Este cachorrinho teve um começo confuso, porque foi devolvido cinco vezes, até conquistar um lar de verdade. Ivor não conseguia estabelecer referenciais e estava bem confuso. O cachorrinho passou por cinco casas diferentes em menos de sete meses de vida.

Ao todo, o bichinho teve seis passagens pelo abrigo. Em todas as ocasiões, os candidatos a tutor reclamaram que o cachorrinho era muito desobediente. 

Aparentemente, Ivor era um “enfant terrible”. Ele não obedecia a comandos simples e ignorava os parentes mesmo quando era chamado para comer ou passear. O que acabou frustrando cinco famílias diferentes e, ainda filhote, estava na sua “sexta temporada” no canil do abrigo: uma situação muito frustrante. 

Ivor é um staffordshire terrier, resgatado das ruas e abrigado pela Real Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra os Animais, com sede na Inglaterra, no canil da entidade em Halifax. Foi esta ONG que descobriu a razão por que o cãozinho parecia ser tão mal-educado. 

Os motivos 

Ivor é um cão muito bonzinho e quase todo branco, com manchas bronze. Um dos aspectos mais charmosos do cachorrinho é uma máscara no rosto, que cobre apenas um dos olhos. À primeira vista, ele atrai o interesse de muita gente. 

As alegações de desobediência, no entanto, estavam deixando a equipe do abrigo sem entender. Ivor foi submetido a uma bateria de exames, e ficou constatado o motivo de tanta birra: o cãozinho não consegue escutar quase nada. 

Sem o diagnóstico de surdez, as cinco famílias com quem Ivor conviveu apenas concluíram que ele era um cachorro desagradavel, malcriado, desobediente e que não interagia com as pessoas. Infelizmente, ninguém pensou em submeter o animal a exame veterinário. 

Para romper as ações de adoções e abandonos, a equipe da ONG, ciente do diagnóstico, decidiu adestrar o cãozinho. A primeira providência foi ensinar a Ivor a linguagem dos sinais, que o animal assimilou rapidamente.

Uma vez completado o adestramento básico, Ivor foi apresentado a Ellie Bromilow, de Manchester. Ela se apaixonou pelo cãozinho e, depois que consultou a família, todos concordaram em ficar com o bichinho e dar muito amor e carinho.

A adoção definitiva 

Ellie realmente se empenhou com a educação de Ivor. Ela pesquisou métodos e técnicas de treinamento, aprendeu a estimular e colocar o cãozinho às atividades, chegou até a fazer cursos com especialistas em educação de deficientes auditivos. 

Até que enfim, alguém conhecia as condições reais do pequeno cachorrinho e estava disposto a empenhar-se por integrar Ivor na vida familiar. Ellie decidiu proporcionar ao dog tudo que não foi oferecido a ele nas outras casas que o acolheram. 

Os esforços da família Bromilow trouxeram muitos resultados positivos. Por isso, agora, Ivor conseguia se comunicar e decifrar os desejos e vontades dos tutores. Surpreendentemente, ele se revelou um cachorro extremamente dócil e obediente. 

Fonte: The Dodo.