer seus exames preventivos anuais. Sendo assim,  ela induz o homem a se preocupar com o exame preventivo. O papel da mulher na prevenção do câncer de próstata é muito importante também.

TJ: Na sua opinião, de que forma essa campanha e outras durante o ano também podem atuar na conscientização da importância do exame e da prevenção?

CP: Hoje, cada vez mais, a mídia alcança um maior número de pessoas, e as redes sociais também. Então esse papel de divulgação para a população de forma geral é extremamente importante para que haja essa conscientização e para que isso fique gravado na cabeça do homem: a prevenção é tão importante quanto o tratamento.

TJ: Qual a recomendação para a consulta preventiva em homens? Quem e quando ir ao médico, mesmo sem apresentar qualquer sintoma?

CP: O que eu digo aos homens é que, primeiro, eles não tenham medo do câncer de próstata porque hoje ele é curável na maioria dos casos quando diagnosticado precocemente, mas também oriento que eles não desprezem a doença por não produzir sintomas importantes. Às vezes, o paciente não sente nada, mas ele já é portador do câncer.

Por isso é importante que os homens que não tenham antecedente familiar de câncer próstata, isso é, não tenham pai, avô, tio, irmão ou primo que tenha ou tenha tido a doença, comecem a fazer os exames a partir dos 45 anos de idade através do exame de toque e do PSA, que é um exame de sangue muito simples. Já os pacientes que têm antecedente familiar de câncer de próstata, estes devem começar a fazer os exames a partir dos 40 anos idade.

Com relação ao tratamento, existem dois tipos quando o câncer localizado de próstata, ou seja, quando ele está apenas dentro da próstata.

O tratamento cirúrgico, que pode ser convencional, por videolaparoscopia ou ajudado por um robô. Neste caso, os três procedimentos se equivalem do ponto de vista oncológico, pois não há nenhum melhor que o outro, e também do ponto de vista de complicações, uma vez que as complicações são praticamente idênticas nos três procedimentos.

Além do procedimento cirúrgico, aqueles pacientes que não querem ser operados ou que têm comorbidades, como os diabéticos graves ou os cardiopatas graves, podem ser tratados através da radioterapia, que é um procedimento que também cura o câncer de próstata e é praticamente igual ao índice de cura da cirurgia.

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