A era da pós-verdade é uma ameaça para as empresas
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Opinião

A era da pós-verdade é uma ameaça para as empresas

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Homem com dedos cruzados
Foto: hjalmeida/Canva

Buscando definições sobre a pós-verdade, encontrei na filosofia, que é a informação ou asserção que distorce deliberadamente a verdade, ou algo real, caracterizada pelo forte apelo à emoção, e que, tomando como base crenças difundidas, em detrimento de fatos apurados, tende a ser aceita como verdadeira, influenciando a opinião pública e comportamentos sociais. Ou seja, é o fenômeno através do qual a coletividade reage mais a apelos emocionais do que a fatos objetivos.

Esse termo foi eleito à Palavra do Ano em 2016, pelo dicionário Oxford no qual foi definida como “a ideia de que um fato concreto tem menos significância ou influência do que apelos à emoção e a crenças pessoais”. De acordo com o glossário, o prefixo “pós” transmite a ideia de que a verdade ficou para trás.  Para a psicologia o ser humano naturalmente tende a julgar fatos com base na sua própria percepação o que pode levar a deformação da consciêmcia de um grupo social. Entretando o historiador Leandro Karnal, aponta como uma “seleção afetiva de identidade”, por meio da qual os indivíduos se identificam com as notícias que melhor se adaptam aos seus conceitos.

Essa tendência vem sendo explorada pelos meios de comunicação com fins midiaticos, econômicos e politicos, pois os especilistas perceberam que as massas “preferem” acreditar em determinadas informações que presumem a legitimidade por razões pessoais, seja, preferências politicas, crencas reliogosas, tradiçoes e até bagagem cultural.

O advento da internet democratizou o acesso à informação e criou um fluxo excessivamente alto de produção e troca de informações, ficando mais difícil distinguir o que é verdadeiro ou falso, devido às dificuldades em verificar a veracidade o que implica em uma negligência com relação à verdade. Obviamente, essa nova era vem provocando mudanças significantes nos meios de comunicação e inclusive nas mensagens. A demanda imediata por fatos leva a sociedade a consumir o que mais emociona formando as “câmaras de eco” que absorvem um padrão de mensagem que compatilhada milhares de vezes, terminam rompendo a barreira e penetrando em outros grupos que na maioria das vezes apertam a tecla para compartilhar sem verificar a fonte, pois está motivado pelo sendacionalismo da narrativa. A lista de eventos negativos é imensa em todo o mundo, os quais as populações foram influenciadas por notícias falsas e com uma grande carga de emoções.

Técnicas para mentir e controlar as opiniões vem se aperfeiçoando e a censura deixou de ser um instrumento das agências de Estado e passou a ser uma inquisição popular, onde a pessoa faz o julamento e mobilizado pela carga emocional ajuda a promover a tal lacração. Estamos diante de um instrumento mais nocivo que o julgamento estatal, devido ao teor de irracionalidade. A era do pós-verdade é na realidade a época do engano e da mentira o que se proliferam com muita facilidade devido à popularização. Esse comportamto felizmente ainda não chegou ao mundo corporativo, o qual não está imune das maldades da “indústria da fraude”. Imagino a desgraça que pode vir a ser a negação de um determinado medicamento ou mesmo a atribuição de um suposto milagre a um determinado produto farmaceutico. Diante de tantas facilidades para manipular fatos e alinhado com uma sociedade sem capacidade de análise crítica, recomendo para os executivos das empresas, que se preparem para a guerra enquanto vivem esse ambiente de paz.

“Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada” – Otto Von Bismarck estadista alemão. Sec. XIX.

Os artigos publicados pelos colunistas são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Tribuna de Jundiaí.

Everton Araújo é brasileiro, economista e professor.

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Planejar a cidade

Artigo por Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí

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Jones Henrique Martins, Gestor de Governo e Finanças de Jundiaí
Foto: Arquivo pessoal

Ao construirmos uma casa, necessitamos de planejamento e fundações sólidas. Assim também funciona com uma cidade: não há espaço para projetos desorientados, baseados em proposições meramente empíricas e desprovidas de sustentação orçamentária, sem unidade estratégica. O governador Mário Covas dizia que governar exige dizer sim, mas também dizer não. Acrescento que o que se diz, na prática, deve reverberar os…

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Os efeitos da escravidão promovida pelos colonizadores continuam impedindo o avanço da economia brasileira

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Foto: Canva

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Lula festeja o crescimento da economia e o povo ainda não

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário

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Presidente Lula
Foto: José Cruz/Agência Brasil

As projeções para a economia brasileira são positivas e o governo aproveita para promover as suas conquistas dando publicidade para a posição do Brasil no ranking das maiores economias global, e com isso vai camuflando o problema endêmico da distribuição de rendas. O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024…

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Elon Musk ataca a democracia no Brasil, tentando barrar a BYD e amenizar sua agonia

Artigo por Everton Araújo, brasileiro, economista e professor universitário.

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Elon Musk
Foto: Reprodução/Youtube

O ambicioso, controverso, arrogante e polêmico bilionário sul africano Elon Musk, em uma entrevista à Bloomberg em 2011, caiu na gargalhada quando o repórter sugeriu a BYD como possível rival da gigante Tesla no setor de veículos elétricos. Musk respondeu com empáfia, perguntando se alguém já tinha visto um carro da marca chinesa, subestimando qualquer possibilidade de algum terráqueo superar…

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Decisão do STF sobre retroatividade de impostos agrava a insegurança jurídica

Artigo escrito por Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

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Rafael Cervone é presidente do CIESP. Foto: CIESP/Divulgação

É absurda e danosa à economia a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter a cobrança retroativa de impostos não recolhidos no passado em razão de sentenças judiciais definitivas ganhas pelas empresas. Estas terão de despender agora expressivo volume de dinheiro com uma inesperada despesa, para arcar com algo que a própria Justiça havia estabelecido como indevido. É uma…

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